Primeiro dia de aula.

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Peguei a toalha pendurada na porta para a higiene matinal ao terminar fui ao guarda-roupas para pegar o traje que tinha separado em que consistia em uma blusa preta, calça jeans e uma camisa de flanela vermelha com listras pretas em xadrez que amarrei a cintura olho meu reflexo com o cabelo ainda úmido o desembaraçando.

Após finalizar com o cabelo decidi dobrar uma bandana preta e amarrar como uma tiara dando uns últimos ajustes peguei a mochila e desci as escadas rumo a saída. Estava nervosa que decidi nem tomar o café, enquanto caminhava o sol brilhava as folhas das árvores do parque e provavelmente outros alunos o desânimo estampado no rosto.

Ao adentrar na escola o corredor já estava bem movimentado e barulhento como esperado. Observava as identificações próximas as portas, decidi procurar informações no grêmio estudantil que provavelmente teriam nerds ou seriam CDF's? Não que fosse ruim, mas as séries bastante estereotipadas sempre demonstravam e as espinhas nos atores de filmes e séries eram a última das preocupações.

Ao abrir a porta observo um garoto loiro com espírito de um velho, só podia ser isso vestindo aquelas roupas, pelo menos já estaria pronto pra formatura e o emprego. Acho que estou me sentindo naquelas séries da Disney ou Nickelodeon, só falta a risada de fundo gravada.

– Olá posso ajudar? - disse o rapaz.

– Bom dia. Gostaria de saber onde fica a turma que vou ficar. – Por um breve momento me senti boba na forma que disse com medo ter soado rude. Loucura as vezes minha mente articula muito que me assusta.

– Ah sim, pelo visto é a novata. Quase ninguém vem aqui pedir informações. – Respondeu calmamente.

Ele pegou uns documentos na mesa e me analisou da cabeça aos pés desconfiado, decidi ignorar essa análise que provavelmente procurava onde me encaixaria e o encarei.

– Seu nome. – Perguntou.

– Anastasya Carter. – Respondi levemente nervosa.

Após dizer meu nome ele procurou nas pilhas de papéis na mesa, pude ver a expressão de satisfação ao encontrar.

– Oh está na mesma classe que a minha, a sala é no início do corredor. –Respondeu esboçando um sorriso gentil.

– Ah desculpe, esqueci de perguntar o seu nome.

– Nathaniel. Se quiser posso te levar até a sala o que acha?

– Se não for muito incômodo, você é do grêmio e deve ser muito ocupado.

O loiro organizou uma pilha de papéis e deixou no centro da mesa e logo após pegando sua mochila.

– Vamos? – Disse o loiro abrindo a porta me cedendo passagem.

O segui pelo corredor e me cedendo passagem ao entrar na sala logo em seguida já estava parcialmente cheia, o agradeci e me sentei no fundo atrás de um garoto de cabelo vermelho que cheirava a cinzas de cigarro o que me fez arrepender de ter sentado ali.

A aula seguiu normalmente professores se apresentando, alunos cochichando, sendo comum, mas a diferença que não conheço ninguém passando a maior parte olhando para o quadro e olhando para minha mesa rabiscando coisas aleatórias nas bordas da folha do caderno.

Ao sermos liberados guardei minhas coisas apressadamente apenas segurando um caderno de desenho, não via a hora de chegar em casa para receber o resto das minhas coisas só que a euforia ao sair da sala me fez esbarrar em alguém.

– Me desculpe!

– Hey anã olha por onde anda! – Disse o rubro.

– Eu já pedi desculpas! –Respondi em tom alto e defensivo enquanto abaixava para pegar o caderno do chão.

– Ela já pediu desculpas Castiel, não é necessário se exaltar. – Comentou o garoto que estava próximo ao ruivo estendendo a mão para mim. - Você está bem?

– Estou. Obrigada. – Disse ao me levantar levemente desconfiada segurando a mão do rapaz esperando por alguma trolagem, ao notar o garoto que me ajudava a levantar entramos em contato visual, sendo hipnotizada por aqueles olhos heterocromáticos e com aqueles fios platinados e pretos em uma pequena parte me fazendo ficar com constrangida com sua beleza exótica.

Castiel aparentemente me olhava com desdém, mas notei a camisa dele. E sem me atentar lembrei de uma música da banda estampada me fazendo comentar.

– Winged Skull é uma banda boa. – Comentei.

– Até que pra uma anã estranha você tem bom gosto. – Rebateu Castiel.

– Até que pra um tomate ambulante você se esforça nos elogios. – Retruquei esboçando um riso pois não deixaria aquilo barato. – Chaminé Escarlate, cuidado com a camada de ozônio viu?

Saí correndo rindo pelo corredor até sumir do campo de visão deles, deixando um albino em um riso contido e um ruivo furioso. Ao chegar na esquina de casa parei de correr, ao entrar no recinto ouvi ruídos vindos do meu quarto a passos discretos olhando pelo canto vi Agatha ajustando meu computador, sorri com o gesto da ruiva ao longe voltando a sala para descansar deste primeiro dia.

Sweet AmorisOnde histórias criam vida. Descubra agora