Capítulo 33 - Soul Rebel

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A sensação de inutilidade tomava conta. Não sabia fazer outra coisa a não ser chorar, chorar e chorar. Ele não podia ter feito isso. Justin não podia ter me abandonado, aquilo era inacreditável. O meu Justin, o meu grande amor não poderia ter me deixado daquela forma.

A mesma dor que senti quando minha mãe partiu, quando Julie foi tirada de mim, sentia mil vezes multiplicadas, era como se tivessem facas de aço perfurando meu coração, como se estivesse em queda livre e nada pudesse me salvar. A dor era insuportável, a vontade de ir junto era inevitável.

– Mamãe. – Julie se embolou em meus braços. – No chora. – ela passou aquela mãozinha minúscula em meu rosto na tentativa de secar minhas lágrimas.

A apertei em meus braços, ela e Jason eram a única parte dele que restou e eu poderia tocar, os dois tinham partes do Justin e esse era o único presente que me restaria, o mais importante: meus filhos.

– Toma Caissy. – Chaz me entregou um copo com água, que acho que continha açúcar, mas eu rejeitei. Meu corpo não precisava se acalmar, precisava dele somente dele.

– Ryan... Você, você vai cuidar das questões do enterro?

– Eu posso cuidar disso Caissy, mas eu acho que não sobrou nada dele. - engoli o choro doloroso em minha garganta.

– Eu quero que ele tenha um velório digno. – limpeis as lagrimas e funguei o nariz.

– Ae irmão, se não tiver em condições de fazer isso eu posso cuidar...

– Não Chaz, tudo bem! Eu posso fazer isso, talvez essa seja nossa última aventura. - Ryan sorriu choroso e pela primeira vez Chaz desabou, ele começou a chorar na mesma intensidade que Ryan.

– É tão difícil de acreditar que ele... – respirei fundo liberando um soluço de choro. - Que ele se foi.

– A gente sempre vai estar com você Caissy. – Ryan se aproximou me abraçando.

– Também pode contar comigo pro o que quiser. – Chaz me abraçou do outro lado.

– Me sentia até pai daquele cuzão! Justin sempre queria tirar onda com tudo. – Ryan sorria de uma forma diferente como se... Se lembrasse de coisas que fazia com Justin. – O moleque malandro, mas eu sempre estive lá, sempre estive lá pra ajudar, só que dessa vez... Dessa vez eu falhei e meu melhor amigo morreu. – aquilo me fez chora mais.

– Não é sua culpa Ry. – Caams o confortou.

– É sim! Se eu tomasse cuidado Alexia não iria atrás dele e nada disso aconteceria...

– O que Alexia tem haver com isso, Ryan? – o interrompi.

– Ainda não sei até onde ela está envolvida, mas ela foi atrás dele.

– Não estou entendendo. – disse séria.

– Era uma emboscada. Marconny estava tramando pegar Justin a qualquer custo, mas, Brian e eu sabíamos que Justin corria perigo e que vocês também estavam incluídas nessa vingança idiota. Começamos a tramar, mas Justin não sabia de nada, talvez se ele soubesse as coisas não dariam certo. O acordo era Brian conquistar a confiança de Marconny e nós pouparíamos a vida de Alexia enquanto ele nos ajudava a salvar a vida de vocês.

– Então Justin não sabia de nada? Ele morreu vítima de uma emboscada?

– Eu sabia que Marconny iria agir, só não sabia quando, mas nós tentamos manipular aquilo tudo. Tentamos manipular os planos do Marconny e Brian estava fazendo isso, estava dando tudo certo, ele conquistou a confiança, conseguiu manipular o ataque, mas o único empecilho era Alexia. Ela só tinha um objetivo: pegar Julie de volta. Ela faria qualquer coisa pra ter a menina de volta, esse era nosso único empecilho, mas depois do roubo, Brian iria sumir com ela e ai acabava as dividas, nós não deveríamos favor nenhum a eles e nem eles a nós. Fizemos o roubo, mas uma fatalidade aconteceu: quando estávamos dando fuga nos capangas do Marconny o carro do Chris capotou. Tudo estava sob controle, tudo estava dando certo, mas tudo se desestruturou quando Chris capotou. Justin ficou desesperado querendo ajudar, mas ele tinha que ir embora, tinha que sair daquele lugar! Eu daria conta de tudo, mas ele tinha que ir embora. Depois de muita insistência, ele saiu pelo km 80. Pensei que estava tudo voltando nos eixos, mas me enganei quando a moto preta seguiu Justin. Era Alexia e eu não sabia, também não sei o que aconteceu naquela estrada de barro, só sei que quando cheguei, o carro dele tinha despencado do penhasco e depois de um tempo explodiu. Não dava pra descer, o tanque estava estourado jorrando gasolina. Eu pensei que estava ajudando, pensei que salvaria Justin, mas eu acabei com tudo e talvez...

Soul Rebel-segunda temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora