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- Perdoe-me.
          O dia caiu, dentro da noite. Via-me em fleshes escuros, caindo naquele poço sem fundo e, aquela sensação de morte levava-me para o mais escuro e triste lugar do meu inconsciente, fez-me relembrar memórias destrutivas, "erros" que só me deram forças, e o desejo demoníaco que tomava-me a sede de viver 'Quero sofrer! Quero sofrer! Faça-me sofrer'. Existe senção mais desejada do que o sofrimento enterno? Porque se há, eu ainda não a descobri. Vou rezar para deter meu próprio sofrer, 'Quero dores imenssráveis'.
-Você precisa de amor! (voz que veio de lugar nenhum)
     - Esse "amor" é tão ruim assim? Não sabe do que eu preciso!
-O amor vai te matar de dentro pra fora, vai fazê-lo se decompor instantaneamente, queinará sua alma até tansformar-se em nada, vai fazer cada partícula do seu coração latejar!
     - Como posso tê-lo?
-Vá ao seu próprio encontro. Emerja!
          Assim caí para cima, naquela hora senti anseio do medo, um calafrio na espinha e um grande incômodo existencial, quase pedi ajuda, porém, sabia que ninguém iria atender, sou sozinho, sempre vou ser comigo mesmo, inteiramente e sempre, apesar d'eu amar a solidão, ela me desola, cada um tem sua solidão como uma particularidade e, quando estamos nela, cada um tende a ser verdadeiramento o que é, como disse o outro "Solitário estar por entre gente, pior que isso, solitário estar por onde nem nós próprios estamos". Sou louco sim, sozinho a admirar a lua e alegrar-me ao senti-la sangrar em mim, amando a imensidão negra mesmo sabendo que é um amor impossível, mas amá-la acalma-me e desespera-me, mas não vou amar apenas o céu, ele me disse que o "amor" é o que preciso, então irei encher-me de "amor", até transbordar.
     - Onde estou?!
     - Há alguém aqui?!
          Estava escuro, minha voz ecoava e falava comigo, minha visão turva como se nunca tivesse aberto os olhos, mas via minhas mãos brancas e nuas como se tocasse meus dedos pela primeira vez, havia um zumbido forte que me doía a mente e o incômodo de um ar pesado me forçando a ficar ao chão, levanto-me segurando-me no entro entre duas paredes, escuto uma voz suave e ofegante:

"O Anjo Demoníaco"Onde histórias criam vida. Descubra agora