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Os sons dos passos precisos e apressados de Louis ecoavam pelo enorme corredor. Naquela parte do hospital poucos tinham acesso, para Louis era uma exceção já que tinha intimidade o suficiente com o diretor, pai de Liam. Geoff é como um pai para Louis, e ele precisa de algo que só Geoff pode dar. Virando a direita ele vê Julieta, a secretaria do diretor, uma senhora de sessenta e poucos anos, muito competente e com palavras doces.

— Olá, querido! Em que posso ajudar? — ela pergunta se levantando.

— Não é preciso se levantar, Julieta. Apenas diga a Geoff que quero vê-lo. É importante. — ele dá um sorriso e espera a senhora apertar em um botão e falar diretamente com o diretor, que autoriza a entrada de Louis. Pouco menos de trinta passos e ele está de frente para a porta branca com uma placa retangular pregada a mesma, com o nome do hospital e o nome de Geoff. Louis gira a maçaneta e entra, fechando a porta atrás de si, ganhando a atenção do homem de cabelos cabelos castanhos claro atrás da grande mesa abarrotada de papéis, um notebook, vários porta lápis e canetas.

— Doutor Tomlinson. A que devo sua visita? — ele retira seus óculos de grau elevado e maneia a cabeça em sinal de que Louis se sente na cadeira acolchoada a sua frente. Louis se senta, puxa todo o ar de seus pulmões e encara a figura tão conhecida.

— Creio que esteja ciente sobre o paciente Harry Edward Styles. O mesmo está aqui a exatas duas semanas e seu atual psiquiatra, o doutor Payne, não está fazendo progressos com o menino. Gostaria de saber se-

— Liam está tendo problemas com o paciente?

O senhor interrompe a fala de Louis. Seu tom é de preocupação, afinal, é seu filho de quem Louis acabou de mencionar. Louis se recompõe e retoma a fala:

— Liam age de uma forma um tanto... Agressiva com Harry. Ele já passou por muitas coisas, o senhor sabe bem mais do que eu. Apenas quero ajudar aquele menino, e para isso acontecer, o senhor precisa passar o caso dele para mim.

O homem pareceu avaliar a situação. E deu um suspiro triste ao ouvir o que o menor disse sobre seu filho, ele conversaria com Liam. E fora a isso Geoff via determinação no olhar de Louis, a mesma determinação que seu filho tinha antes de tudo. Geoff sentia falta de todo aquele  Liam amoroso e de bem com a vida.

— Passei a responsabilidade do caso do paciente para Liam por ser uma situação de emergência. Liam era o único que estava presente naquele dia, todos os outros estavam ou em outro hospital ou em casa, foi algo do momento. Antes de tudo, preciso que entenda sobre os problemas de Harry: ele jamais contou para alguém sobre o real motivo de estar aqui. Sua irmã garantiu que ele ameaçava a vizinhança com sua presença, o que eu discordo, já que o garoto tem medo da própria sombra. — ele faz uma pausa observando Louis. — Harry é um garoto assustado, tem crises de pânico constantemente e sinais de violência sexual. Não será fácil assumir seu caso. Harry está no oitavo andar, você sabe que esse é o andar dos pacientes mais agressivos na ala psiquiátrica. Está disposto a enfrentar isso pelo garoto?

Louis em outra situação pensaria a respeito. Em apenas duas semanas o menino conseguiu desestabilizar diversos enfermeiros pelo seu jeito resistente, porque por mais que sentisse a dor, não se deixava abalar, não deixava que eles o tocassem ou que o dopassem. Os métodos de acorrentar os pacientes é algo que nem mesmo Geoff aprova, claro que não, é desumano, mas não é algo que ele possa mudar, é uma regra criada a anos pelo primeiro diretor do hospital, avô de Geoff Payne. Louis ao lembrar de Harry naquela situação não pensou duas vezes. Ele não queria ver o menino de cachos e olhos verdes - agora sem vida - chorar outra vez, ele queria o ajudar, arrancar seus demônios e o mostrar o lado bom da vida.

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