epilogo

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Às vezes, o que acreditamos nos enfraquecer tem um efeito completamente contrário.

Conversas pelo telefone que duram horas, trocadilhos sem qualquer graça, risos sonoros e histórias mal-contadas.

De alguma maneira, Mark havia incorporado tudo aquilo em sua rotina, mas era como se nenhuma mudança tivesse sido feita.

Os dias voavam tão livremente e, pela primeira vez em toda a sua vida, sentiu-se como se qualquer espaço de tempo fosse curto demais. Antes, os meses estendiam-se infelizmente, trazendo um cansaço familiar.

Hoje em dia, queria prolongar todo e qualquer momento ao seu máximo. Porém, ele não sentia mais medo do fim.

Talvez fosse culpa do jeito como a mão de Jackson parecia nunca deixar seu ombro.

Âncoras como essa são o que todos procuram, mas não necessitam.

Ela havia se apegado a quem Jackson é, não à segurança de estar ao seu lado.

Não eram os braços dele o segurando, e sim a respiração batendo em suas costas.

Não era a mão em volta da sua, eram os sorrisos espontâneos da pessoa que andava com ele.

Os atos e o modo de pensar dele ainda eram estranhos aos seus olhos, mas de uma maneira compreensiva.

Que o fazia querer ir em frente, e entender cada vez mais.

Pois, um dia, quando desentendimentos ou o destino dessem as palavras finais em tudo aquilo, Mark respiraria fundo.

Ele juntaria cada uma das memórias e as conservaria, mantendo-se sereno.

Já que ele não temia conclusões, não mais.

Fazia questão de apertar Jackson ainda mais em seu abraço, aguentando cada trocadilho inútil.

Ele deixaria a ação de soltá-lo para depois.

Vamos continuar assim mais um pouco.

conclusão | markson Onde histórias criam vida. Descubra agora