Capítulo 11

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O olhei confuso. "Como assim ele me escreve aquele texto e agora diz não?!"

- O que houve, Haz? - Sussurrei.

- Eu- eu não quero isso, desculpe Louis.

- Olhe pra mim - ordenei - por que? - perguntei olhando-o nos olhos e tentando transmitir minha frustração.

- Você é meu professor, e além do mais, você pode ir preso e alguém descobrir.

Eu sei que aquele era um momento sério, mas eu ri de sua afirmação, eu ri debochadamente.

- Okay, Styles. Agora me conte a verdade. Porque há uma hora você deixou claro pra mim e para aquela turma inteira que não dá a mínima pra isso.

Fiquei em silêncio esperando uma resposta, que não veio.

- Vamos Harry! Me diga! Eu estou fedendo? Eu não beijo bem? O que fez você mudar de idéia sobre isso?

O garoto deu um risinho.

- Não, Tomlinson, você não fede, e também não beija mal. Eu só.. Não quero.

- Olha, eu não saio desse carro até você me contar porqu...

- PORQUE EU SEI QUE EU VOU ME APAIXONAR, TOMLINSON! - o mais novo se exaltou.

- E qual o problema disso, Haz? - eu estou impressionado com minha calma. Era pra eu estar nervoso com essa conversa, ansioso.

- Não quero me apaixonar - respondeu já mais calmo - não por você.

Aquilo, sinceramente, havia me machucado um pouco. Qual o problema de se apaixonar por mim? Eu sou tão terrível assim? Antes de perguntar o porquê, Harry me respondeu.

- Eu tenho medo, de verdade, da gente se envolver e isso trazer algum problema pra você. E também tem que eu nunca tive um relacionamento com alguém, eu nunca me apaixonei, eu tenho medo de me machucar com isso. Meu Deus isso tá parecendo uma conversa de menininha! Jesus, eu não sou menininha e... - ele acelerou sua fala, fazendo-me perder algumas palavras.

- Ei - o interrompi - se acalma!

Harry me olhava como se procurasse respostas para todas suas perguntas, e eu queria responder absolutamente todas.

- Sai dai, deixa eu dirigir. Vamos para algum melhor. - falei e sai do carro, entrando do outro lado.

- Minha casa ou sua? - ele perguntou.

- Vamos para a minha, se você não se importar.

Styles sorriu fraco e me respondeu com um aceno de cabeça. Liguei o carro e partimos para meu apartamento. Estava chovendo forte, logo, demoramos um pouco para chegar.

Abri a porta de casa, largando minhas coisas na mesinha que tinha ali do lado e dei passagem para Harry entrar.

- Quer comer alguma coisa? - perguntei me direcionando a cozinha - sinta-se em sua casa, por favor.

- Pra falar a verdade, eu quero sim. Estou morrendo de fome.

- Okay. Quer pedir uma pizza?

- Seria uma boa. - o garoto respondeu, me seguindo até a sala.

Me sentei no sofá, puxando-o pela mão para sentar ao meu lado e virei meu corpo, ficando de frente para ele.

- Vai - me pronunciei - me fale o que lhe passa na cabeça em relação a tudo isso.

Harry suspirou fundo, pensando por onde começar.

- Eu não sei, Tomlinson. Eu já disse tudo no carro.

- Poderia repetir? Não entendi metade das coisas que você bombardeou.

Ele revirou os olhos - eu nunca me apaixonei, Louis. Não sei como é isso. Não sei o que fazer. O maior relacionamento que eu tive foi com um cara que eu conheci numa boate e que passou o fim de semana comigo porque não queria voltar pra casa.

Eu o ouvia com atenção enquanto brincava com seus fios de cabelo, enrolando e desenrolando-os devagar.

- Você tem trinta e poucos anos, Louis, eu tenho dezoito. Você já foi casado, eu nunca nem namorei. Eu não faço a mínima idéia de como um relacionamento funciona. - ele suspirou, olhando para baixo, meio que se desculpando por tudo isso.

Sorri, achando aquilo tudo extremamente fofo, e puxei seu rosto para o meu, unindo nossos lábios calmamente. Fiquei com medo de Harry se afastar novamente, por isso tomei o máximo de cuidado e tentei manter o clima sossegado, porém, Styles não colaborava. Ele percorria suas mãos por onde conseguia, não sabendo onde as deixar. Tentava cada vez mais intensificar o beijo, me fazendo puxar seus cabelos esforçando-me para manter a calma.

- Styles, se acalma - eu disse me afastando um pouco e sorrindo - temos o tempo que você precisar.

- Eu preciso de você agora, Tomlinson. - respondeu ofegante.

Sorri e, a milímetros de unir nossas bocas novamente, a campainha tocou. Me levantei, imaginando ser nosso jantar, e fui até a porta, paguei o motoboy e peguei nossa pizza. Voltei para a sala e vi que Harry estava com uma almofada em seu colo e com sua cabeça jogada para trás.

- Está tudo bem? - ri um pouco, imaginando a situação em que ele se encontrava.

- Tudo - ele respondeu ofegante - me dá um minuto.

Enquanto o príncipe se acalmava, fui até a cozinha pegar dois pratos e algumas bebidas.

- STYLES - gritei da cozinha - VOCÊ TOMA CERVEJA OU PREFERE UM VINHO?

Ouvi sua risada da sala, já prevendo que isso iria acontecer.

- PODE SER UMA CERVEJA, TOMLINSON.

Peguei tudo que era necessário e voltei para a sala, sentando novamente ao seu lado e entregando-lhe um prato com a pizza.

- Já até sei quem você é num relacionamento - ele quebrou o silêncio.

- O que? - fingi estar indignado com sua frase - só porque eu gosto de um bom e velho vinho eu tenho que ser o passivo?

- Não só por isso. Você é baixinho também, é fofo.

Revirei os olhos. Eu nem sou tão baixo.

- Não sou baixo! Você que cresceu demais e tem ai mais de 1,80!

Rimos e ficamos em silêncio para comer. Após terminarmos, fomos até a cozinha e, enquanto Styles lavava a pouca louça que sujamos, eu enxugava e guardava.

- Tomlinson - ele me chamou, me fazendo virar em sua direção - você vai me levar para casa ou eu vou dormir aqui?

Eu não sabia corretamente se meu intúito estava certo, mas eu senti um segundo sentido naquela pergunta.

- O que você preferir, baby. Quer que eu te leve para casa?

- Na verdade eu queria ficar aqui - Harry respondeu se aproximando de mim e beijando meu pescoço lentamente.

Eu não respondi nada, apenas soltei o ar num gemido baixo, já sabendo o que estava por vir, e apertei sua cintura contra a minha, juntando nossos corpos.  

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