☆ first call ☆

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"Oi", a minha voz foi a primeira a ser escutada depois de longos segundos com meu telefone encostado em minha orelha ouvindo apenas a respiração de Lauren.

"Sua voz é... fofa", essa foi a primeira coisa que eu ouvi da voz de Lauren e senti vontade de rir logo em seguida.

Definitivamente, aquela garota realmente tinha problemas.

Eu franzi o cenho, olhando para o teto e mordendo de leve meu lábio inferior. Se minha voz era fofa, o que a de Lauren poderia ser? Eu só conseguia pensar que soava de maneira gostosa em meus ouvidos.

Lauren era esquisita.

Ela me fazia fazer perguntas que eu não sabia como responder mais, me fazia sentir esquisita também.

"Mas então, como foi seu dia?", ela perguntou de maneira calma e eu me perguntei se ela sorria quando o falava. O sorriso dela deveria ser bonito, assim como ela.

É engraçado eu a achar tão bonita, porque Lauren se acha péssima. Isso não faz o mínimo sentido.

"Por favor, me diz que não se assustou com minha voz. Eu juro que essa é ela bonitinha, tô me esforçando", Lauren riu, voltando a falar e eu soltei uma pequena risada antes de responder.

"Sua voz é bonita, é bom de ouvir", dei de ombros mesmo que ela não pudesse me ver e suspirei. "Não se assuste com a minha, eu estou meio rouca essa semana."

Então ela riu, como se achasse aquela conversa absurda. Foi a primeira vez que eu ouvi a risada de Lauren e tudo que eu conseguia pensar era como ela se achava menos que perfeita ou adorável.

Eu não entendo muito bem porque continuo a elogiando.

Eu não me importo.

Acho que Lauren realmente precisa ouvir de alguém que ela é boa o suficiente, muito mais que eu deveria ouvir.

Ainda assim, não sei porque muito bem ela veio até mim. Eu acredito em Deus, mas não em destino.

Mas Lauren...

Lauren era diferente de tudo o que eu já tinha visto.

"Você é louca", ela riu outra vez, em uma gargalhada gostosa e espontânea quando eu terminei de contar a ela toda minha aventura escolar do dia de hoje. Não era engraçado, mas eu ri com ela. "Você não deveria assustar as pessoas, Camz."

"Camz?"

"Você precisava de um apelido, eu achei fofo...", ela disse parecendo temerosa do outro lado da linha e eu pude apenas sorrir sem graça, sem saber muito bem como responder isso. "Mesmo assim, as garotas da sua escola não devem ser tão más."

"Elas são umas babacas, querida", respondi de maneira calma e percebi quando ela soltou mais uma risadinha fofa. "E eu não sou nem um pouco assustadora, minha cara parece de um bebê. Elas se assustam porque são idiotas."

"É que elas não conhecem o quão adorável você pode ser, só vêem essa cara séria aí que você faz para tentar se proteger", eu pude imaginar ela gesticulando enquanto falava e involuntariamente um sorriso foi se formando em meus lábios a cada palavra que ela dizia. "Mas eu conheço um pouco de você e sei que não faria mal a uma mosca, apesar de que elas parecem bem idiotas mesmo e merecem uma surra."

Eu ri, mas neguei com a cabeça. Nunca entrei em uma briga por mim ou por alguém e nunca entraria, acho isso uma coisa tão... pré histórica.

Por que deveríamos usar força bruta para tentar mostrar dominância? Isso não é racional.

"Só para deixar claro...", continuei e ouvi quando ela fez um barulho indicando que eu continuasse. "Elas são idiotas porque tem medo de mim e tratam as pessoas mal...", franzi o cenho, fazendo uma careta. "Eu não iria dizer isso para falar a verdade, eu ia dizer que... Pode me chamar de Camz se quiser, ninguém nunca me chamou assim."

notas sobre ela ♧ camren ♧Onde histórias criam vida. Descubra agora