2 semanas e meia depois de escrever algo em um diário

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Tudo pareceu tão normal no final daquela semana, na outra e na outra. Eu e Bernardo ficamos tão próximos que nem eu mesma consegui distinguir se eramos amigos ou um casal de namorados - não importa, ele precisa me pedir em namoro formalmente - antes que eu exploda e peça pra ele namorar comigo. Eu estou literalmente de 4 por ele e pior, ele sabe disso.

A Lisa está namorando um garoto da escola Cornelios, vizinha da escola  que estudamos. Seu nome é Gregori, eu não sei muito sobre ele, mas, parece gostar dela e ama gatos, todos os dias ele vai ficar com ela no recreio, ou seja, a nossa mesa fica repleta de doce diariamente, minha taxa de glicose já bateu recorde esse ano. Ester por sua vez, está crushando Caio, da nossa sala, ele não parece está afim dela, mas, isso não a impedi de planejar um futuro com ele.

As piadas feitas por Fábio e Pedro logo pararam, não entendi o por que, afinal, eles faziam isso desde o 6° ano. Patrícia assumiu o namoro com David, que ótimo, quem se apaixona em 2 semanas e meia de convívio? Será que é paixão ou ...?

Talvez, eu deva ocupar minha mente com alguma coisa produtiva - nunca pensei em usar essa palavra - acho que preciso esquecer eles, não faz sentido, não me importo com a opinião deles.

Saí da mesa e ninguém notou, quer dizer, Bernardo fez uma cara de "Para onde você pensa que vai?", acenei para ele e saímos, quase que ninguém notou, alguns olhares de outras mesas nos fuzilaram. Contei para ele o que iria fazer, ele riu, sempre  participo do concurso de soletrar da escola, vale nota e um vale acompanhante para o restaurante lagosta, costumava ir lá quando meu irmão era vivo, parece que depois que ele morreu tudo ficou cinza e sem graça e olha que o restaurante é pintado por um vermelho intenso e forte.

Fomos até a sala da diretora Francis, eu estava com um nó na garganta, sabia os efeitos que ela causava no Bernardo - um efeito duro e volumoso! - O ambiente ainda era o mesmo, nada de novo, a não ser por ela está extremamente feliz.

- Olá, Valentina e...Bernardo, faz tempo que vocês não aparecem aqui. - Falou, com estranhamento.

Eu não sabia o quê daquela conversa, o que ele faria naquela sala a não ser por querer transar com ela?

- Eu, bom...argh - ele se engasgou e eu  joguei um olhar "É melhor você se controlar"

- Vim aqui para me escrever no programa de soletrar da escola, vou competir esse ano, acho bom ocupar a mente. - bufei de cansaço.

- Mas que ótimo Valentina, você não concorre desde que seu...- indagou.- Fico feliz por você, desde que você parou de competir, a escola nunca mais teve um ganhador. Você venceu 13 vezes o concurso, acho que deve está até cansada de comer no Lagosta. - disse, por fim.

- É melhor o lagosta que o ToFu, nos 2 primeiros anos que ganhei, odeio comida japonesa.

- Era só isso? - perguntou.

- Na verdade, gostaria que a senhora soubesse em primeira mão que eu e o Bernardo estamos namorando. - Falei e baixei os olhos, com vergonha de tudo.

Eu esperava que ambos não falassem nada, contudo, Francis começou a andar histérica pra todos os lados, sacudindo a grande bunda que ela possuí. Bernardo abriu os olhos o suficiente pra eu achar que ele estava morto.

Pensei por um breve momento sobre aqueles sinais. Eles... sério?

- Vocês estão transando? - questionei.

- O quê? - Ela arregalou os olhos.

- Estamos namorando? - foi a vez de Bernardo se pronunciar desde que entrou em um estado de inércia. 

- Eu perguntei se vocês dois estão transando. - bufei.

- Valentina, não é isso. Eu só achava que você iria se apaixonar pelo David, ele vive falando de você pra mim...argh. Desculpe.

- Não! Ele nem falar comigo fala e eu estou bem assim, mas de qualquer forma, espero ser convidada para o casamento de vocês dois. - levantei. - Docinho de coco, meu preferido. Nao se esqueça. - dei uma tapinha no ombro de Bernardo.

Saí furiosa e pisando forte. Como eu não liguei os pontos? Eles, transavam!!!!!! Ou transam, aff. Eu sei que eu peguei o Bernardo de surpresa,  mas a reação de Francis entregou tudo, passei pela recepção e ignorei a velhinha punk lá.

Já estava no corredor - lotado por sinal - quando Bernardo pegou em meu braço e me forçou a parar. Me virei.

- Eu te amo. - Falou, alto o suficiente para que todo mundo parasse o que estavam fazendo e nos encarasse, droga.

- Não precisa.  - e dei de costas, não dei a mínima para os fuxicos que se estalaram nos corredores assim que o deixava, fui direto pro terraço.

Eu achava que só eu conhecia aquele lugar e que o dia não dava para piorar, engano meu.

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2016 ⏰

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