Episódio Dois: A operação (AMOSTRA)

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Narração
Madson Spirline

Acordei com meus olhos completamente pregados e a garganta seca, provavelmente de tanto chorar e soluçar. Estava deitada de lado na cama do quarto de visita dos Escarlates, ainda com minhas roupas de ontem.

Não tinha ideia de que horas eram e apesar de estar de costas para a janela, era possível ver a luminosidade no quarto.

Estava frio e a luz de fora que entrava era pálida e melancólica.

Virei para a janela, ainda deitada, e vi os feixes de luz passando por ela, tão fracos e sutis que me perguntei se o sol já tinha aparecido no horizonte.

Pisquei meus olhos várias vezes, sentei na cama e esfreguei o rosto com as mãos. Levantei e abri a janela. Batia um vento fraco, mas gelado, e o céu estava completamente nublado.

Fui ao banheiro do quarto de visitas e lavei meu rosto. Encarei-me no espelho. Estava péssima, uma ogra, apesar de meus cabelos serem até a altura de meus peitos, ele ficava muito mais bagunçado do que os de Natasha normalmente, que eram bem longos, entre o meio de suas costas e sua cintura.

Sempre a achei muito bonita, e a cor de seus cabelos eram mais dourados que um amarelo loiro em si, e era bonito, raro.

Eu gostaria de pintar o meu daquela cor, mas não acho que combinaria comigo. Sou morena, cabelos castanhos com luzes de cor mostarda e meus olhos são cor de mel, um castanho tão claro que pareciam ser amarelos, e eu amava isso.

Depois que terminei de me lavar e me julgar no espelho, decidi ir até a cozinha e tomar um copo d'água, pegando o copo que Natasha havia me trazido noite passada. Quando boto o primeiro pé para fora do quarto de visitas, olho para o lado direito do corredor e percebo que a porta do quarto dela estava aberta, e vou até lá.

- Nash...? Você está aí? - Chamei por ela, mas fiquei sem resposta.

O quarto estava vazio.

Notei sua cama desarrumada e estranhei, pois Natasha é uma das pessoas mais organizadas que conheço. Imagino que ela esteja no andar de baixo e pretende voltar para cá ou coisa assim, mas então noto algo de estranho em sua parede perto da janela. Havia manchas vermelhas que pareciam com...

- Sangue? - Espantei-me.

Saí do quarto e fui até a escada, chamando por ela.

- Nash, você está bem?

Parei em frente ao primeiro degrau e a chamei de novo:

- Nash, você está ai, garota? Por favor, me responda.

Comecei a descer a escadaria lentamente e quando estava na metade, vi a porta principal da sala estava aberta, totalmente aberta e a sala destruída, com vidros para todo lado. Fiquei paralisada.

- Sr. Escarlate? Sra. Escarlate? Vocês estão aí?

Desci de maneira mais cautelosa, já assustada.

- Tem alguém aqui? Por favor, me responda! - Hesitei - se você for algum tipo de invasor acho melhor sair agora, antes que eu chame a polícia! - Falei nervosa, tentando me manter sob controle.

O Código EscarlateOnde histórias criam vida. Descubra agora