Capítulo 01

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Quando estava no jardim eu assisti um comercial na escola, onde uma mulher, General da Organização Galáctica da Paz, no inicio pensei que mais parecia com um nome daqueles lugares onde as pessoas se reuniam e diziam que quem não estivesse lá iria para lugar ruim, mas depois quando ela foi explicando exatamente do que se tratava, eu fui ficando encantada. Aos poucos eu fui entendendo do que realmente se tratava a tão famosa OGP, que estava em todos os lugares. O vídeo, interativo, onde mais parecíamos estar dentro deles com nossos óculos, nos mostrou uma nave, nos levou até uma das batalhas históricas e mostrou a importância de cada um dos tripulantes da nave, desde o que trabalhava com a limpeza, até o próprio capitão. Com o termino do vídeo, a General Gerogia Hernand, sorriu para a tela, mais parecia que sorria para mim e disse:

- A OGP precisa de você, porque só você pode nos ajudar a manter a paz em toda a galáxia. – A linda voz melodiosa e calma, mas ao mesmo tempo firme e cheia de autoridade tocou algo em mim, fazendo com que naquele momento eu decidisse me tornar um membro da Organização Galáctica da Paz.

Minhas mãos estavam suando muito, mais pareciam uma torneira aberta. Talvez isso estivesse acontecendo pelo simples fato de que eu estivesse tentando concentrar todo o meu suor de nervosismo em uma única parte do corpo. O local estava lotado, familiares, amigos e recém chegados lotavam o auditório principal. Todos estavam muito bem uniformizados, seguia-se um padrão, azul para comunicadores, vermelho para médicos, amarelo para engenheiros, verde para especialistas em lutas e armas, cinza limpeza e organização, e a única que vestia laranja, eu. O laranja representava que só estava me formando para ocupar o lugar de outra pessoa ou seja, minha função era ocupar o lugar de outra pessoa, sendo assim eu sabia um pouco do que cada um fazia e só quando fosse determinada para uma nave que iria saber qual seria minha verdadeira função e só ai eu iria me aprofundar. Existia um lado bom e um lado ruim nisso, o lado bom era que eu poderia fazer qualquer coisa, o lado ruim é que eu sou uma espécie de tapa buracos. No ano estelar de 8320, eu fui a única da minha turma que conseguiu se formar nessa função, que eles chama de faz-tudo, legalmente não existe um nome correto para minha função, mas dentro da Associação, eles me chamam assim.

- Camila Cabello! – Meu nome é chamado. Meu coração começa a bater mais rápido, sinto meu sangue bombear. Caminho em direção a pessoa que me inspirou, que tocou meu coração para estar aqui hoje. Engoli minha saliva, eu já havia a visto, quando me forme como sargento, ela estava presente, mas apenas sentada na primeira fileira, hoje ela quem vai me entregar minha nova medalha de patente. Sentia minha respiração falhar diversas vezes, tentava me concentrar para não me esborrachar no chão e acabar com tudo. Primeiro o direito, depois o esquerdo, por fim parei a frente dela. – Meus parabéns. – Me entregou uma caixa marrom, envernizada e sorriu para mim. – Sei que pode chegar mais longe que isso. – Me deu uma piscadela. Eu apenas assente abobalhada, não esperava tal reação dela, na verdade eu não esperava que falasse nada mais além de 'parabéns'.

Até o fim da cerimonia fiquei pensando no que ela havia me dito, depois de um tempo deduzi que ela deveria dizer aquilo para todas. Com o encerramento da cerimonia, tínhamos alguns minutos com as nossas famílias e depois iriamos ser designados a nossas naves e viajar pelo espaço. Minha família se resumia a minha mãe, então fui até ela e a abracei. Eu nunca tive um pai, nem se quer tenho lembranças de ter tido um, minha mãe foi tudo que eu precisei e se não fosse por ela, eu não estaria onde estou.

- Estou tão orgulhosa. – Me abraçou apertado. – Tenente! Minha filha agora é Tenente! – Falou exibida.

- Mããee... – Resmunguei.

- Tudo bem, tudo bem, prometo que não me exibirei.

- Certo. – Sorri. Eu sabia que não era verdade, ela iria se exibir, falar de mim para todos. Ela adorava fazer isso, mas eu a entendia, afinal todos achavam que eu acabaria gravida e sem um pai, como aconteceu com ela. – Como estão as coisas?

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