Prólogo

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Você pode me achar louca, carente ou até mesmo dizer que vivo de ilusões.

Não vou me ofender. Sério. Eu mesma já ponderei cada uma dessas opções e ainda tenho dúvidas se não são reais.

Morfeu.

O mesmo nome do deus grego dos sonhos. O local onde desde meus quinze anos ele me assombra.

Todas as noites ele vem. E todas as noites eu me entrego a ele desde aquela época.

São apenas sonhos, não tenho dúvida disso. Mas pode uma pessoa sonhar sempre o mesmo sonho e ser normal?

Meus sonhos variam, mas ele está em todos. Ele é minha maior obsessão.

Com os olhos negros como pedras de ônix e longos e sedosos cabelos de um tom impossívelmente azul. Sua pele dourada recobre um corpo maravilhosamente esculpido.

Amo explorar cada sulco de seus músculos e seu abdômen. É meu playground dos sonhos, literalmente.

Se eu procurei um psicólogo? É claro. Vários, na verdade. Mas abandonei todos após a primeira consulta. Eles me diziam que Morfeu era apenas fruto do meu subconsciente e que se eu preenchesse essa necessidade de atenção ele sumiria.

Eu tentei, juro que tentei, mas foi impossível. Ele não desapareceu e eu não quero que ele .

Ele é uma parte de mim, mesmo que sejam apenas sonhos.

Apago a luz e fecho os olhos enquanto acomodo a cabeça nos travesseiros e espero por ele.

Ele sempre virá para mim.

Morfeu Onde histórias criam vida. Descubra agora