Capítulo 3 - Sem revisão

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Cedar

Já tinha visto casas tanto na televisão como pessoalmente, mas aquela achou muito bonita. Gostou das cores claras e a disposição dos moveis para poder andar sem esbarrar em nada que pudesse quebrar.

Eles tinham aquele instrumento preto grande que tocava nas teclas brancas e pretas e saia musica não se lembrava do nome mais gostou de ouvir. A companheira de Brass tocou uma vez e adorou o som.

Seguiu junto com Brass a senhora por uma imensa escada branca que levava ao segundo andar e já podiam sentir a todos os cheiros que aquela casa exalava, principalmente dos seus moradores que eram mais freqüentes em todos os ambientes.

Andamos por um corredor extenso cheio de portas e vimos tristes o quanto aquilo custava a doce senhora a sua frente. A dor dela era imensa e latente! Podiam enxergar isto também em sua postura curvada e nos olhos vermelhos cheios de olheiras. A fêmea estava magra ao julgar pelas roupas folgadas, com certeza não se alimentava direito há dias.

Sabia o que era a dor de uma perca. Ela nós queimava por dentro como se uma faca em brasa nos cortava a alma a cada segundo de nossas vidas. Nunca curava apenas... sangrava.

- Este é o quarto de Judie, podem ficar a vontade. - disse abrindo a porta.

O cheiro de rosas com algo sutil me atingiu em cheio ao entrar naquele quarto e não pude conter o rosnado que saiu de minha boca assustando a pobre senhora. O sentimento de posse me atingiu. O sentimento de proteção misturado com luxuria me deixaram cego por alguns minutos quando invadi o quarto e peguei uma peca de roupa que estava sobre a cama e cheirei profundamente. Nem se passasse sem anos eu esqueceria aquele cheiro!

_ Minha. - rosnei ainda possesso.

_Perdão senhora. - ouvi pedir Brass – Cedar apenas ficou nervoso com a situação em que sua filha se encontra. - disse me olhando intrigado no momento que eu abaixei a cabeça para olhar uma foto sobre a mesa. A fêmea de cabelos castanhos e olhos brilhantes me hipnotizou! - Podemos ver o quarto de sua outra filha? - Brass me bateu no braço me chamando, o segui levando a peça de roupa comigo.

_Sim, por aqui. - sai relutante seguindo os dois logo – Este é o de Sophie, fiquem a vontade. - indicou para que entrássemos e saiu quase correndo chorando.

Odiava aquilo tudo. Odiava ver a pobre senhora sofrer e mais ainda por querer uma fêmea humana consigo. Nunca ia aprender!?

Entramos no quarto e olhamos e vasculhamos tudo desde o closet, banheiro, os objetos pessoais sobre a escrivaninha e principalmente as fotos. Em todas ela estava com a irmã e tinha pessoas junto, mas o que chamou a atenção de Brass foi à maneira como dois homens olhavam para ela. Enquanto um olhava com amor o outro olhava com luxúria e cobiça. Brass levou o porta retrato consigo.

Encontramos a Sra. Karen no corredor com um lenço na mão enxugando as lagrimas.

­_Quem são essas pessoas senhora? - foi logo perguntando Brass apontando para o porta retrato.

­_Ah! É os amigos da faculdade, menos este. – e apontou o primeiro homem – Este é Soren, o segurança de Sophie. Ele havia pedido nossa permissão para se aproximar dela, estava apaixonado. Infelizmente está morto. - explicou

_E este? Sabe quem é? - perguntei curioso.

_Não, não sei quem é. Bom, precisam de mais alguma coisa? Vou descer. - disse Karen. Ela não se sentia bem ali sem suas meninas e por isso evitava ir até os quartos.

- Não, podemos nós juntar aos outros. - e se retiraram. Enquanto desciam as escadas ouviram o barulho de carro chegando e só então notamos que tínhamos ficado tempo demais nos quartos.

Todos estavam tensos e procuravam ir para os SUVs antes dos visitantes chegarem. O Sr. Smith e a esposa nós acompanharam ate lá fora. Mas assim que o carro deles chegaram e abriram as portas, eu e Brass pararam e olharam para os visitantes rosnando.

- Acalmem-se. – pediu Trey, membro da força tarefa – Vão assustá-los. O que está havendo?

Fui eu que respondi enquanto Brass os observava com atenção os quatro jovens irem para dentro da casa.

- O cheiro das garotas está em um deles.

- Você tem certeza? - quis saber Tim, que apenas recebeu um aceno de concordância da espécie. - Bom, vamos ter de ficar e descobrir em qual. Sr Smith, temos de conversar com eles é importante. - o homem apenas acenou para os jovens se aproximassem.

Eu e Brass colocamos nossas mascaras e os óculos para nos disfarçar além de ficar um pouco afastados.

Voltamos a entrar na casa.

_Meus queridos, como estão? - Karen abraçou os filhos e cumprimentou as noras com um beijo. - Estes são os agentes do FBI que irão ajudar nas buscas das suas irmãs. - disse surpreendendo a todos com sua naturalidade, afinal não haviam planejado este encontro. Os rapazes sabiam quem eles eram, mas as garotas não.

_Como vão, tomara que encontrem logo nossas garotas. - tomou a frente Antony cumprimentando a todos - Bom nós vamos deixar vocês voltarem ao trabalho. Vamos pessoal. - e levou o irmão e as garotas para outra sala.

Eu e Brass estávamos nervosos e agitados ao certificar que o cheiro das meninas vinha da fêmea humana loira e explicamos a todos.

_Aquela é Mary, namorada de Stefan. Não pode estar envolvida com nada. Está certo que ela não gostava muito das meninas, mas a participar de um sequestro? Não posso acreditar nisso. - dizia Karen nervosa com os olhos arregalados diante desta possibilidade. Todos da família sabiam que Mary não gostava de Sophie, mais isto era demais - Vocês tem certeza!? - ela nos olhou esperançosa.

_ Infelizmente sim, senhora. - respondi me odiando por isto, pois a magoa brilhou em seus olhos já cansado e sofridos - Vai ser um golpe duro para seu filho se isto se confirmar.

_Vamos ficar de olho nela. Vocês sabem onde ela mora? Família? Toda informação que tiverem será útil. - perguntou Tim.

_Não muito. - disse Thomas – Sabemos que se conheceram na faculdade e ela cursa Direito. Seu nome é Mary Clark, é filha única e seu pai morreu a três anos vítima de um assalto. Ele era vigia de um banco e a mãe é secretária de uma médica no centro da cidade.

_Conhecemos a mãe dela. É uma mulher simples e alegre apesar da perda que sofreu. Muito simpática. - acrescentou Karen.

_Ok. - disse serio Tim - Nós vamos nos retirar, mas iremos ficar por perto. Vocês hajam com naturalidade como se tudo estivesse normal. Não vamos arriscar deixá-la nervosa se souber de algo e, por favor, não comentem nada com seus filhos, pois podem deixar escapar alguma coisa. - orientou

- Sr Thomas – Trey se aproximou com algo na mão – Use isto, por favor. É uma escuta. - e colocou o pequeno objeto preso no colarinho da camisa do senhor.

- É mesmo necessário isso? - Cedar percebeu que ele estava incomodado com o possível envolvimento da nora no caso.

- Sinto muito senhor, mas temos de investigar. Cedar e Brass possuem o olfato muito melhor que o nosso e se eles disseram que sentiram o cheiro delas na moça temos de tomar cuidado. - persistiu Tim.

- Tudo bem, faremos isso. - respondeu Thomas olhando para a esposa que apertou sua mão em sinal de concordância.

- Vamos todos. - informou Tim. Com a ordem os SUVs sumiram deixando o casal com o chefe de segurança na varanda. Um olhava para o outro sem saber o que fazer até que foram tirados de seus pensamentos por passos que se aproximavam.

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Cedar - Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora