LAURA
Eu estava quase caindo quando ele segurou minhas costas e me manteve de pé, o álcool estava em todo o meu corpo, sentia que não estava mais no controle.
- Muito... obri - não conseguia formar as palavras corretamente, minhas pernas balançavam.
- Não precisa agradecer, você não está nada bem, precisa descansar
Eu já nem sabia onde ficava o quarto, observei minha amiga do outro lado da sala e fui de encontro dela me esbarrando em pessoas até chegar nela, não sei se ela já sabia que eu iria perguntar sobre o quarto ou eu tinha dito e não tinha escutado, ela me levou até o andar de cima onde abriu uma porta e me levou até sua cama, sabia que era por conta dos pelúcias que ela tem desde pequena, então venho a escuridão.
Parte do quarto já estava bem claro, meu corpo pesava, principalmente minha cabeça, tentei levantar mas a única coisa que consegui vou me virar de lado e ver dois colchões no chão, Carla estava em um deles, no outro tinha rapaz que estava semi nu, tentei ver o rosto mas ele estava deitado de bruço, sem sucesso fiquei olhando o teto, até o tempo passar, mas parecia que cada momento acordado só aumentava mais a dor.
- Já está acordada?! - Carla se levanta e fica sentada no colchão.
- Não faz muito tempo - minha voz saiu tão rouca que fiquei pensando se na noite fiquei gritando, mas não lembrava de nada.
- Parece que levei um soco na cabeça - Carla geme e coloca a mão na cabeça ao mesmo tempo.
- A minha também... As pessoas foram embora ou estão todas aqui? - estava com vergonha de alguém me ver assim após eu ter acordado
- Você está maluca??!! - a alteração de voz de Carla me surpreende, como ela consegue ainda quase gritar após uma noite tão badalada
- Não... Porque?
- Laura todos estavam bêbados, você quer que acontece um acidente!!!??
- Ah é, não tinha pensado, você vai descer?
- Vou - ela pega seu cabelo como sempre de costume e faz um coque.
Ao tirar o edredom de cima, eu percebi que ela também estava apenas de sutiã, então entendi porque tinha um rapaz no quarto, procurei minha bolsa pelo quarto, assim que achei abri para pegar meu celular, mas ele não estava lá, subiu um ar gelado dentre minha costela até minha nuca, não sabia se o que eu fazia.
- Seu celular deve estar lá embaixo, você estava com ele ontem a noite
- Ahh, fico até aliviada
Desci os degraus e vi que a maioria do pessoal estava na sala, parecia uma pilha de seres humanos todos colocados como se fossem inúteis para a utilização do cotidiano, na ponta dos pés, fui procurando meu celular na sala, olhava de um lado para o outro e não conseguia achar, comecei a vasculhar dentre os móveis
- Oii Laura - a voz era de um homem ou parecia, mesmo assim eu me assustei e sem querer pisei em alguém sem querer.
- Me desculpe - tentei falar sem fazer tanto tumulto, mas eu acho que ocorreu tudo ao contrário.
Mais e mais pessoas estavam acordando e tudo era minha culpa, corri para a cozinha para ver se encontrava meu celular, mas nada, corria de um cômodo a outro e não achava, até que então de todo o silêncio e múrmuros eu escutei um som do telefone, corri de encontro do som, que ficava cada vez mais alto ao me aproximar e então percebi que estava dentro da sala ao lado do sofá, coloquei a mão dentro das almofadas e vi que ele estava lá, ao pegar vi que era a ligação da minha mãe, e na caixa de ligações perdidas existiam várias e várias ligações dela, enfim atendi.
- Alô? Mãe?
- Laura onde você está? Vem pra casa agora - a voz dela era de quem não tinha dormido a noite toda
Eu ia responder mais então algo líquido caiu totalmente em mim, e nele tinha um odor, estava claro que tinha acabado de tomar um banho de vômito de alguém da festa, fui responder minha mãe mas meu celular tinha descarregado. Subi novamente para o quarto, quando abri a porta vi que Carla aos amassos com o seu novo "peguete", ao me ver ela jogou um travesseiro e pediu para mim sair, fui ao banheiro mas tinha alguém lá, eu estava completamente nervosa e descontrolada minha cabeça doía e meu corpo pesava tentei descer mas pisei no degrau errado e então só senti a queda quando eu por fim estava no pé da escada com todos me olhando.
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Entre o Desespero e a Esperança
RomanceUma busca entre salvar seu marido e manter a família, Karina se vê contra uma parede imaginária; com cenas bem profundas e personagens envolventes, Karina, Bruno e Laura descrevem suas dificuldades e assuntos de extrema invisibilidade social.