Decepções (*1*)

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Nunca pensei no quanto sofrer pudesse ser bom. Sofrer pode ser tão bom, que ele chega a ser como vinte mil tapas em seu rosto, acompanhados de pregos perfurando sua pele sem piedade. Talvez não seja tão ruim assim, mas a lição que ele te dar é muito melhor.

Os vinte mil tapas da minha vida foi o belo dia na qual não sei porque decidi acordar e ser rejeitada sem motivo pelo meu namorado (Su Ho) com quem, até então, aspirava casar-me e ter muitos filhos.

Os pregos perfurando minha pele foi o fato de vê-lo se beijando em uma balada, no mesmo dia no qual terminamos, com minha ex-amiga. Voltei a me perguntar naquele momento, porque havia acordado?

Tinha acabado de sair do trabalho, estava indo para um parque perto da cafeteria na qual trabalhava encontrar Su Ho. Segundo ele, teria uma notícia muito importante para me falar, na qual não poderia me contar por mensagem.

Logo pensei na possibilidade de um casamento, então me animei muito, por isso me arrumara muito, diferentemente das outras vezes que o encontrava.

Ao chegar lá, o procurei ligeiramente e logo o encontrei. Corri até o mesmo e tentei o abraçar mas tive o abraço rejeitado. Ele fazia uma cara de desconfortámento a minha presença, o que me casou estranhamento de primeira.

-Oppa... -murmurei. -O que você tem?

-____________, temos que conversar uma coisa séria! -se afastou um pouco de mim, chegando o ponto de quase cair do banco.

-Oppa... Me diz logo, estou começando a ficar preocupada. -murmurei num tom quase de choro, tocando seu braço carinhosamente.

-Não me chama assim! -gritou. Empurrou meu braço com força, atingindo meu rosto.

-Oppa... Por que você tá agindo assim? O que você tem? -ignorei minha dor física e criei mais uma, mas sentimental.

-Eu quero terminar!

-Un? -praticamente gritei. -O que eu fiz de errado? Oppa, me perdoe, por favor, por qualquer coisa que eu tenha feito. -supliquei me jogando aos seus pés. Agarrei seus pés, e discretamente esfreguei meu rosto em suas calças para limpar minhas lágrimas.

-Preciso realmente dizer o que você fez? Uh... Vamos ver, você é feia, mal educada, peida na minha frente, nunca se arruma, está sempre de tênis e blusas, nunca usa maquiagem, só compra ramyeon para mim e... -tomou o fôlego. -Eu não gosto mais de você, na verdade nunca gostei. -me chutou se levantando e andando "gloriosamente" até a calçada como se fosse ser premiado por esmagar meu coração da maneira mais miserável possível.

Enquanto a ficha caía para mim, sentia as tão ácidas lágrimas quanto potássio descendo sobre minha bochecha, praticamente gritando em minha mente o quanto  eu era inferior e idiota. Berrar para que todo mundo pudesse ouvir, o quanto minha vida era desprezível e digna de nojo, com direito a eco, e a platéia.

Levantei-me e fui direto para uma balada perto dalí, pretendendo me afundar em uma garrafa de soju. Ou até mesmo, se tivesse sorte, entrar em um coma alcoólico e esquecer de toda a minha vida.

Depois de boas horas e algumas muitas garrafas de soju e serveja, em meio ao borrão que era a minha mente e visão se encontravam  avisto um cabelo, corpos, e roupas conhecidas. Me levanto com um pouco de tontura  e me aproximo de um casal, por partes conhecido, a partir de um sutil movimento de dança dos dois consigo avistar o rosto dos cretinos, mesmo com tudo estando embassado. Eram Su Ho e Ye Rin.

De imediato me jogo no chão, desmaiada, protagonizando os portões que via rapidamente se tornarem apenas uma tela preta.

Acordei com uma leve cutucada de uma vassoura em minhas costas. O negro fundo, lentamente foi se transformando na imagem de um garoto sorrindo com o dentes a mostra, com um fundo borrado.

-Senhora, senhora, por favor acorde!

-Eu não sou velha! -ele torceu o rosto e riu sozinho ao ver minha indignação com o fato de terem me chamado de senhora.

-OK! Você pode até não ser velha, mas por favor, poderia sair da balada? Já estamos fechando.

-Tudo bem, tudo bem! -disse me levantando, pegando minha bolsa de sua mão, ainda sentindo os efeitos do álcool, a dor do chute, na cabeça e do "tapa".

Só colocar meus pés para fora do maldito estabelecimento da pegação (não é um puteiro) senti meus olhos arderem por causa da forte luz do sol. Pego meu celular para ver minha cara de perdedora quando me deparo com o horário.

7:48

Corri desesperadamente até a cafeteria, esperando não acontecer nada de ruim comigo, ou ser despedida, o que já seria um motivo suficiente para assinarem meu atestado de órbito. Na entrada do estabelecimento, paro para tomar o fôlego e me deparo com um novo e aparentemente autoritário homem vestido de terno especulando os funcionários. "Novo chefe?" logo penso.

Tento entrar de fininho, mas esqueci do pequeno e barulhento sino acima da porta que anuncia a entrada do, até, mais desprezível animal existente. Suei frio, ao ver o mesmo homem, de rosto jovem e cabelos loiros, se virar e vir até minha direção. Perpétuo minhas pernas juntas e duras feito concreto, como se fosse prestar continência a algum general ou algo do tipo até que vejo ele fazer quase o mesmo, mas de maneira mais calma e sutil, tocar meu cabelo, e dele tirar um caco de vidro e bosteijar:

-Pelo visto, teremos uma longa caminhada, não é mesmo? -abriu um sorriso sarcástico e enojante.


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