Capítulo 11

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Acordei com uma forte dor de cabeça e estava sentindo um gosto de sangue dentro da boca, mas não tinha sangue na minha boca, confesso que estava com medo, talvez esta possa ser minha última noite, gostaria de deixar este lugar o quanto antes, seus guardas me levaram até um corredor, abriram um calabouço e me empurraram ali mesmo, estava escuro, desci as escadas com certa dificuldade, assim que percebi que não haviam mais escadas a luz tomou-se do local, o rei estava próximo a uma mesa junto de seu filho e a rainha o lugar era grande mas cheirava a musgo, em cima da mesa havia uma taça reluzente dourada, e uma vela no centro, me aproximei da mesa.

-Majestade, o que devo a honra de sua companhia? –Disse sínica mas com uma voz cansada me aproximando da mesa junto de seu filho e da rainha.

-Poupe esforços para tentar me agradar Mary, vamos recomeçar, pegue, aprecie da safra Twickana –Recusei com medo de ter alguma substância que poderia me matar, um servo se aproximou pegou a safra e serviu as duas taças, ele bebeu o vinho para mostrar que não continha nada, levei o a taça até minha boca e saboreei da safra.

-Por que estou aqui? –Repliquei largando a taça em cima da mesa velha de madeira que estava prestes a cair igual a mim –Como parei aqui?Quem me levou até aqui?

-Você cala a voz do povo, preciso de você no castelo, é forte, corajosa e presumo que gosta das coisas como você quer, a questão é COMO você fez, faz tudo isso?! –Exigiu e neguei com a cabeça

-Não lhe devo satisfações, pode ser meu rei, mas não sou obrigada a responder tal coisa –Elevei a voz e senti uma dor –Diga-me como parei aqui

-A maioria das pessoas se contentam em responder minhas perguntas –Replicou nervoso e guardas se aproximaram de mim então ele levantou a mão e dispensou seus guardas, olhou novamente para mim e continuou -Respeitosamente, estas manifestações não me interessam, precisa ficar aqui no castelo, para calar a voz do povo, ou é claro poderia continuar nestas manifestações que não vai chegar a lugar algum sabe o que aconteceria se eu decidisse me importar com estas manifestações? Você cairia –Ele soltou sua taça de ouro fazendo a quebrar impiedosamente ao chão levei um susto e dei um passo a traz e ele prosseguiu –Não cometa um erro idiota

-Não irei tomar quais quer decisões precipitadamente, aquelas pessoas que estão lá fora iram ficar mais sedentos de sangue quando descobrirem que estou aliada ao rei, serei uma traidora, não me perdoaria nunca então eu digo e repito minha resposta é não! –Bati com as duas mãos na mesa cerrando os olhos, estava me saindo bem por hora, é claro que eu nunca conseguiria o intimidar, mas era um começo

-Quanto a isso você vai anunciar um tratado de paz, iremos conversar sobre isto depois, por enquanto irá se manter no castelo, comerá do bom e do melhor, posso lhe dar títulos, terras se quiser, joias, diamantes, safiras, mas tem que fazer o que eu digo! –Seus olhos pegavam fogo, a qualquer momento ele poderia voar em meu pescoço mas estava sob controle, talvez porque sua família estaria aqui? Do que me adianta ter títulos, terras, fortunas, tudo aquilo não me interessava, estava pensando o quão seria desconfortável acordar todas as manhãs fingir que está de bom humor diante das circunstancias

-E se eu não quizer? –Propus

-Eu mando cortarem sua cabeça por traição –Arregalei os olhos e engoli seco, tirei as mãos da mesa e mantive a postura para trás, Aurion trocou algumas palavras com sua família e guardas e passou por mim e finalizou –Espero que esteja claro nossa aliança.

-Por onde começo? –Disse com amargura e arrependimento em minha voz, eu não podia acreditar que estava me sujeitando aquele papel hipócrita! Quando achar a melhor forma de sair desta gaiola, sairei!

-As servas irão te ajudar no que precisar neste quesito –Se referiu as minhas vestes sujas e rasgadas, confesso que me senti bem humilhada.

-E você dormiu durante 3 dias, não acredito que se sujeitou a levantar uma rebelião contra mim, que deus tenha piedade de você -ele passou reto ao lado de seu filho e a rainha, eles subiram as escadas saindo do calabouço a junto de seus guardas, esperei para que fechassem as portas e fiquei sozinha fiquei rodeando o local pensativa, realmente eu ainda não sabia o que ele queria mas tinha certeza que não era coisa boa, nada de Aurion é coisa boa, mas se eu recusasse estaria pondo minha vida e de mais outras milhões em risco, era a única decisão a tomar, eu juro com todas as minhas forças que não me lembro de ter feito uma rebelião, eu forçava minha mente mas não lembrava de nada, só de um homem me achar na floresta. levei um susto quando a porta se bateu e duas servas vieram à minha companhia, fizeram uma reverencia desnecessária

-Boa-Noite Harley Blackwell sou Abigail e esta é Kelly iremos lhe guiar no que precisar, primeiro iremos arrumar sua aparência –Pegou minha mão e abriu um sorriso discreto, olhei para as duas e soltei minha mão

-Não tem nada de errado com minha aparência! Segundamente não precisam fazer reverencia alguma, não sou nobre, conde, dama de companhia, sou parte dos camponeses, para falar a verdade líder de uma rebelião –Disse orgulhosa, elas trocaram um olhar e voltaram seus olhares para mim

-Sabemos disso, mas agora é um membro provisório da corte, então tem que se vestir de maneiras adequadas, nós deixe lhe ajudar –Replicou com uma maneira doce, então ela esticou sua mão, olhei bem, fiz um juramento mentalmente que mesmo que eu use quantidades exageradas de maquiagem, diamantes, roupas de nobres, não iria mudar de jeito algum, respirei fundo e apertei a mão de Kelly que me guiou até a saída.

A ultima Lua - A herdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora