Capítulo 4 – Liz/ Arthur
Liz
Segundo dia seguido que eu saía praticamente correndo da biblioteca, mas dessa vez, saí com ainda menos receio do Arthur. Se ele estava com a intenção de me assustar, o seu tiro estava saindo pela culatra. Encontrei o Ricardo e ele sorriu para mim assim que me viu com a expressão mais tranquila. Fomos o caminho todo até a minha casa com ele falando sobre amenidades e o clima superleve. O Ric pareceu evitar falar no Arthur para não me aborrecer e tentou me manter alegre.
Cheguei em casa e não havia ninguém, olhei o meu celular e havia um recado do leão dizendo que chegaria muito tarde porque estava fazendo plantão no trabalho. Aproveitei a casa vazia para tomar um banho demorado e fazer um lanche, depois me joguei no sofá e terminei de ler o livro que tinha começado uns dias atrás. Subi para o meu quarto quando a noite já estava fechada, peguei o meu diário e escrevi sobre o meu dia, minhas inseguranças e as minhas certezas. Sempre fazia isso, gostava de documentar a minha vida, ainda mais agora que precisava pensar melhor nas coisas e o diário sempre me ajudava muito. Escrevi até o sono tomar conta de mim, ainda permanecia sozinha, não havia nem sinal do meu avô e achei aquilo um pouco estranho. Acabei pegando no sono antes mesmo do meu irmão chegar e acordei assustada no dia seguinte. Já levantei correndo para o quarto dele, mas para o meu alívio, ele estava se levantando também.
— Que horas você chegou ontem, leão? – perguntei assim que o vi. Ele me olhou surpreso.
— Essa não foi a educação que eu te dei, garota. – ele falou rindo. – Cadê o bom dia, como vai, dormiu bem? – eu bufei parar ele.
— Bom dia! Como vai? Dormiu bem, alteza? – falei fazendo uma reverencia para ele.
— Muito melhor agora! – ele exclamou. – Eu estou ótimo, dormi muito bem. Obrigado por perguntar, minha fiel serva! – eu arremessei um travesseiro que acertou em cheio a cabeça dele.
— Deixa de ser palhaço, Leon! E agora responda a minha pergunta. – falei tentando conter a risada dos seus cabelos em pé.
— Eu cheguei por volta da meia-noite, policial. – ele me respondeu revirando os olhos. – Saí depois do trabalho para tomar umas cervejas. – foi a minha vez de fazer careta para ele.
— Com aqueles caras, Leon? – eu odiava os amigos do meu irmão, achava que eles eram uma péssima companhia para ele.
— Não começa, Liz. Eu só tomei duas cervejas, vim para casa e já estou de pé para te levar para a escola, então, não me enche! – ele sempre ficava na defensiva quando o assunto era esse.
— Eu não vou te encher, você sabe o que faz com a sua vida e as pessoas com quem não deve andar. Estou lavando minhas mãos, já cansei de falar com você sobre isso, Leon. – saí batendo a porta do quarto.
Fui direto para o meu banheiro tomar banho e me arrumar. Escolhi uma blusinha branca e uma jardineira preta, peguei meus tênis, arrumei minha bolsa e penteei meu cabelo. Terminei de me aprontar e desci para tomar café, mas antes dei uma olhada no quarto do meu avô e estava vazio. A cama não estava desfeita e eu concluí que ele havia passado a noite fora, aquilo estava cada vez mais frequente e eu estava começando a desconfiar que ele talvez estivesse enrabichado por alguma mulher. Torci para que fosse verdade e que aquela alma caridosa colocasse um pouco de sensibilidade na carranca do Seu Nicolau.
Cheguei à cozinha e o Leon já estava lá com cara de cão arrependido, ele sempre ficava assim quando fazia alguma grosseria para mim. A mesa já estava posta e um copo de suco me esperando.
— Me desculpe, flor de lis. – ele pediu. – Você sabe que me irrita esse seu jeito de querer mandar no que eu faço, mas eu sei que você só se preocupa comigo. – Leon puxou a cadeira para eu me sentar.
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Fire On My Mind (Em Revisão)
Lãng mạn*NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS.* Ela parece um anjo, seu rosto é doce e delicado, mas não se engane: Ela é o diabo disfarçado. Liz e Arthur têm todos os motivos para se detestarem desde que uma tragédia acometeu a vida de suas famílias...