PAULA
— Renata, por favor temos que fazer algo rápido, temos quinze dias para esse tratamento começar a fazer efeito, estou voltando para o Brasil. — Renata arregalou os olhões azuis. — Fui contatada para realizar uma operação lá e é provável que em algum momento eu encontre o Gael, nunca se sabe, vai que eu o encontre em algum restaurante? E se ele tiver família? Eu juro que vou querer destruir, por favor não quero mais isso para mim, preciso me curar. — Falei desesperada com minha terapeuta.
— Então deite-se e relaxe, vamos continuar de onde paramos. — Ela falou amavelmente, eu me deitei confortavelmente e comecei a relembrar.
— Enquanto limpávamos a bagunça que meu irmão e a cambada de amigos dele fizeram, conversamos.
1999
— Gostei de ver você colocando moral. — Ele disse sorrindo.
— Eu estava tentando me concentrar em um livro, mas não estava dando com aquele som alto. Quando desci e vi meu irmão se atracando no sofá da nossa sala, ah! Não deu certo, tive que resolver.
— Somo jovens Paula, temos que nos divertir, enquanto podemos. — Ele disse cuidando com as palavras.
— Eu me divirto e muito, com os meus livros.
— Você está gostando da nova escola? — Falou recolhendo os copinhos e pondo em um saco plástico.
— Legal, tirando os idiotas da sala do meu irmão, está ótimo. Tenho que ouvir piadinhas de mal gosto deles, só porque sou irmã do Danilo.
— Você é o novo brinquedinho e sem contar que você é linda. — Ele olhou nos meus olhos.
— Linda e comprometida com meus estudos, não sou obrigada a ouvir essas idiotices deles. — Ele ficou parado me olhando por alguns instantes e em seguida, desviou o olhar e pegou mais copinhos do chão.
— Nossa, estamos conversando civilizadamente. — Sorri.
— Pois é, você não é tão idiota quanto parece. Você é idiota, mas até que dá de suportar. — Gargalhamos.
Depois de tudo limpo, ele foi para o quarto de hóspedes e eu para o meu.
2016
—Você gostou de estar com ele, de conversar com ele? —Renata perguntou, anotando alguma coisa na prancheta.
— Pelo jeito sim, porque eu pensei muito nele, naquela noite. Até consegui ver algo de bom nele e eu podia garantir que não eram seus lindos olhos cor de mel e muito menos aquele sorriso perfeito, sei lá, no fundo, bem no fundo, ele era gente boa.
Até consegui ver algo de bom nele e eu podia garantir que não eram seus lindos olhos cor de mel e muito menos aquele sorriso perfeito, sei lá, no fundo, bem no fundo, ele era gente boa
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Nas Mãos do Destino
RomanceGael Rieger, 34 anos, cirurgião cardiotorácico, casado e pai de um menino de cinco anos, que é o motivo da minha alegria em meio a tudo que venho passando. Minha esposa Lara, tem um tumor inoperável no cérebro e só um milagre pode salvá-la, ou um ne...