Hazel Lancart

225 23 9
                                    




Sentia meu corpo preso a algo fofo, porém molhando, alguma coisa que deixava minha pele muito grudenta que ao tentar me movimentar dava pequenas fisgadas forte em minha pele movimentou meu braço e dei um pequeno impulso para me levantar, sentindo todos os meus poros arderem como se estivesse totalmente cortada apesar de não enxergar nenhum corte inicialmente. Abrir os olhos percebendo minha visão um pouco turva, onde tentava trazer clareza as minhas vistas, onde me deparei com um local arrepiante, pousei lentamente os olhos sobre meu corpo percebendo que havia sangue em minhas roupas...

Havia sangue demais naquele lugar, sentia meu corpo oscilar de dor, minhas mãos estavam molhadas de sangue enquanto eu tentava desvendar se o sangue em minhas mãos eram meus ou de uma outra pessoa. Levantei ainda tombando pros lados tentava me manter no lugar sem cair, olhava pros lados sem encontrar foco em nada, minha pele estava com um cheiro enjoado assim como na minha boca que continha um gosto um tanto metálico, olhei pros lados atordoada por não conhecer o lugar e por não conseguir controlar minha visão em nada, entreguei meus olhos, e balancei a cabeça, assim aos poucos conseguia vê um pouco, me sentia fraca demais, porém em pouco tempo o foco voltou com tudo estava um local escuro demais e o vento frio passava na minha espinha só aí o medo foi mais alto do que minha razão e corri, não sabia do quê ou o porquê de correr mais precisava correr.

Sabia que estava correndo o mais rápido que conseguia, porém parecia que não saia de lugar algum, afinal que lugar era aquele? Eu precisava sair daquele local, o medo dentro de mim estava se tornando algo forte, mobilizando meus passos e movimentos, assim fiz parei, colocando a mão no joelho e reparando em cada lado do local e devo afirmar que servia como um belo cenário para filmes de terror.

Tinha copas de árvores altas e escura o lugar mais parecia, "A floresta dos horrores", o mato estava um pouco alto demais e cortava a pele a cada movimento, como farpas, isso não poderia ser verdade onde eu estava? De quem era o sangue? Isso era um sonho? Precisava ser! Pensei em ficar parada por mais algum tempo, mas o medo em mim falou mais alto e voltei a correr, estava perdida, sozinha com medo e sangrando, poderia piorar? Aos poucos voltei a me cansar e por fim me pus a apenas andar olhando pra todos os lado sentindo o cansaço em minhas pernas, o local parecia me prender a ele, parecia que estava andando em círculos, me sentia aprisionada naquele local.

E ali parada em frente a uma grande árvore percebi que havia saído daquele lugar cheio de sangue quando ouvi gritos de uma criança, ou duas não sabia decifrar tinha medo demais, porém a curiosidade dominou e eu corri atrás do som procurando aos arredores, encontrando duas pequenas cestas no chão, duas pequenas crianças recém-nascidas jazia em duas cestas feitas de raízes da mesma Árvore como se pertencesse ao local.

Olhei para as cestas, caminhando lentamente até uma delas, com o máximo de cuidado e finalmente peguei uma das crianças que me olhava fixamente, enquanto aos poucos seu choro era calado, as coisas pareciam melhorar até um maldito vulto vermelho dá sua ilustre presença, passando de forma rápido demais pela minha frente, senti o medo me assombrar pensei em correr novamente mas precisava pegar a outra criança, andei mais rápido de volta a segunda cesta olhando para dentro dela onde jazia um local vazio, olhei ao meu redor não havia mais ninguém o quê havia acontecido com a criança? Paralisei no mesmo lugar de onde estava quando subitamente a lembrança do vulto me faz correr por uma trilha cheia de varas cortantes, não podia deixar a outra criança, parei no final da trilha que ironicamente me levava para a mesma árvore 'berçário'... Lá havia um homem com uma capa de um vermelho vivo como o sangue em cima de mim, ele jazia em pé com a criança em seus braços enquanto o mesmo balançava freneticamente a criança que estava quase que completamente silenciada.Ele era tão belo quanto o pecado, com os olhos mais escuros que já vi em toda minha vida, os lábios estavam rígidos em uma linha fina, sobrancelhas perfeitamente desenhadas e as bochechas perfeitamente rosadas era também muito alto seu corpo parecia ter sido esculpido pelo próprio Michelangelo.

O Pecado Do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora