- Já não posso ir, o meu primo mais novo está em minha casa e vou ter que ir cuidar dele…
Vivian- Na boa eu vou ter com a Myriam… mas esse entusiamos a falar…
- É que o meu primo é uma peste.
Cloe- o Leonard vai contigo e ajuda-te!
Leo- bem…
- Ah não quero incomodar e alem disso…/
Leo- Eu vou!
Ficamos a olhar olhos nos olhos, ele tinha dito aquilo com tanta rapidez, nem me tinha deixado falar até ao fim…
Cloe- Então depois eu vou-te buscar a casa da Jéssica. Divirtam-se meninos, adeus queridos, adeus Vivian, tem um feliz Natal e não os virmos mais.
Eu e o Leonard- Adeus…
Vivian- Igualmente Sª Felston.
Ela foi-se embora, toquei no ombro da Vivian…
- Desculpa…
Vivian- Não faz mal, eu logo quando chegar vou até tua casa pode ser?
- Sim, pede desculpas à Myriam e se a Jade estiver lá diz que temos que combinar algo todas juntas antes do natal.
Vivian- sim eu sei, para a troca dos presentes. Vá até logo chata.
- Até logo idiota.
Eu e Leonard caminhávamos lado a lado em silêncio, senti uma gota a cair do meu nariz e olhei para o céu, maravilhoso, não haja dúvida que lindo dia, o céu estava cinzento, cheio de nuvens carregadas.
- Vai começar a chover.
Leo- Estávamos quase a chegar a casa.
Esse não é o problema, deram trovoada para hoje e…
Segurei-lhe na ganga do seu blazer e puxei-a duas vezes. Ele parou e olhou para mim que já deveria estar corada, parecendo uma criança de 5 anos.
- Tenho medo de trovoada…
Eu sabia que ele se ia rir, só estava à espera que a sua gargalhada se fizesse ouvir.
Leonard- Vem cá.
Ele puxou-me e rodeou-me com um dos seus braços.
Leonard- eu estou aqui.
Eu senti-me segura, não sei explicar, adorava estar nos seus braços para sempre, o som da chuva, o frio, a trovoada, todos os sons e o que sentia foram como se fossem apagados, eu já não ouvia nada, já não sentia o vento gelado a passar pelos meus cabelos, era como se estivesse num espaço onde só eu e ele estávamos, juntos a caminhar, sem mais nada à nossa volta.
Leonard- Chegamos.
Acordei naquele sonho, sentindo-o a retirar o seu braço e foi como se tudo voltasse, os meus medos, o frio, o vento, tudo, senti-me novamente vazia.
Abri a porta de minha casa.
M.M- Aleluia! Olá Leonard, estavam juntos?
Os olhos da minha mãe reluziam que nem duas pedras preciosas, não que eu estivesse contra mas sentia que não podia deixar-me levar por as circunstancias.
Leonard- Olá, encontramo-nos pelo caminho e vim ajudá-la a cuidar do pequeno.
M.M- Que bom porque hoje a Anne está doente e não foi no final para o infantário, cuida dela e qualquer coisa liga-me.
- sim, fica descansada Mãe.
M.M- até logo.
Ouvimos a porta a bater e depois um barulho de algo a partir-se no meu quarto.
- Já começou!
Corri pelas escadas e cheguei ao meu quarto.
- Kevin!
O meu primo de 6 anos era uma verdadeira peste! Era filho da irmã da minha mãe, não a via muitas vezes mas via o Kevin quase sempre nesta altura do ano.
Olhei para o chão e era uma estátua que eu tinha de Ballet, a minha preferida.
- Kevin vem cá!
Era bom se ele me obedecesse, mas apenas correu para fora d meu quarto e ouvi-o a descer as escadas.
- Leonard por favor apanha-o, vou ver da Anne.
Entrei no quarto da minha irmã mais nova.
- Então pequenina estás doentinha…
A febre não estava muito alta mas pus-lhe um pano molhado na testa e mantive-a bem quentinha debaixo dos seus cobertores de tonalidade rosa clara.
- Vais ficar bem princesinha. Vou buscar algo para comeres sim?
Ela sorriu ligeiramente, estava com fome certamente mas sempre que ficava doente era muito fraquinha.
Desci as escadas.
- Leonard? Leo?
Leo- Na sala.
Espreitei e nem podia sequer acreditar no que os meus olhos viam.
Leo- Ele adormeceu.
- Como é que…. Eu vou… vou fazer um lanche para nós e para a Anne sim?
Leo- Queres ajuda?
- Deixa estar, fica aí.
Fui em direção à cozinha, eu só não conseguia retirar a imagem dele, daquela criatura perfeita aos meus olhos, com um menino de 6 anos ao colo a dormir como se de um anjo se tratasse.
Por incrível que pareça só me passavam imagem de todos os nossos momentos, o nosso beijo, a discussão, a troca de olhares, pensamentos, sentimentos, a dor de não lhe poder dizer tudo o que poderia ter dito antes, mas também relembrei “ Fica longe de mim, não quero manchar a minha reputação por tua causa” foi o que me magoa até hoje…!
Leo- Então, estás bem?
Assustei-me e deixei a faca de cortar pão cair.
- Que susto! Sim porque não estaria? Olha o Kevin…
Leo- está a dormir… ouve nós precisamos mesmo de falar…
- É isso que estamos a fazer acho que…
Eu não o olhava nos olhos não conseguia, fui buscar outra faca e continuei a preparar o lanche.
Ele encostou-se ao balcão da cozinha ao meu lado retirando os seus óculos e esfregado os olhos com os dois dedos da sua mão direita.
Leo- Eu estou mesmo arrependido. Tudo o que fiz até hoje foi tentar mostrar as pessoas o que não sou, um rufia, um mal criado e violento, magoei as pessoa que gostava e afastei as únicas que me entendiam. Mas acima de tudo eu magoei a pessoa que provavelmente amarei como nunca amei ninguém. Eu amo-te Jéssica, eu culpo-me todos os dias por te ter dito aquilo, eu relembro todas as noites dos teus olhos a brilharem quando nos encontramos depois do beijo no casamento da tua irmã, eu sinto falta da rapariga meiga que me tratava como se eu fosse uma boa pessoa, que disse no inicio uma frase que nunca me irei esquecer “ Ele não pode ser assim tão mau, ele é humano, não deve ser má pessoa.” Nem me conhecias mas defendeste-me e logo depois fugiste e eu o que fiz? Nada, deixei a minha felicidade afastar-se de mim, tu nem sabes a dor que tenho de não te poder ver todos os dias…
- Leonard…
Leo- Espera deixa-me acabar por favor…! Eu só queria acordar e poder sorrir pensando que tinha alguém que me ama-se como eu amo, que te poderia abraçar sem nenhuma explicação, só e apenas por seres quem eu amo…
- Leonard…
Leo- Eu só queria que confiasse desta vez em mim!
- Leonard…
Leo- Amo-te Jéssica Lewis.
- ……
Só falta dois capitulos para esta hisória acabar, espero que gostem e desculpem demora!
Obrigada :D
