Capítulo 2

44 7 0
                                    


                                                    "We are going to purge today."


Lauren's Point of View. 


Meu sangue escorria pelo meu braço como um cano de esgoto estourado na rua. Em pouco tempo minha pressão iria cair e eu não fazia ideia onde estava e com quem estava. Aquele plano foi um fracasso, eu precisava sair daquele carro e saber se meu pessoal estava bem mas meu corpo não respondia minhas vontades, eles devem ter me dado algum remédio para passar a dor porque tudo estava formigando como se meus músculos fossem obrigados a relaxar. Com a mascara ainda no meu rosto implorei por ar, a moça que estava ali comigo percebeu meu desconforto e tirou o acessório do meu rosto, foi quando pela primeira vez consegui enxerga-la. 

- Você não é um deles, não é? - ela me perguntou com a voz preocupada. 

Não consegui responde-la, não havia ar suficiente em meus pulmões então apenas a encarei  aterrorizada. Eu tinha que dar um jeito de sair dali antes que eles soubessem o que eu realmente estava fazendo naquela noite. 

- Cuidado, coloque-a devagar em cima dessa cama - escutei os murmúrios de algumas pessoas. 

Obriguei meus olhos a ficarem abertos, e ás vezes pude ver o passar de pessoas usando jaleco branco. Foi só então que percebi que eu não estava mais dentro da van e sim numa espécie de emergência provisória. 

- Faz quanto tempo que ela está perdendo sangue assim? - uma mulher perguntou. 

- Uma hora mais ou menos - O QUE? JÁ FAZIA UMA HORA? 

Droga eu perdi muito tempo já, a noite do expurgo acabaria e eu não tinha feito nem um terço do meu trabalho aquela noite. Tentei levantar meu corpo, mas antes que pudesse mexer um dedo mãos pesadas me seguraram contra a cama. 

- Eu... preciso... - as palavras não saíram, porra eu odiava me sentir fraca assim. 

- Fique calma ok? Vamos ajudar você - disse uma outra mulher agora que passava as mãos por meus cabelos - Isso não vai doer nada - foi quando senti um metal grosso entrando no buraca da bala. 

Falei alguns palavrões quando a médica retirou de mim o pequeno objeto metálico que estava sujo de sangue, tentei sair dali mais uma vez mas agora braços mais fortes me prendiam contra a cama e em segundos senti a agulha fina perfurar meu braço o que instantaneamente fez com que meus músculos relaxasssem e minha vizão aos poucos ficou escura, e a última coisa que me lembro de ver era a médica com uma expressão calma com suas mãos ainda me fazendo carinhos. 

Que porra estava acontecendo?


Camila Cabello's Point of View.


Era tensão a cada minuto, de uma em uma hora Ally e o outro enfermeiro apareciam com a van cheia de pessoas feridas. Cada um de nós tinha sua função, mas meu pai que dava as coordenadas sempre atento com tudo o que estava acontecendo ali dentro e lá fora com os enfermeiros da van. A energia que ele colocava ali era impressionante, porém conforme as horas iam passando era notável o quão cansado ele ficava com aquilo tudo, afinal meu pai já tinha uma idade avançada e por mais que ele estivesse acostumado com essa tensão, chega uma hora que a mente e o coração imploram por uma pausa. 

Geralmente as pessoas não aguentavam até o final e acabavam morrendo, mesmo que nossa estrutura e equipamentos médicos fossem perfeitamente bem planejadas. Era muito raro a história de sobreviventes porque eles já chegavam ali a beira da morte na maioria das vezes. 

The Purge - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora