O Casamento Do Meu Melhor Amigo

Capítulo 2

Harry e Hermione seguiram para o andar onde ficava a suíte 708. Realmente, o hotel parecia lotado; havia pessoas por toda a parte e pareciam ser de diversas nacionalidades diferentes. Pararam em frente à porta da suíte, e como estava com as chaves em mãos, Hermione abriu o quarto. Era todo branco, bastante espaçoso; dois sofás azuis marinho numa elegante sala. Ao caminhar um pouco mais, viram uma cama de casal, com cobertores azuis. Além disso, o quarto disponha de diversos objetos magníficos que complementavam a decoração do aposento.

- É maravilhoso – Hermione comentou olhando cada detalhe da suíte.

- Sim, é um belo quarto – Harry sorriu.

- Ah, Harry... Desculpe-me por fazer você dividi-lo.

- Hermione, esse quarto é enorme. Dividi-lo não será um incomodo – ele falou enquanto abria o guarda-roupa. Com um aceno de varinha, tudo foi arrumado lá dentro.

- Você é incrível, sabia? – ela se aproximou e o beijou na bochecha.

- Acho que vou tomar um banho e dormir um pouco – Harry falou tentando fazê-la esquecer de ir até a casa de Rony.

- Dormir? Não, nós vamos visitar o Rony e sua noiva – ela disse em tom imperativo, fazendo-o soltar um muxoxo.

- Mione, você tem certeza de que é isso que quer?

- Absoluta! – ela sorriu – Quando Rony me ver, vai começar a lembrar dos sentimentos que tem por mim! – Harry balançou a cabeça negativamente enquanto rumava para o banheiro.

Hermione caminhou até o sofá e sentou. Respirou fundo, fechou os olhos. Tinha consciência da loucura que estava prestes a fazer, mas não podia deixar aquela chance de ser feliz escapar! Ouviu a zoada do chuveiro e sorriu; Harry era realmente um grande amigo. Ele e Rony sempre foram seus melhores amigos, e sentia-se sortuda por isso. Com um aceno de varinha fez um livro que estava no criado-mudo perto da cama, voar até ela. Leu por algum tempo, até que a porta do banheiro se abriu. Harry estava com a toalha amarrada na cintura, o que permitiu Hermione ver todo o peitoral dele. Ela sorriu; aquilo acontecia com certa freqüência no apartamento em que dividiam, mas nunca cansava de dizer mentalmente como Harry tinha um corpo bonito.

- Esqueci de pegar as roupas – ele disse caminhando para o guarda-roupa.

- Você sempre esquece! – Hermione sorriu, levantando-se do sofá.

- Sempre nada... Só de vez em quando – ele protestou.

- Eu sei que na verdade, você quer é me provocar – Hermione brincou enquanto se aproximava, fazendo-o sorrir.

- É... Eu sei que fica louquinha quando me vê assim – quando Hermione se aproximou, Harry a puxou e a imprensou no guarda-roupa. Ela colocou as mãos nos ombros nus dele.

- Se você é lindo – ela aproximou a boca do ouvido dele para sussurrar aquelas palavras. Aquilo o fez se arrepiar. Harry sabia que tudo era brincadeira, mas naquele momento seu coração bateu mais forte.

Hermione voltou a encará-lo com um sorriso travesso nos lábios. Ela notou que a respiração dele ficou mais acelerada; Harry parecia estudar cada detalhe do seu rosto. Pela primeira vez, ela corou sob o olhar dele, sentindo algo estranho com aquela proximidade, contudo, era algo bom, mas desconhecido. Virou o rosto e parou de encará-lo, mas não queria livrar-se das mãos dele em sua cintura. Era como se quisesse ficar daquele jeito pra sempre, Harry trazia-lhe segurança e paz, ao mesmo tempo.

Sentiu a respiração dele mais perto de seu rosto, como se Harry se aproximasse a cada segundo. O que estava acontecendo? Que sentimento novo era aquele? Ela virou o rosto novamente, a fim de encará-lo, mas foi no exato momento em que Harry ia beijar-lhe na bochecha. Os lábios se encontraram por um breve instante, e no momento seguinte, Harry deu um pulo pra trás, e Hermione se afastou, como se tivessem finalmente percebido o que acontecera.

- É... Desculpe – ele falou corado, buscando o olhar dela.

- Não foi sua culpa – ela tentou um sorriso – Eu que virei o rosto na hora errada – os olhares se encontraram novamente, e ambos sorriram encabulados – Eu vou tomar meu banho.

- Certo – ele a viu entrar no banheiro e fechar a porta, um minuto depois, ela abriu novamente.

- Esqueci minhas roupas – Harry sorriu. Depois que ela voltou ao banheiro, ficou a pensar no que havia acontecido. Beijara Hermione! Por acidente, mas... Beijara! E o pior, tinha gostado e até queria mais. Que estava acontecendo com ele? Hermione era sua melhor amiga, apenas isso. Ele não era o único que estava tentando entender o que havia acontecido...

Quando finalmente saiu do banheiro, tinha decidido não pensar mais no beijo de Harry. Tentou convencer-se de que nem chegara a ser um beijo de verdade, apenas um leve toque de lábios. "Mas que você queria mais, isso queria...", uma voz na mente dela falou, fazendo-a xingar-se mentalmente por tal pensamento. Harry era seu amigo, só isso. Abriu a porta e o viu sentado no sofá. Ele levantou quando notou sua presença no quarto.

- Você está linda, Mione – ele disse se aproximando, fazendo-a corar. Por que diabos estava corando por Harry falar algo assim? Sempre ouvia elogios do amigo e nem por isso ficava com vergonha...

- Obrigada – ela sorriu encabulada – Podemos ir?

- Sim, claro! Acho que seria melhor tomarmos um táxi, já que não sabemos onde o Rony mora – Harry sugeriu.

- Boa idéia – eles então, deixaram o quarto.

Já era noite, todas as luzes de Nova York pareciam estar acesas. Em frente ao hotel, Harry chamou um táxi, informando em seguida para onde desejavam ir. Ao lado de Hermione seguiu até a casa do amigo, que não via há anos. Como Rony os receberia? Esperava que tudo corresse bem, que o plano maluco de Hermione desse certo e pudessem voltar logo pra casa. Olhou-a pelo canto do olho, ela parecia ansiosa. Segurou-lhe a mão, fazendo-a sorrir. Foram em silêncio, até que o táxi parou.

- É aqui – o homem disse. Harry e Hermione sorriram um para o outro e desceram do automóvel, depois que Harry pagou pela corrida.

- Você tem certeza? – Harry perguntou parado ao lado de Hermione, em frente a uma casa de andar amarela e grande.

- Tenho. Vamos! – Hermione caminhou ao lado dele, até a porta da casa. Tocou a campainha. Uma mulher atendeu. Ela deveria ter uns cinqüenta anos, mas o tempo pouco parecia ter alterado sua beleza. Seus cabelos negros caiam-lhe pelos ombros, e apenas alguns fios brancos pareciam denunciá-la quanto a sua idade.

- Boa noite – Harry cumprimentou.

- Boa noite – ela respondeu avaliando os dois estranhos a sua porta – Em que posso ajudá-los?

- Estamos procurando Ronald Weasley – Hermione falou.

- E quem os procura? – a senhora perguntou.

- Harry Potter e Hermione Granger – Harry disse – Somos amigos dele.

- Ah! Rony falou muito sobre vocês – ela sorriu amavelmente – É um prazer conhecê-los! – Hermione sorriu, mas mentalmente perguntava-se quem era aquela mulher que estava na casa de Rony. Seria a tal Michelle?

- E a senhora é...? – perguntou Hermione.

- Sapolsky – Harry e Hermione trocaram olhares abobalhados. Ela era bonita, é verdade, mas tinha idade para ser mãe do Rony.

- Sapolsky? Então é a noiva? – Hermione indagou perplexa.

- Noiva? Eu? – a mulher sorriu – Não queridos, eu não sou a noiva. Sou Laura Sapolsky, mãe da noiva.

- Ah... Mãe da noiva – Hermione sorriu também.

- Será que poderíamos falar com o Rony? – Harry questionou.

- Infelizmente não. Rony viajou com Michelle para acertar alguns detalhes do casamento – Laura contou – Só retornam no domingo à noite.

- Domingo à noite? – Hermione falou desapontada.

- Sim.

- Obrigado, nós voltamos na segunda, então – Harry falou.

- Não gostariam de ficar? Podem ficar aqui, se quiserem – a mulher convidou.

- Não será necessário, estamos num hotel – Hermione disse – Mas nós voltaremos sim. Na segunda, como Harry disse.

- Avisarei a Rony. Ficarão até o dia do casamento não é?

- Sim, tiramos essa semana de férias – Harry contou.

- Ótimo! Tenho certeza que Michelle vai adorar conhecê-los – Laura disse sorridente, fazendo Hermione sentir-se um pouco culpada. Se a filha fosse parecida com a mãe, no mínimo, ela já seria uma pessoa bem simpática.

- Boa noite – Harry disse.

- Boa noite – Laura respondeu e os viu deixar a casa.

- Não acredito que ele não estava! – Hermione soltou um muxoxo.

- Bem agradável ela, não é? – Harry comentou – Será que Michelle também é assim?

- Você não está ajudando, Harry... – eles caminhavam a procura de um táxi.

- Eu só estou tentando dizer que talvez Michelle seja uma boa pessoa e Rony realmente a ame – ele disse.

- Eu não quero sofrer por antecipação – Hermione falou – Segunda de manhã, voltaremos!

- Como queira – ele sorriu. Avistaram um táxi, e seguiram de volta para o hotel – O que acha de jantarmos agora?

- Seria uma boa idéia – concordaram de jantar no próprio restaurante do hotel naquela noite, já que estavam cansados da viagem.

- Amanhã, teremos o dia livre. Poderíamos nos divertir juntos.

- Pode ser – ela sorriu – Talvez um passeio por Nova York!

- E à noite, te levo para um jantar especial, você gostaria? – perguntou ele.

- Adoraria – ela concordou.

- Ótimo! – quando terminaram o jantar, subiram para a suíte. Não era muito tarde, mas ambos queriam dormir.

Dessa vez, Hermione foi a primeira a tomar banho. E quando terminou, já estava pronta pra dormir; vestia uma camisola branca de seda. Harry seguiu para o banheiro, para tomar o seu. Enquanto ouvia a água do chuveiro cair, Hermione pegou um travesseiro e um cobertor. Ajeitou-se no sofá, que era bastante confortável. Estava cansada; fechou os olhos e o sono não demorou a vir. Só que ela acordou pouco tempo depois.

- Mas... Mas o que está fazendo? – perguntou meio sonolenta vendo Harry abaixado perto do sofá.

- Você é uma boba, sabia? – ela sentiu um braço dele em suas costas e o outro abaixo de seus joelhos.

- Harry, o que está fazendo? – Hermione insistiu na pergunta; agora já estava nos braços de Harry.

- Até parece que ia deixar você dormir no sofá – ele resmungou direcionando-a para a cama.

-Que bobagem, Harry! Ela é bastante confortável – Harry a deitou na cama. Em seguida puxou as cobertas.

- Você vai dormir aqui, Mione – ele avisou, fazendo-a sorrir.

- Obrigada, Harry, mas não precisa se incomodar...

- E eu durmo no sofá – Harry ia se afastar, mas a mão dela segurou seu braço.

- Harry, o quarto é seu. Não é justo que eu durma aqui, enquanto você dorme no sofá.

- Eu não me incomodo.

- Eu também não me sentia incomodada – Hermione lembrou-lhe.

- Mas eu não quero deixar você dormir lá – ele deu um pequeno sorriso – Você sabe que sempre quero o melhor pra você...

- Em prejuízo a você? – ela ajeitou-se na cama – Eu também não quero que durma lá. Também quero sempre o melhor pra você.

- Mione, não seja teimosa. Eu posso dormir lá numa boa – Harry ia se afastar novamente, mas ela o impediu.

- Nós podemos dividir – ela soltou o braço dele, e moveu-se para o outro lado da cama, deixando um espaço para que Harry deitasse. Ele a olhou bem nos olhos, ambos sorriram.

- Tem certeza? Eu posso dormir no sofá...

- Anda logo, Harry! – ele sentou na cama e em seguida deitou. Ficaram frente a frente, olhando-se – Boa noite.

- Boa noite, Mione – Hermione então sorriu, depois, virou para o outro lado...


Continua...