Capítulo 5 - Hangover

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Alex on

   Estava-mos no meio da rua do “MacLarens”, para chegar a minha casa, que ficava no fundo da mesma.

    Sentia-me reconfortada…segura….Senti-a o braço dele à volta da minha cintura, e a minha mão à volta do seu pescoço, a tocar nos seus cabelos despenteados, enquanto descíamos a rua em direcção a minha casa.

   Chegámos à porta, e a primeira coisa que me passou pela cabeça foi tocar à campainha, mas depois lembrei-me que a minha mãe já não queria saber de mim, se eu tocasse e a acordasse a ela e ao macaco do meu irmão, nunca mais me olhava nos olhos.

   Tirei as chaves do bolso e “tentei” abrir a porta, tive que pedir ao Niall que me abrisse a porta, pois nunca acertava no trinco. Ele abriu a porta devagarinho, pois fiz-lhe sinal de que estava gente a dormir, e a primeira a vir cumprimentar-nos foi a Mia, a minha gata, que voltou rapidamente para o ninho quando viu o Niall.

   - Ajuda-me a subir as escadas….Segunda porta à esquerda…. – disse-lhe, tentando parecer o mais sóbria possível.

   Começámos a subir as escadas, mas era impossível comigo assim, e mesmo antes de eu tentar balbuciar alguma coisa sobre isso, ele pegou em mim, e subiu o resto das escadas. Abriu a porta do meu quarto com o pé, que já estava meia aberta, e sem fazer barulho e voltou a fechá-la. Pousou-me muito delicadamente em cima da cama.

   - Pronto, já….

   Nem lhe dei tempo para falar, beijei-o, como se nunca tivesse beijado mais ninguém. E a sensação foi completamente diferente da do bar. O beijo que lhe dei no bar foi um sinal de iniciação, mas este foi mais de aprovação, para que ele soubesse o quanto eu o queria.

Niall on

   Não a parei, porque não queria que ela parasse de me beijar. Era arriscado, a qualquer momento podia entrar alguém no quarto, mas sinceramente, não queria saber…..Não….Era errado, não ali, não com ela naquele estado. Afastei-a de mim, e olhei-a fixamente nos olhos.

   - Não consigo…..Já viste como é que tu estás?

   - Ok…fecha a porta quando saíres, não quero que entrem ladrões… - disse ela, pouco importada com aquilo que acabara de acontecer e com o que eu lhe disse. Apesar de parecer ridículo a maneira como ela disse aquilo fazia sentido.

   Verifiquei que ela se deitava, e não demorou muito a adormecer….Tirei do bolso o seu telemóvel, escrevi o meu número e guardei como Niall. Fechei a porta do quarto e comecei a descer as escadas devagar para que não fizesse barulho, o que era quase impossível, pois as escadas rangiam imenso.

   Quando estava quase a sair, tive tempo de observar bem a sua casa, no rés-do-chão tinha uma cozinha e duas salas, parecendo-me uma maior do que a outra, e no andar de cima só reparei num quarto ao lado do dela.

   Caminhei até ao parque de estacionamento junto ao bar, para pegar no carro, apesar de a minha casa ser apenas a dois quarteirões dali, não era muito seguro andar sozinho à noite. Sentei-me no banco, em frente ao volante, e só conseguia pensar nela…..Alexandra….Alex….O primeiro beijo, o segundo beijo…tudo, lembrei-me de tudo o que aconteceu naquela noite, estava completamente atordoado e provavelmente apaixonado.

Alex on

   O despertador tocou, eram 7:15, levantei-me. Bem tentei levantar-me, mas a dor era tal, que me deitei outra vez. A minha cabeça, as minhas costas, doía-me tudo. Desta vez levantei-me devagarinho, apesar de doer na mesma, rastejei até à casa de banho e tateei pela maçaneta do armário. Quando finalmente a consegui encontrar, procurei um pacote rectangular de onde tirei  uma aspirina e meia, porque sabia que uma só não me ia aliviar aquela dor.

   Peguei no copo onde estava a minha escova e pasta de dentes, atirei-as para cima da banca, e enchi o copo com água, para a tomar. Mas sabia que ia ter de aguentar a dor, porque a aspirina demora um pouco até fazer efeito

   Voltei para o quarto, e procurei o telemóvel, para ligar… Ligar a quem? Não tinha grandes amigos, e os que tinha, não me viriam ajudar. Encontrei-o em cima da mesa de cabeceira, afinal sempre o tinha recuperado. E aos poucos comecei a lembrar-me de tudo que tinha acontecido. O Niall, o bar, o beijo…

   Olhei para as horas, eram 7:30! Vesti-me à pressa, nem tive tempo de tomar banho, para tirar aquele cheiro a álcool. Desci as escadas, e não sei bem porquê, mas disse bom-dia a toda a gente, peguei numa torrada que a minha mãe tinha acabado de fazer e sai de casa a correr em direção ao autocarro que estava prestes a partir. Fui para o fundo, como sempre, e sentei-me. Não vale a pena estar a martirizar-me por coisas que já aconteceram e que não podem ser desfeitas.

   Dor…Foi o que eu senti o dia todo, e estar com dores e ter de aturar pessoas e ainda pior, mas esforcei-me para não ser bruta com ninguém. Cheguei ao final do dia, de rastos, a cabeça já não me doí-a, mas estava mesmo cansada. Estava a entrar em casa, quando o telemóvel tocou.

   - Estou?

   - Olá! Então, estás melhor? – parecia que, ao contrário de mim, tinha bebido 4 latas de redbull.

   - Olá… Nem por isso…

   - Ainda bem, quero compensar-te por estar estares assim, a culpa é um bocado minha.

   - Estou mesmo cansada, só estou bem se estiver sentada num sofá. E tu tens outras coisas pa…

   - Ok, então está combinado, vou-te buscar daqui a meia hora, vimos para minha casa e sentamo-nos no sofá! Assim tens oportunidade de conhecer os rapazes!

   - O quê? Eu nem te conheço e não sei se eles vão gostar de mim…

   - Eles vão adorar-te!

   Entrei em casa e sentei-me no chão junto às escadas, isto era bom de mais para ser verdade. Em menos de dois dias, conheço um rapaz, pelo qual estou apaixonada, descubro que faz parte de uma boys band famosa, beijámo-nos, quase que…fizemos aquilo que não devíamos ter feito, e agora vou a casa dele, conhecer o resto da banda!?

   Se calhar estou a sonhar, se calhar isto não é verdade, se calhar isto foi tudo uma fantasia inventada por mim.

   - Alexandra? Porque é que estás sentada no chão? Acabei de o limpar! E, que cheiro é este!? Filha, há quanto tempo é que não tomas banho? Alex, nós já…

   - Sim, tens razão. Vou já tomar banho. – não era um sonho, era bem real, ela nem deu pela minha falta, também não dava pela falta do meu irmão, por isso…

   Depois de um banho refrescante, abri o armário, olhei para a minha roupa e pensei….Outra vez?

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