Cap. 2 - A Morte dos Cúmplices

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Flashbacks do Vincent sufocando com seu próprio sangue, passavam o tempo todo em minha cabeça, e da dor que senti aquela noite, jogada e abusada como se fosse um nada, me sentia um lixo.

Após alguns minutos, o silêncio é quebrado por algumas pessoas fantasiadas se aproximando de nós. Eram o Enzo, o Ryan, o Crhis e a Susan, todos aparentemente bêbados, carregando garrafas e latinhas de cerveja.

- Augustus? Por favor, vamos embora. - Falo meio assustada agarrando seu braço.

- Ora, ora, ora, se não é a falsa namoradinha e o irmãozinho do Vinc. Há quanto tempo, hein?! Helena, meu amor, vejo que ainda continua uma delícia. - Enzo fala tomando um gole de cerveja. - Qualquer hora dessas a gente deve repetir a dose daquela noite.

- Vamos Helena. - Augustus fala me puxando, via ódio em seus olhos. - Vocês vão pagar pelo que fizeram... - Ele diz os fuzilando com o olhar.

- Aonde os pombinhos pensam que vão? Não querem se divertir um pouquinho? Hey, Augustus!! Cuida bem dela viu? Antes que outra pessoa cuide!! Hahahahaha. - Sua risada ecoava como a de um ser maligno vindo direto do inferno.

...

Chegamos rapidamente em casa, as pessoas começavam à sair para pedir doces. Augustus me pede para trancar as portas, meus pais estavam trabalhando até tarde, então pedi para que ele ficasse comigo por algumas horas. Fomos assistir um filme qualquer, e acabei adormecendo ali mesmo no sofá.

Acordo no susto, com a janela batendo forte por causa do vento. Estava tão cansada, que me esqueci de fechar, mas jurava que havia fechado tudo.

O ar estava gelado, sinto um calafrio percorrer minha espinha. Olho para os lados e não encontro Augustus. Não acredito que ele me deixou aqui sozinha.

...
Morte

Ouço gritos vindo da rua, pego meu celular e vou para fora ver do que se tratava, sinto um forte cheiro de fumaça, vejo começar a se formar uma aglomeração de pessoas, no quintal dos Silveira.

A fumaça ficava mais intensa à cada vez que me aproximava, e de longe notava-se uma grande fogueira, e não acredito no que meus olhos estavam vendo.

Susan se debatia e gritava desesperadamente, amarrada em um poste no centro de todo aquele fogo. Era como se eu estivesse presenciando a execução de uma bruxa. E apesar de ser cruel ver uma pessoa pegando fogo dessa maneira, não sentia nenhum remorso, nada. Pois naquela noite, ela apenas observava o que aquele monstro fazia comigo, afinal, ela é mulher, e deveria ao menos dizer alguma coisa para ele parar, e se fosse com ela?

Enfim, as pessoas em volta tentavam em vão conter as chamas, quanto mais tentavam, mas Susan se debatia, era agonizante sentir aquele cheiro de carne sendo queimada. Até que finalmente ela se cala.

Já era tarde, ela estava... Morta.
E escrito na parede da casa dela, havia um recado escrito em vermelho:

"A noite é uma criança"

Todos haviam se assustado com aquela situação, chamaram os Bombeiros e a Polícia, eles removeram o corpo da garota do local, e notei seus pais chorando desesperados, pobrezinhos, não sabiam o tipo de filha que tinham.

Gostosuras ou... Morte - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora