Cap. 3 - O Palhaço

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- VEM VINC, SEU "BICHINHA", ESTOU PRONTO PRA VOCÊ!! - Enzo dizia sem parar.

- Você está louco? O Vinc morreu lembra? Vocês o mataram. - Falo quase sem forças.

- NÃO... ELE... ELE... MATOU OS OUTROS, E AGORA QUER ME MATAR TAMBÉM. ELE ME FALOU PRA PEDIR PERDÃO À VOCÊ, E ASSIM QUE ME PERDOASSE ELE IRIA VIR ATRÁS DE MIM, E ME MATAR DA FORMA MAIS CRUEL POSSÍVEL, COMO FIZEMOS COM ELE!

- ME SOLTA! Não tá falando coisa com coisa.

Ouço um barulho vindo por detrás das árvores, a fraca iluminação revela Augustus, vindo em nossa direção com um pequeno corte na cabeça.

- NÃO SE APROXIME, VINC. - Ele dizia com os olhos vidrados, como se estivesse tendo uma alucinação.

- Não é o Vinc, seu louco, é o Augustus. - Eu falava, mas ele estava completamente insano.

Augustus caminhava em nossa direção estranhamente, como se sua imagem fosse uma tela de TV, ele sumia e aparecia cada vez mais perto. Pisquei meus olhos algumas vezes pra entender o que acontecia, acho que a falta de ar estava me causando alucinações também. Ele tinha um olhar diferente, não parecia meu namorado. Até que ele parou alguns passos de nós.

- Solta ela, agora. - Ele disse, com uma voz grossa, que ecoava pelas árvores, e uma fraca neblina se formava ao nosso redor. Um vento forte arremessou Enzo para trás, então consegui me esquivar dele e ir até Augustus.

Abraceio e o questionei de porquê ter me deixado sozinha em casa, e porquê me mandou a mensagem para nos encontrarmos aqui.

- Helena? O quê? - Ele balança a cabeça, parece estar confuso. - O que estamos fazendo aqui? Não, não te mandei nada, meu celular desapareceu. Helena? Eu estava na sua casa, trancado dentro do banheiro. Acho que desmaiei lá dentro. Logo depois que acordei, vi um recado seu na porta da frente, dizendo pra vir pra cá.

- O quê? Não. Como assim? Se não foi você, então quem foi?

Enzo se aproxima e acerta uma paulada no meu namorado. E me agarra de novo, como um escudo.

- Não. Me larga, seu louco.

Droga, deveria tê-lo deixado amarrado. Aposto que ele é que é o assassino e vai me matar aqui também.

- Já disse pra soltar ela. - Aquela voz ecoa novamente, mais perto dessa vez. A neblina se torna mais densa e vultos começam à nos cercar. Assim que nos viramos para saber de onde vinha a tal voz, alguém nos observava, parado, com a mesma fantasia que Vincent usava quando foi morto. Porém, era mais horripilante do que aquela noite. Não era possível. Comecei a me sentir enjoada, um desconforto tomou conta de mim.

- NÃO. Ela é minha passagem de vida. - Enzo fala me apertando ainda mais contra seu corpo, estava sentindo o sangue dos seus ferimentos me molhar as costas, já estava sentindo meus ossos estalarem, e o ar me faltar. - Não se aproxime, Vinc, ou eu mato ela. Você não está aqui, não é real. VOCÊ NÃO É REAL, PORQUE ESTÁ MORTO!!

Aquela figura fantasmagórica carregava em uma das mãos, um tipo de faca ou adaga, não sei. E era a mesma que o Enzo usou pra matar o Vincent. Não era possível, em uma das cartas anônimas que os vermes me enviaram, eles disseram que jogaram a maldita adaga num lugar que nunca encontrariam, mas agora ela estava com aquele palhaço.

Quando sinto uma brecha de suas mãos trêmulas, eu dou um soco em seu abdômen ferido, e consigo escapar. Mas não antes dele conseguir me derrubar e eu bater a cabeça na quina do bendito chafariz, caindo de cara no chão.

Levanto a cabeça por um instante e vejo aquele palhaço indo pra cima de Enzo, desferindo vários golpes com a adaga em seu peito, e por último, o cara rasgou a garganta do Enzo de fora à fora, e seu sangue jorrou, tingindo a água de vermelho.

Depois de esfaqueá-lo, aquele rapaz vem se aproximando, tento me levantar pra correr, mas não consigo. Ele vai na direção de Augustus, e passa a mão em seu rosto.

- Por favor... Não machuque ele. - Suplico num sussurro.

- Machucar? Haha. - Ele dá uma risada familiar, e se aproxima de mim. - Nunca machucaria vocês.

A neblina vai se dissipando aos poucos, o vento pára de sacudir as folhas das árvores.

- Shiii... Vai ficar tudo bem agora. - Ele diz com voz suave e me abraçando, apesar daquela máscara horrenda abafando sua voz, pude notar em seus olhos, que não me eram estranhos. Fui ficando sonolenta e acabei apagando nos braços dele.

Acordo num pulo, vejo que estou sozinha, o corpo de Enzo está todo ensanguentado e sem vida no chão, e havia um recadinho ao lado escrito com seu sangue:

"Gostosuras ou... Morte"

Augustus ainda estava desacordado, sinto uma leve brisa tocar meu rosto. Acabou. Finalmente, todo esse pesadelo havia acabado. Suspiro aliviada ao notar que meu amado ainda respirava.

Nessa noite pavorosa, eu tive a leve impressão de que já conhecia aqueles olhos por detrás da máscara horrenda, pois o mesmo olhar de amigo fiel que o Vinc tinha, era o mesmo que vi nos olhos daquele "PALHAÇO".

FIM
🎃🎃🎃

~~~✧✧✧~~~
Oie, pessoal!!
Tatu do Bem com Vocês?
Espero que tenham gostado, ainda estou aperfeiçoando minha escrita no terror. Sei que ainda não está tão boa, mas com o tempo vou melhorar!! (✿^‿^)

Agradeço à todos que tiraram um minutinho do pra Ler até aqui, e muito obrigada pelos comentários e votinhos que deixaram também!!(◠‿◕)❤️

Um Abração e Até a Próxima História... 🎃


Gostosuras ou... Morte - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora