01. One Minute To Midnight

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 Isabelle desfilava Na pista enquanto sentia os olhares masculinos sobre si. O copo com energético e gelo em suas mãos apenas a faziam lembrar-se do horário em que tal momento se passava. Resistente ao álcool nem contou quais as bebidas e muito menos a quantidade das mesmas.

Aquilo não era nada mais, nada menos do que uma válvula, uma válvula de escape. Todos têm as suas, por que ela, Isabelle Lightwood, não possuiria a dela. O local escuro, com ar mais do que pesado, fruto das partículas de suor, o cheiro de bebida junto com as tragadas de cigarro.

O vestido preto colado no corpo, denunciando as belas curvas. Talvez não passasse de atitudes de uma personagem que Isabelle criara para ela. Uma personagem bela, poderosa, sem medo de nada, resistente ao amor. Uma verdadeira arrasadora de corações. Ela até mesmo decorara as regras. E a única coisa que gostava na bebida alcoólica, já que se recusava a consumir drogas, é a fazer esquecer momentaneamente, de tudo e de todos. Era só aquela personagem, em perfeita atuação deixando o momento ainda mais perfeito. Mais relaxante.

Isabelle, desde os 13 anos, aprendeu que o amor é uma arma. Algo perigoso que lhe causa os piores ferimentos mantinha uma distancia segura dessa arma terrível, as histórias já bastavam, não precisava se machucar na vida real. Conhecia a dor de um coração partido, não era necessário senti-la para tal.

O que nutria mais próximo de tal sentimento era o carinho eterno por seus dois irmãos. O mais velho Alec, cursado em direito, seguia em viagem com seu namorado Magnus e o mais novo Max. Lembra-se das horas que passava ao seu lado, lendo as histórias em quadrinhos, e como sempre tinha que tirar-lhe os óculos do rosto quando dormia lendo suas amadas histórias em quadrinhos... Mas afastou essas lembranças, era sexta feira e tudo que queria era esquecer.

A música foi trocada novamente e dessa vez com o peso da bebida começou a mexer o belo e curvilíneo corpo no ritmo da música atraindo ainda mais olhares para si. Mas não se importava, sabia que era bela, sabia que era desejada ao mesmo tempo que não desejava ninguém... Seu prazer, o que ela realmente fazia, era quebrar corações. Não tinha culpa se os homens achavam que ela iria cair facilmente em suas conversas idiotas e cantadas baratas enquanto ela não precisava nem mesmo disso para faze-los cair... Somente um sorriso bastava e aquilo só fortalecia a perfeita armadura criada...

Ela machucava antes de ser machucada... Nunca deu confiança mais do que necessária a ninguém do sexo oposto, e dessa forma continuava com seu coração e mente protegidos. Afinal é assim que se é uma arrasadora de corações... Um pouco egoísta à primeira vista, mas, sempre foi assim não é? Isso pé quase uma forma de sobrevivência psicológica. E ela não sentia remorso por isso.

Leva o copo a boca e sente o gelo bater no dente e o resto da bebida descer rapidamente pela garganta... Era hora de ir ao bar.

***

Simon corria com sua moto por entre os carros, novamente atrasado para o serviço que Rafael havia lhe conseguido, sentia-se um pouco culpado por não corresponder às expectativas do amigo mais os ensaios da banda somados a faculdade de música o estavam enlouquecendo.

Mais uma vez estaciona a moto rapidamente no estacionamento para funcionários da boate Dumort e correu pra dentro trocando de roupa o melhor que conseguia enquanto corria desajeitadamente... Entrou no banheiro arrumando a roupa de bar man, passando a mão pelo cabelo e indo para seu posto.

Começou a fazer as bebidas com a habilidade conseguida em algumas semanas de trabalho, e por um momento achou ter tomado uma delas... Uma mulher caminhava em direção ao bar, se não fosse a música alta, Simon juraria q era possível ouvir o barulho do saltos batendo no chão da boate. As mechas completamente negras do cabelo feminino contrastavam com os olhos também negros marcados pela maquiagem. O vestido preto colado ao corpo deixando evidente as belas curvas que Simon n duvidava q mesmo debaixo de inúmeras camadas de tecido ainda sim poderiam ser vistas com perfeição.

O copo vazio nas mãos comprovava q ela vinha em direção ao bar e que ele não estava tendo uma visão.

-Olá, - Disse ela já próxima um sorriso de canto, o efeito da bebida provavelmente, mas havia algo nela... Como se não precisasse de esforço pra ser sensual... como algo natural

-Em que posso servi-la? – Ele automaticamente sorriu...

***

-Em que posso servi-la? – O bar man a cumprimentou e sorriu... O que quase fez Isabelle responder "Vamos em um canto e eu mostro em que pode me servir". Mas não era assim que se partia corações, era necessário sutileza. Aquele sorriso a havia impressionado, o cabelo bagunçado os óculos na ponta do nariz e o sorriso mostrando perfeitos caninos, a fez imaginar um filme com vampiros...

-Um Martini, extra de sal, por favor... – Falou deixando o copo em cima da mesa

-No capricho – Ele disse dando uma piscadinha e fazendo o drink em minutos com habilidade invejável

-Obrigada – disse Isabelle, já tinha um roteiro programado em sua mente, o bote estava armado, ia saindo já de costas para o belo rapaz quando virou apenas o rosto, jogando as longas madeixas e dando um sorriso – Qual seu nome?

-Simon Lewis, penso se poderia saber o da senhorita – Ele respondeu dando uma leve reverencia com o sorriso atraente novamente.

-Saberá ... algum dia

-Talvez amanhã... – Então ela olhou no relógio da boate e faltava somente um minuto para meia noite.

-Eu diria provável - então saiu deixando-o com os próprios pensamentos...

***

As horas passaram, o drink de Isabelle tinha acabado havia tempo mas não iria no bar antes das 3 da manhã, q era quando os bar Mans trocavam o turno... Mais um coração para a sua coleção...

Caminhava até a saída dos fundos da boate quando sentiu-se ser puxada para uma despensa pequena o braço firme em volta da sua cintura fez levantar a cabeça do tórax definido coberto pela camisa branca e encarar o sorriso e os olhos castanhos antes encobertos pelo óculos

-Posso saber seu nome agora?

-Chegue mais perto – Disse ela entreabrindo os lábios...

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