"Talvez não seja a ausência do próprio ser e sim a necessidade de transbordar"
Eu escrevi isso esses dias.
"Solidão é um sinal que você precisa desesperadamente de você mesma"
Eu li isso esses dias.
"Insuficiente"
Foi o que eu pensei esses dias aí.
"Completa"
É o que eu fui todos esses dias.
Não é por que dizemos e pensamos coisas absurdas sobre nós, que realmente somos.
Somos o cílios pousado na pálpebra silenciosa em nossos rostos quando não há mais ninguém nos olhando.
Somos a sombra escura e negra que se parece com nós quando encaramos o espelho na tentativa fajuta de tirar a máscara que a maquiagem é, somos a pele fresca e descansada/descamada.
Somos o sorriso involuntário estampado em nós quando deslumbramos algo que amamos.
Somos a sensação gostosa de acariciar o lóbulo.
Somos tantas coisas.
Tentamos nos diminuir a encarar o geral, aquilo que nossos olhos cegamente julgam. Perdidos somos nós quando não visualizamos o que há de beleza real.
A palavra que não sabemos pronunciar.
Os finos cabelos que se acomodam na nuca cansada e rígida.
O caminho de veias que se fazem em nossos braços.
Ou o tom negro e degradê que se parece com a escura pena do pássaro mais valioso.
Se um dia soubermos que somos lindos assim, nos detalhes pessoais. Saberemos então, contemplar o que há de mais único na Terra.
Nós.
