Sob Minha Proteção

CINCO

(NÃO REVISADO)

GUTO

Eu sabia que algo dessa natureza iria acontecer só não imaginava que seria tão rápido, sinto um agosto ácido na boca e por um momento eu fico atordoado, eu estava subestimando e tentei acreditar que eles não teriam coragem de fazer tamanha crueldade. Ainda com os olhos grudados na tela do computador Camilli está em choque pelo teor da informação também não é pra menos, uma parte do abrigo foi destruído e estava em chamas. Aproximo- me com cuidado e a abraço a deixando ainda mais vulnerável e a fazendo chorar e balbuciar coisas que não consigo entender. Minha vontade é de arrancar toda a dor que ela está sentindo e transformar em alegria, ela se calada e só nossas respirações são ouvidas no silêncio do quarto, e eu acaricio seus cabelos e ela me aperta como se sua vida dependesse disso e eu gosto de ter ela assim por mas horrível que seja, sentir o calor de seu corpo faz acender um sentimento que outrora havia morrido em mim e nenhuma mulher até hoje fez com que eu sentisse isso de novo.

— Guto! — Ela grita em meio aos prantos.

— Ela e as crianças estão bem Camilli, e ninguém vai te fazer mal essa é a minha promessa e eu sempre costumo cumprir o que prometo.

— Eu preciso vê-las e saber como elas estão!

— Isso você sabe que é impossível, se for estará colocando-as ainda mais em riscos e ao invés de ser um susto na próxima vez haverá morte de verdade. — Ela me olha espantada e sai correndo para seu quarto.

— Camilli! Droga! — A deixei ter seu momento enquanto tento me focar no que fazer.

Ligo imediatamente pra Igor e sei que as notícias não são boas.

— Para você me ligar já está sabendo do ocorrido.

— Por que não me ligou? — Digo revoltado.

— Calma cara! Estou fazendo de tudo o que posso e isso foi uma surpresa pra mim também, foi muito rápido e ninguém sabe o porquê que tudo isso está acontecendo estamos tentando descobrir qual a intenção deles por trás disso tudo.

— Camilli está devastada e temo pela sua saúde, ela está trancada no quarto e sei o quanto está sofrendo.

— Descobri que tentaram tirar informações sobre Camilli lá no restaurante onde ela trabalhava, mas foi uma mulher que aparentava uns 40 anos perguntando da linda moça que sempre atendia ela, como todos já estavam em alerta falaram que ela estava de férias em outra cidade.

— Vou investigar e irei vê o que encontro por aqui.

— Se cuide Guto e por favor, não arrisque entrando e contato as coisas são mais complicadas do que imaginamos. — Nos despedimos e volto para minha pesquisa.

São anos trabalhando com segurança e eu nunca irei me acostumar com a perversidade humana e nem com o instinto de crueldade que mora dentro de alguns. Os noticiários deixam muitas pessoas chocadas, porém o que é mostrado é apenas a ponta do iceberg e esse caso de Camilli sei que tem muita coisa por trás de tudo isso e preciso saber. Continuo com minha busca de evidências ou algo que justifique esse mistério, mas não encontro nada, absolutamente nada e tudo está muito estranho.

Decido ir até o quarto de Camilli e chegando a encontro encolhida chorado silenciosamente. Sento ao seu lado e ela nem se move, a puxo para deitar em meu colo e faço carinho em seus cabelos sentindo suas lágrimas molhando minha bermuda e meu coração despedaça por vê-la sofrer assim e isso faz com que cresça dentro de mim ódio e desejo de matar um por um por fazer ela chorar.

— Elas estão bem, foi apenas um susto. Quem fez isso planejou minuciosamente e só quis assustar, se o incêndio fosse um pouco mais ao norte teria afetado os recipientes de gasolina dos geradores mas não aconteceu o que leva a crer que ele não fez para matar as crianças e sim para deixar um aviso e estou tentando entender qual é.