Amizades

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O Sr. Appoulous tinha sido um mendigo tempos atrás até aparecer na televisão em uma entrevista de rua em que ele mostrou algumas de suas habilidades em administrar a comida que recebia durante semanas.

Uma pequena empresa ficou curiosa e deu uma oportunidade a ele. O Sr. Apoullus usufruiu dela perfeitamente e hoje, trinta anos depois, ele era o segundo maior acionista da empresa. Lembrando dos tempos do passado, ele abriu um abrigo para as pessoas que ainda viviam os mesmos perrengues que ele passou na vida..

O único lugar onde eu encontrava cama quentinha, comida e proteção dos espíritos encarnados criados por Seth.

Três anos, se meus cálculos estiverem certos. A três anos, Seth encontrou o local onde eu vivia com João. O controle sobre a energia que ele tinha me camuflava do mundo espiritual, me escondendo de Seth.

Segundo joão. eu tinha um irmão em algum lugar do mundo. Ele deviaser protegido da mesma forma que eu e fugir de Seth sempre, porém nunca conseguimos encontrá-lo.

Na única oportunidade em que tínhamos esperanças de achá-lo, quando eu me abrisse a todos os meus poderes e conhecimentos, quando minha guarda estava baixa e minha áurea de energia seria sentida em todos os planos astrais, Seth nos encontrou em segundos. João morreu tentando me defender.

Não consegui me aprofundar em mim novamente depois daquele dia. Sempre que tentava, a imagem de Seth atravessando o peito do meu mestre com a mãe me fazia vomitar e correr loucamente em qualquer direção.

Por isso, tudo o que sei sobre mim são palavras. Palavras ditas por joão.

Meu irmão continuava perdido, mas eu tinha uma pista.

No único momento da minha vida em que pude sentí-lo, uma imagem surgiu na minha mente, um urso de pedra, e além disso, uma sensação que deveria seguir em frente. Depois descobri que o "frente" era leste na verdade, mas assim que abri os olhos e voltei a mim, vi a imagem traumatizante.

Não consegui tomar nenhuma iniciativa sobre minha vida novamente. Nem saciei a curiosidade de quem eu sou, nem descobri se a sensação de alegria que senti naqueles três segundos em que senti meu irmão, era ele mesmo.

Cheguei na porta do abrigo e Drew estava lá para me receber.

Drew era uma garota bem interessante. Era uma sem teto como eu, mas a história de como parou nas ruas é complicada.

Aparentemente, ela fugiu quando tinha onze anos. Sua mãe também morrera no parto, só que diferente de mim, ela continuou sendo cuidada pelo pai, que não tinha nenhuma habilidade com crianças e anos depois se afogou em mágoas, depressão, violência e bebida.

É incrível que Drew seja uma garota doce e gentil vindo da família que veio.

Ela ficou surpresa ao ver meu estado e o da minha roupa. Seu rosto demonstrava preocupação, mas Drew jamais lhe perguntava as coisas. Ela preferia deixar que a pessoa se sentisse confortável em contar.

-Parece que alguém aqui não está tendo um bom dia!- ela disse e sorriu. Era impossível continuar sério ou chateado perto de Drew. Seu sorriso trazia uma sensação tão gostosa e reconfortante.

-Oi Drew! Estou bem, apenas zanzando por aí.

Ela olhou desconnfiada mostrando que não acreditava em nada do que eu falava.

-É melhor entrar. A sopa começou a ser servida agora.

-Com certeza ainda vai ter quando eu terminar o banho.

-Não teria tanta certeza!- Disse dando tapinhas nas minhas costas.

Por mais que você sinta nojo, o abrigo de mendigos não era nada ruim. O Sr. Apoullus tinha contratado entre os primeiros mendigos que ele ajudou, uma equipe de manutenção do abrigo.

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