¤21¤ Eu não mereço isso!

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Eu senti meu sangue borbulhar e até mesmo meu próprio orgulho evaporar pela minha pele.

10:22am Segunda-Feira
Senti aquela dor nas costas como se eu tivesse tomado 10 chibatadas na madrugada. Depois do final de semana mais que "animado" terei uma folga. Poderei aproveitar um pouco a praia com o Rober, falar com minha mãe e simplesmente não ser a acessora do Luan. Ao me virar pra procurar Rober eu vejo a cama vazia, como todo quarto, ocupado apenas pela mobília branca e eu. Eu me levanto e sem chamar seu nome eu vou até o banheiro achando que o encontraria ali mas não. Eu realmente estava sozinha! Volto pra cama e pego meu celular ao lado da cama e disco pro número do Rober, em alguns segundos a ligação começa a  chamar, porém pra minha grande surpresa eu escuto a música do Link Park tocar em baixo do lençol. Ainda com meu telefone no ouvido eu vasculho sobre a cama e acho o celular do Rober.
-Como ele sai sem me avisar e não leva o celular?
Minha respiração começa a ficar descompensada, sinto meu sangue ferver e meus olhos arderam. Eu sinto um aperto no peito ao ouvir a voz dele dizendo pra deixar recado.
Mais que diabos está acontecendo aqui? Bianca ele só saiu... as vezes foi até rápido. Eu repetia isso na minha cabeça enquanto segurava às lágrimas que por um acaso queriam escorrer como Cachoeiras em meu rosto. Eu joguei o celular na cama e me agarrei as minhas pernas. Senti um frio na barriga que eu não sentia desdos meus 13 anos. O silêncio do quarto cortava em pedaços a minha alma.
Creio que se passaram alguns míseros minutos ao ouvir a porta ser aberta e ver Rober entrar sorrindo, vestindo uma bermuda azul escura e sua camiseta do Gun's, sua cara ainda estava amassada, creio eu que seja de sono. Ele sorriu e em segundos desmanchou o sorriso dele pra um olhar de preocupação.
-Que foi amor?
-Onde você estava? -Eu digo tentando me fazer firme, mas minha voz falha no final da frase mostrando toda minha insegurança e medo.
-Eu fui tomar um café... você estava dormindo tão bem que eu não quis acordar Você!
-Não menti pra mim Roberval!
Minha voz saiu um tanto quanto irritada, mas algo me dizia que ele não estava sendo sincero comigo. Eu queria acreditar nele mas não conseguia. -Porque não levou a porra do teu celular? Tem essa merda pra que?
-Hey calma ai!- ele disse jogando a chave do quarto na mesa perto da porta. -Precisa desse Carnaval todo? Eu só fui tomar um café!
-Custava avisar? Dizer que ia tomar um café?
-E eu ia saber que você ia ficar nesse estado só porque eu desci pra tomar café?
-MAS NÃO CUSTAVA PORRA!
-Você abaixa esse teu tom de voz porque eu não sou moleque não. -Rober apontou o dedo na minha cara me fazendo me sentir uma adolescente. Eu senti meu rosto queimar e meu coração apertar mais. -Não vem com essas suas crises de ciúmes que eu não to bem pra isso hoje. Fica você e essa sua TPM pra lá!
-TPM? -Eu indaguei ja chorando. -Que porra eu só queria saber onde estava meu namorado!
-Bianca a gente não nasceu grudado eu não tenho que te falar tudo o que faço não.
Meu estado emocional piorou muito mais ao ouvir aquelas palavras grossas! Ríspidas. Ao ouvir ele cuspir tudo aquilo na minha cara. -Eu não tenho nem um pouco de liberdade, não consigo respirar mais Bianca. Tenho que te dar satisfação pra tudo...
-O que você... aonde você quer chegar?
-Eu não quero chegar em lugar nenhum!
Eu engulo seco,  fechei meus olhos com toda a força que ainda me restava e me encolhi, agarrei minha pernas e tentei controlar minha respiração. Rober estava encostado na sacada olhando o tempo que começava a se fechar, ele se quer olhou em meus olhos. Não procurava saber se eu estava bem ou não. -Eu só quero que você entenda que eu preciso de um tempo pra mim. Pra fazer as minhas coisas... parece que a gente é casado já há anos. -Ele disse calmo enquanto eu tentava controlar minha crise de choro. Talvez eu realmente estivesse nos meus dias mais sensíveis.
-Se é isso que você quer... -Eu disse secando as lágrimas e me levantando. Caminhei até a mala e peguei um biquíni Rosa e uma sai de de praia de crochê branca. Em silêncio fui até o banheiro e me troquei. Fiz uma trança de lado no meu cabelo, e olhei minha cara de choro no banheiro.
-Porque diabos você não consegue confiar nele? -Eu sussurei pra mim mesma, olhei fundo nos meus olhos e vi que eu nao estava mais segura. De mais nada. Eu sai do banheiro  em silêncio e vi Rober no mesmo lugar, da mesma forma de 3 minutos atrás. Peguei minha bolsa pequena colocando meu celular, uma canga e meu cartão de crédito. Coloquei meus óculos e caminhei em direção da porta.
-Aonde você vai?
Ele se virou rápido. Me olhou triste, mas eu não ligava mais eu queria era respirar como dizia ele.
-Eu vou deixar você ter seu tempo e vou ter meu.
Sai rápido sem dar tempo dele indagar qualquer coisa.

A Namorada do Rober (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora