Prologue - A primeira imigrante

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(n/a: Esse primeiro capítulo vai falar sobre a mãe do SUGA quando ela foi para o Brasil e como os Cases a ajudaram. Vou chama-lá de Kim Sun-Hee e essa da capa é como eu a imagino quando ela era mais jovem, certo? Esse capítulo é importante mas não essencial para o andamento da história)


Há alguns vários anos atrás...

P.O.V. — Kim Sun-Hee

Sim, eu sei que cometi um erro ao deitar-me com aquele canalha do Park Ji-Yun, mas todos erram e merecem uma segunda chance, certo? Bem, não para minha família. Para meu azar, além de ser seduzida pelos encantos do charmoso Ji-Yun e deitar-me com ele, agora estou grávida de um filho daquele ser ignorante. Não que eu esteja triste pela gravidez, sempre almejei ser mãe, mas Ji-Yun não irá assumir a criança e ainda gritou para todos que quisessem— e que não quisessem também — ouvirem que eu havia me deitado com um alguém e agora estava grávida e sem honra. As pessoas passaram a me encarar nas ruas. Meu pai esperava-me furioso na porta de casa; puxou-me pelos cabelos e começou a me bater com um cabo de vassoura. Minha mãe, que antes apenas chorava, interviu e foi apenas por causa dela que eu não perdi o bebê. Ela deu-me uma passagem apenas de ida para o Santos, no Brasil e disse-me para procurar a Conceição Silva assim que lá chegasse, que ela me ajudaria.

Meu problema — ou a solução dele — é que meu navio faria antes uma parada no Rio de Janeiro, e foi lá que eu decidi, imaginando ser Santos. Estava enganada. Perdi as contas de quando tempo fiquei caminhando pelo Rio,  — que eu achava ser Santos — andei até minhas pernas não aguentarem mais e gritarem por ajuda. Sentei-me em um banco, frente a uma casa bonita, não era pobre, mas não era o maior dos casarões; era apenas uma casa normal de uma família normal. Estava perdida e pensando sobre que rumo tomar na minha vida. De repente, pude ver sair da casa uma mulher que aparentava ter a minha idade ou alguns pouquíssimos anos a menos; ela tinha longos cabelos negros, pele alva e grandes olhos castanhos; achei que ela fosse simplesmente ignorar-me e seguir seu caminho, mas no fundo ainda me restava uma pontinha de esperança de que ela pudesse ajudar-me. Minha esperança não foi em vão, aquela mulher; que descobri chamar-se Ana Rosa Cases, ela tinha dezoito anos e era recém-casada, estava grávida do seu filho mais velho, que, segundo a mesma, chamaria-se Pedro Eduardo; ela ajudou-me, ofereceu-me moradia por quanto tempo fosse necessário. Seu marido, o Sr. Matias era extremamente cordial, assim como sua velha sogra que morava juntamente com eles.

Fiquei com os Cases por dois anos e meio, criei ali meu primeiro filho durante os primeiros anos de sua infância, dei-lhe o nome de Jae. Não coloquei sobrenome nele, os Cases ofereceram-me seu sobrenome, mas eu, por motivos que eu mesma desconheci, neguei. Até incentivada pelos próprios Cases, tomei coragem e voltei para a Coréia em outra longa e cansativa viagem de navio com meu primogênito, sujeitos às mais diversas doenças.

Minha família não me acolheu, e novamente dependi da ajuda de desconhecidos, porém, esse "desconhecido" era Min YoonHo, que amou-me como ninguém, aceitou casar-se comigo — e se indispôs com a família por conta disso, mas não se importou — Ele adotou meu filho, que passou a chamar-se Min GeumJae, e com ele tive meu segundo filho, Min YoonGi.

A imigranteWhere stories live. Discover now