A Little Death

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Alycia's POV

Eliza e eu fazíamos as malas para voltar a Los Angeles e continuar as filmagens de The 100. Depois de me pedir em namoro, propus a ela que viajássemos até Miami para comemorar de todas as formas possíveis -de todas mesmo-. O sexo é importante em um relacionamento, e com Eliza não havia o que reclamar. Se gritar durante um orgasmo a ponto de os vizinhos do hotel reclamarem na recepção não é uma vida sexual estável então eu não sei o que é.

Nessa última semana tudo parecia se encaixar. Eliza e eu estávamos tão próximas que o mundo todo já deveria saber que não somos apenas colegas de trabalho. Estar perto dela é como passear por um jardim o tempo inteiro, divagando nas fragrâncias inebriantes das flores. Ela parecia me fazer levitar e nem sequer se dava conta disso. E sim, isso me irrita algumas vezes. Outro dia quando fomos à praia de Miami, uma moça de no máximo 18 anos babava enquanto observava Eliza tirar suas roupas para entrar no mar. É estranho tanto sentir quanto admitir, mas os ciúmes que senti naquele momento eram perceptíveis há quilômetros.

FLASHBACK ON

-Não precisa ficar emburrada assim. É só uma criança, Aly. -Eliza riu enquanto caminhávamos em direção ao mar. Ergui as sobrancelhas e a encarei.

-Não parecia só uma criança mordendo os lábios assistindo você tirar a roupa. -revirei os olhos já sentindo a água gelada do mar em minhas pernas. Eliza me encarava com um semblante estranho. Uma de suas sobrancelhas estava erguida e uma curva de sorriso brotou em seus lábios me deixando confusa. -O que foi? -questionei irritada com aquela expressão.

-Você está com ciúmes. -ela afirmou rindo e entrando de vez na água que agora cobria até metade de seu tronco pálido. Era só o que me faltava.

-Isso é ridículo. -virei o rosto passando a ignorar suas risadas que agora ecoavam ao meu lado.

-Alycia, vamos. É primeira vez que você sente ciúmes abertamente, preciso anotar o dia e a hora imediatamente. -ela me puxava pelo braço com certa força e tratei de me manter ali parada, soltando meu braço de suas mãos.

-Para de ser idiota, Eliza. -era extremamente irritante a forma como ela brincava com algo que me chateava.

-Amor, você sabe que não precisa se preocupar com qualquer um que não seja você. Pode ter certeza que se a pessoa não se chamar Alycia e não tiver um amor gigantesco por flores, não existe nada que me interesse nela. -Eliza de aproximou cruzando suas mãos com as minhas. Era impossível não sorrir observando seu olhar sincero pesando sobre mim ao pronunciar aquelas palavras. Mas uma palavra em especial me chamou mais atenção que as outras, e isso me fez abrir um sorriso que Eliza tratou de corresponder, mesmo que de forma um tanto confusa. -Por que está rindo assim?

-Você. Eu gosto quando me chama de "amor". Seu sotaque é mais forte que o meu. -ri passando os braços ao redor de seu pescoço. A verdade é que eu me sentia especial quando Eliza me tratava por palavras como aquela. Não simplesmente pela palavra em si, mas a forma como ela me olhava enquanto as pronunciava. Eu me sentia segura. Ela enlaçou suas mãos em minha cintura e revirou os olhos com um sorriso irônico no rosto.

-Tudo bem, então. Vamos ver se a garota que estava me olhando também acha meu sotaque engraçado. -retrucou fingindo ir em direção à garota na areia. Segurei seu braço firmemente e a beijei. Mas não podia deixar aquela provocação em branco. Aproveitei seus olhos fechados durante o beijo e joguei água em todo o seu corpo, me afastando imediatamente ao perceber a guerra de respingos e risadas ali.

FLASHBACK OFF

-Aly, cadê aquela minha camisa? A que eu comprei naquela feirinha. -Eliza revirava o quarto de hotel em busca de suas coisas. Sinceramente, eu nunca vi alguém mais desorganizado. Se eu conseguisse fazer Eliza de tornar uma pessoa organizada, no dia seguinte eu bateria nas portas da igreja e diria ser uma santa milagrosa.