Hanna P.O.V.
Meus olhos doíam, era como se tivesse levado várias porradas consecutivas. Os abri com dificuldade enquanto o som do despertador ecoava em meus ouvidos. Estiquei a mão pegando o celular que tocava como despertador e desliguei-o. Me virei na cama de forma como se olhasse o céu, mas era o teto mesmo. Ao meu lado, um travesseiro com a fronha branca manchada de preto, rímel, concluí.
Eu estava mal, de novo.
Me levantei da cama e tirei a fronha para que minha mãe não visse. Afinal, por que eu estava escondendo minha insatisfação dela? Já que a culpa de tudo o que estava acontecendo era dela e de meu pai? Suspirei pesadamente enquanto adentrava o banheiro e tirava meus pijamas. Entrei no box e liguei o registro da água, sentindo a mesma molhar meu corpo alguns segundos depois.
{...}
Demorei cerca de 15 minutos no banho. Ainda estava cedo então eu fiz questão de enrolar.
Coloquei uma roupa qualquer. Uma blusa preta regata com as tiras que ficavam em meu ombro de renda e uma calça jeans um pouco mais clara. Me encarei no espelho, não estava legal. Alcancei uma jaqueta preta de couro e coloquei sobre meus ombros, dando um sorriso em seguida, perfeito. Calcei meu coturno enquanto ouvia novamente minha mãe gritando no celular, provavelmente com meu pai, que havia saído de casa há alguns dias. Aí a origem da mancha no travesseiro.Minha cabeça latejava e aquela gritaria me irritava, primeiro que minha mãe estava parecendo uma louca, desesperada, e isso me deixava triste, segundo que eu não queria ouvir nada relacionado ao meu pai, eu sempre negava que a ausência dele me causava dor, mas eu o odiava por ter nos deixado.
Peguei minha mochila em cima da cama e coloquei alguns livros que havia esquecido na escrivaninha. Suspirei e sai do quarto, fechando a porta atrás de mim. Desci as escadas a caminho da cozinha e arrumei meu café em uma xícara. Eu não costumava comer de manhã, só tomava um café para não acabar desmaiando de sono na aula.
Escutei alguns passos, o barulho do salto da minha mãe na escada. Levei a xícara já vazia onde eu havia tomado café para a pia e voltei a ajeitar a mochila em minhas costas.
Assim que chegou na cozinha, ela se aproximou de mim como se fosse me dar um beijo na testa como fazia usualmente, mas eu me afastei.
— Não. Estou atrasada.
Disse em um tom meio frio, mas ela parecia triste e se me abraçasse, iria dizer algo fofo que me faria chorar, e chorar agora era o que eu menos queria.
Saí de casa batendo a porta um pouco forte. Olhei para rua ainda um pouco deserta por ser 06h30 da manhã e sorri quando percebi que o céu estava nublado, provavelmente iria chover mais tarde.
Caminhei pela calçada, a escola não era longe da minha casa, na verdade, Rosewood é uma cidade pequena então é tudo muito perto.
Cheguei na escola eram 6h50. Já estava lotada, vários alunos pra lá e pra cá. Subi as escadas da entrada e me deparei com o longo corredor que dava acesso ao resto da escola. Caminhei por ele até chegar na minha sala, que não era muito longe do portão.
Cantarolava uma música que nem sabia o nome enquanto entrava na sala e acenava para alguns amigos que me avistaram.
Ouvi Emily gritar para que eu fosse me sentar ao seu lado, e assim o fiz. Deixei minha mochila na cadeira ao lado da dela e notei seu olhar constante, como se soubesse que eu não estava bem. Peguei meu celular no bolso de trás da calça e encarei a tela bloqueada assim que vi Emily vindo em minha direção.
— O que foi?
Ela perguntou ao se aproximar de mim, se apoiando em sua mesa, e direcionou seu olhar para mim.
— O de sempre.
Disse revirando os olhos e deixando o celular em cima da mesa e olhei do outro lado da sala.
— Quem é aquele? - perguntei.
Balancei a cabeça em direção a um garoto sentado em cima da mesa e conversando com alguns garotos.
— Ainda não descobri, até o final do dia te respondo. - ela disse sorrindo e balançou a cabeça. - Por que? Está interessada?
— Que? Não! Cala boca, Em! - disse dando uma risada fraca depois.
— Que foi? Você realmente precisa... você sabe...
A olhei arqueando uma sobrancelha esperando que ela completasse a frase.
— A gente tá no primeiro ano do ensino médio e você ainda é bv.
Ela diz a última parte baixo, como se fosse algo do que se envergonhar, e por mais que a maioria das pessoas achasse vergonhoso o fato de eu ainda ser bv, eu não tinha nenhum problema com isso.
— E o que é que tem? Eu só sou... preservada.
Digo revirando os olhos e graças a Deus, o sino tocou, dando um fim naquela conversa entediante.
Em cerca de dois minutos, um professor entrou na sala, não prestei atenção no nome dele, só sabia que era professor de álgebra. Eu sempre fui muito bem de álgebra, e em geral, em todas as matérias da escola.— Bom dia novamente. Agora que já me apresentei, devo organiza-los em seus devidos lugares. Antes que se perguntem o porquê, leiam o regulamento da escola. Todos os alunos tem o dever de seguir o "mapa de sala". Direi o nome de cada um de vocês e vocês irão de acomodar no local indicado. De acordo?
Ele disse e todos concordaram, levantando logo em seguida. Eu me levantei também e esperei que fosse chamada.
[...]
Gente! Essa é minha primeira fic.
Espero que gostem. Desculpem pelo capítulo pequeno. Prometo melhorar.- J.
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Back to December - Haleb
FanfictionDepois de anos alimentando uma paixão não correspondida, será que ela encontrará o amor? Ou melhor, será quer ela se entregará ao amor? {A Haleb fanfiction}