Oláá!!
Essa é a primeira fanfic que escrevo e tenho coragem de postar, então estou um pouco nervosa com isso, mas espero que gostem!!
Boa leitura.
Pela rua deserta caminho sorrateiro, a brisa fresca do outono passa por mim levando minha franja para trás. Não me importo e continuo com passos curtos em direção ao metrô.
Pego meu celular e retiro os fones do bolso da jaqueta. Coloco no aleatório e aperto o play, meus passos agora seguem no ritmo da música, ela é calma e me faz lembrar de minha mãe.
Com os cabelos presos em um coque mal feito pintando quadros como profissão, ótimos quadro por sinal tem um em meu quarto que ela me retratou quando criança como um hibrido de orelhas de gato e cauda felpuda.
Depois que ela se foi não conseguia mais olhar para aquele quadro que sempre me trazia um sorriso quando entrava no cômodo, com meu pai me puxando para baixo quando tento encontrar uma brecha para subir foi ficando cada vez mais difícil continuar sorrindo.
O ar esfria e começo a tremer, devia ter pego um cachecol ou uma jaqueta mais quente, mas é tarde para voltar. Devo estar quarteirões de distância de casa agora e voltar já não é mais uma opção, prometi a mim mesmo que não faria isso depois que saísse.
A música acaba.
Paro esperando para continuar a caminhar ao som de outra que em poucos minutos começa, música me faz viajar e posso parar de pensar em tudo por uns minutos.
Mas parece que dessa vez não é o bastante, as imagens continuam passando por minha mente. Posso sentir sua mão gélida tocar meu rosto e com um sorriso dizer que está tudo bem, que não preciso me preocupar que ela voltaria logo.
Ela nunca voltou.
Depois desse dia meu pai vive chegando bêbado em casa, gastando minhas economias para a faculdade com cigarros e cerveja.
Ele não será mais um problema, é apenas um peso morto que carregava por motivos sentimentais, mas já percebi que a carne está podre de mais para que algum dia a alma que lá vivia volte para o corpo e faça tudo se concertar.
A música termina e logo outra começa uma batida mais rápida e faz com que meus passos se apressem um pouco mais.
Meu emprego.
Esqueci totalmente de avisar meu chefe, ele é um homem preocupado, provavelmente vai me ligar assim que amanhecer e eu não aparecer para trabalhar.
É um senhor de confiança, mas sinto que deveria esconder a verdade dele, direi que estou doente e não irei por um tempo ou não atenderei a ligação.
Seguro firme a passagem do metro que comprei semanas antes esperando a oportunidade aparecer para que eu vá embora dessa cidade e seguir minha carreira de músico.
Meu pai sempre foi contra, já minha mãe me levava em aulas de canto escondida para que quando tivéssemos oportunidade eu fosse para uma audição onde me tornaria famoso.
Prometi a ela casas, joias e animais, ela sempre gostou tanto de gatos.
Prefiro cachorros, gatos são insensíveis e sempre te encaram com desgosto. Lembro-me de quando mamãe levou um gato perdido para a casa, me desesperei quando ele começou a se esfregar em mim e todos caíram na gargalhada.
Fiquei emburrado e ela me levou para tomar sorvete depois de se desculpar pela visita inesperada e leva-lo para um abrigo.
Sorrio por perceber que ainda me lembro dos momentos felizes, mas logo ele se desfaz quando volto para o agora.
A música troca para uma faixa mais triste e calma.
Minha mochila começa a pesar em meus ombros, mas continuo em passos firmes que ainda seguem seu ritmo.
Tudo poderia ter sido diferente se mamãe estivesse aqui, penso que tudo é minha culpa, se não tivesse obrigado ela a me levar escondida as aulas de canto ou ir às minhas peças do colégio enquanto estava doente ela teria mais forças para continuar.
Sou tão egoísta, sinto meus olhos ficarem molhados, mas reprimo o choro piscando rápido.
Devo seguir meu caminho, mesmo pensando apenas em mim e em minha felicidade. Apesar de que aquele velho não vai se importar se eu sair e nunca mais voltar e eu também não tenho ninguém.
A alguns quarteirões à frente posso ver a entrada mal iluminada do metrô e sigo em sua direção segurando firme a alça da mochila em uma mão e o bilhete em outra.
A música acaba.
Chegando ao fim da minha playlist pego meu celular para coloca-la novamente desde o inicio e paro para observar minha foto de bloqueio.
Eu e Jimin, ele apoiado em meus ombros enquanto dou um grande sorriso.
Jimin.
Como pude me esquecer?
Meu melhor amigo.
Quem sempre posso confiar
Que me ajuda em momentos de crise.
Aquele que me acolheu com palavras doces quando fui obrigado a ir ao enterro da minha mãe.
Que dividiu seu lanche comigo quando já não tinha dinheiro para comprar o meu.
Aquele que me dava bala sem necessidade.
E aquele o qual com a caligrafia mais estranha que já vi escreveu em um post-it que tudo ficaria bem e colou em minhas costas na saída da escola.
Também aquele que me fazia sorrir em meio ao choro e também tinha uma capacidade incrível de contar histórias e aumentar todos os fatos
E eu me esqueci dele.
Em meio à escada do metrô dou meia volta e jogando o bilhete no lixo mais próximo, com passos largos sigo na direção oposta a que vim.
Preciso falar com Jimin.
Obrigada por ler <3
Espero que tenha gostado! E até a próxima.
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Preciso falar com Jimin
FanficQuando Jungkook decide fugir de casa vários pensamentos tomam conta de sua mente enquanto caminha em direção a estação de metrô.