Capítulo 3

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Meus braços e pernas doíam, eu senti algo descer por meu rosto, sangue. Quando terminei de abrir os olhos Bruno estava a minha frente ao lado do seu filho,  Pedro.

- Não achei que seria tão fácil.

Ouvi ele falar limpando sua arma com algum tipo de lenço.

Meus olhos estavam se acostumando a luz do sol que entrava pelas grandes janelas.

- Apenas não foi tão fácil quanto matar seus pais.

Bruno disse sorrindo ao olhar para mim.

Meu sangue subiu rápidamente, eu tentei soltar minhas mãos.  Por mim mataria os dois aqui e agora.

- Calma Camilinha.

Pedro falou perto de meu ouvido, Pedro puxou uma cadeira e sentou na minha frente bem perto de mim.

- Onde conseguiu essa cicatriz?

Eu não fazia a mínima ideia do que ele estava falando, a única cicatriz que eu tinha estava escondida.

- Que cicatriz?

Ele riu socando minha cara fortemente, tudo apagou por pouco tempo, a dor era insuportável.

Filho da puta.

- Calma meu filho, a tortura é só depois.

Bruno disse olhando para várias ferramentas posicionadas em um balcão.

Pedro ignorou o que seu pai falou, o mesmo colocou a mão no bolso e logo retirou um canivete.

- Isso é pelo tiro.

Ele sussurrou em meu ouvido.

Senti uma enorme pressão em meu estômago, a respiração de Pedro estava em meu ouvido, e a minha eu estava perdendo aos poucos.

Eu soltei um enorme gemido de dor.

Pedro se levantou limpando o canivete e guardando em seu bolso novamente.

- Pode nos ajudar?

Bruno se sentou a minha frente.

- Eu... eu nunca vou ajudar vocês.

Ele deu risada.

- Então veremos.

Ele ligou uma maquininha de cabelo.

- NÃO!! O que... o que você quer.

Disse devagar já que minha respiração estava ofegante.

- O trato é bem simples.

Eu concordei com cabeça fraco.

- Se aceitar minha proposta... Eu Bruno paro de tentar invadir o Morro do Alemão.

Eu mordi o lábio  concordando.

Pedro me olhava, eu estava quase desmaiando, perdi uma grande quantidade de sangue.

- Você provavelmente conhece a favela da Rossinha?

Eu concordei novamente, eu já não entendia mais nada. Apenas desmaiei.

Dona do Morro Onde histórias criam vida. Descubra agora