“Ahh...ha...uwahh!”
A espada, oscilante, fez um estranho movimento golpeando nada além do ar.
O javali azul desviou com facilidade, algo surpreendente considerando seu corpo
avantajado e acertou de forma feroz seu agressor. Eu desisti de controlar meus risos depois de
assisti-lo voar pelo ar após o golpe do javali e rolar colina a baixo.
“Hahaha, não é assim. O primeiro movimento é importante, Klein.”
“Argh... Esse desgraçado.”
O guerreiro que estava reclamando, um membro do meu grupo chamado Klein,
levantou-se e olhou para mim falando de forma melancólica.
“Mas Kirito, mesmo que você diga isso eu não posso fazer nada quanto ao fato que
essa coisa se move”.
Conheci essa pessoa, que usava uma bandana abaixo dos seus cabelos ruivos e usava
uma simples armadura leve em cima do seu corpo magro, a algumas horas atrás. Se ele tivesse
revelado seu verdadeiro nome seria difícil de omitir honoríficos, mas como os nomes Klein e
Kirito foram ambos nomes que nós fizemos para nossos personagens, colocar ‘-san’, ou ‘-kun’,
seria algo apenas hilário.
As pernas daquela pessoa em questão começaram a tremer.
Parece que ele é um pouco lento.
Peguei uma pedra que estava no chão perto de um matagal e posicionei um pouco
acima do meu ombro. Em seguida o sistema detectou o primeiro sinal de uma habilidade e a
pedra começou a emitir uma pequena luz verde.
Depois disso minha mão esquerda se moveu por conta própria e a pedra começou a
voar, desenhando uma linha de luz que acertou bem no meio do rosto do javali.
“Ggiik!”
O javali guinchou em fúria e começou a olhar para mim.
“É claro que eles se movem. Eles não são bonecos de treinamento. Mas se você
começar a fazer o movimen-to certo, o sistema vai detectar e vai acertar o alvo para você.”
“Movimento... Movimento...”
Murmurando como se fosse uma magia, Klein levantou o cutelo que ele tinha na mão
direita.
Embora o javali azul, nome oficial «Frenzy Boar» fosse um monstro de nível um, Klein
havia perdido mais da metade do seu HP sendo acertado por contra ataques. Bem, se ele
tivesse morrido ele apenas renasceria na «Cidade Inicial» perto dali, mas voltar todo esse
caminho apenas para caçar era deveras chato.
Parecia que precisava de apenas mais um movimento para a luta acabar.
InKleini minha cabeça e corri para bloquear o ataque do javali com a minha espada.
“Hmm, como eu posso explicar...Não é como ‘Um, Dois, Três e Ataque!’ é algo mais
como carregar um pouco até você sentir a habilidade começar e então vai como um ‘BAM!’e
você acerta o monstro.”
“Bam é?”
Klein fez uma careta, mas mesmo assim nivelou sua espada ao meio do seu corpo.
Respirou profundamente e então posicionou sua espada para cima como se fosse
cortar algo. Dessa vez o sis-tema sentiu que a pose estava correta e a espada começou
lentamente a ter um brilho laranja.
“Ha!”
Com um gripo ele saltou do chão com um movimen-to que era completamente
diferente dos anteriores. Swish! Com esse som a espada desenhou uma chama vermelha no ar.
«Reaver», uma habilidade básica da espada de uma mão, que perfurou exatamente o pescoço
do javali que estava prestes a atacar, acabando com o resto do seu HP, que como o de Klein
estava com a metade ainda cheia.
“Guekk!” — Ele gritou e chorou em lamento e seu corpo começou a se despedaçar
como se fosse feito de vidro. Em seguida números roxos anunciavam quantos pontos de
experiência eu havia ganhado.
“Issssooo!”
Klein fez uma pose exagerada de vitória e com um grande sorriso em seu rosto
levantou sua mão esquerda. Eu o cumprimentei e ele sorriu de novo.
“Parabéns pela sua primeira vitória. Só que esse javali equivale a um slime dos outros
jogos.”
“Sério? Eu pensava que era algum tipo de subchefe ou alguma coisa parecida!”
“Sem chance.”
Meu sorriso se tornou um pouco forçado e então coloquei minha espada nas costas.
Mesmo que eu esteja provocando ele, eu sabia como ele se sentia agora. Apesar de eu
ter 2 meses a mais de experiência que ele, apenas agora ele sentia o excitante sentimento de
ter destruído seu primeiro inimigo com as próprias mãos.
Klein começou a usar a mesma habilidade de novo e de novo gritando como ele tinha
feito antes. Deve ser o seu jeito de praticar e por isso o deixei sozinho e resolvi olhar por aí.
As incontáveis planícies que se estendiam exalavam um belo vermelho como o sol que
começava a nascer, ao norte se tinha uma silhueta de uma floresta, ao sul um lago e eu podia
ver os muros que cercavam a cidade à leste. E na direção oeste havia um céu infinito partindo
para sempre com algumas nuvens douradas à deriva.
Nós estávamos na planície próxima a «Cidade Inicial» e ao extremo norte se situava o
primeiro andar do colossal castelo flutuante — «Aincrad». Devia haver vários joga-dores
enfrentando monstros por aqui; porém era tão grandioso que nenhum deles eram visíveis.
Claramente satisfeito, Klein guardou sua espada e se aproximou para observar a área
também.
“Mas realmente... Não importa quantas vezes eu olhe para esse lugar, eu ainda não
acredito que isso é «dentro de um jogo».”
“Bem, mesmo que você diga ‘dentro’ não é como se nossas almas estivessem presas
ou coisa parecida. Nossos cérebros estão apenas vendo e ouvindo em vez dos nossos olhos e
ouvidos através dos sinais que o «NERvGear» está enviando.”
Eu disse cruzando meus braços, Klein amuou seus lábios como uma criança.
“Você pode já ter usado antes, mas para mim é a primeira vez usando um «Full Dive».
Não é incrível? Sério... Eu realmente estou aliviado de ter nascido nessa década.”
“Você está exagerando.”
Mas por mais que eu tenha debochado, eu concordava totalmente com ele.
«NERvGear»
Esse era o nome do hardware que movia esse VRMMMORPG—«Sword Art Online».
A estrutura básica dessa máquina era totalmente diferente das antigas.
Diferente do velho sistema homem-máquina como os “Monitores de alta definição” ou
“Controles que você usa as mãos”, NERvGear s tinham uma interface única e simplificada que
cobria sua cabeça e seu rosto.
Dentro deles havia vários componentes que enviavam sinais eletrônicos que
permitiam o mecanismo acessar o cérebro do usuário. O usuário não usava seus olhos ou
ouvidos para ver e ouvir, mas sim os sinais que eram enviados diretamente para o cérebro.
Além disso, a má-quina não permitia apenas ver e ouvir, mas também tocar, cheirar e degustar.
Ou seja, todos os cinco sentidos.
Depois de encaixar o NERvGear , colocar seu corpo em um lugar adequado e em
seguida dizer o comando de iniciação para «Link Start», todo o barulho desaparecia. Você
ficaria em meio à escuridão, depois você entrava em um circulo no meio daquele lugar e
magicamente estava em um mundo feito inteiramente de dados.
Então,
Seis meses atrás, essa máquina que começou a ser vendida em Abril de 2022 criou com
sucesso uma «Realidade Virtual». As companhias eletrônicas que criaram o NERvGear
chamaram essa conexão de uma realidade virtual—
«Full Dive».
Era uma completa exclusão da realidade, criando um mundo novo e completo.
Esse NERvGear não apenas enviava sinais falsos para os cinco sentidos como
reordenava qualquer ordem enviada do nosso cérebro para o corpo.
Isso pode ser chamado do requerimento mais básico para se mover livremente na
realidade virtual.
Se o corpo receber sinais cerebrais de um usuário que está em Full Dive, no momento
que o usuário escolhe a opção «Correr» seu corpo real poderia correr em direção a uma
parede.
Por causa da capacidade do NERvGear de reordenar os comandos que o cérebro envia
para a medula espinhal, Klein e eu podemos ambos mover nossos avatares livremente e lutar
com nossas espadas.
Nós estamos completamente dentro desse jogo.
O efeito dessa experiência que me cativou assim como a vários outros jogadores é a
questão de que nós nunca mais voltaremos para nossas velhas canetas de toque ou sensores
de movimento.
Klein sentia o vento passando pelas planícies que conseguiam atravessar os muros do
castelo distante dali.
“Então, SAO é o primeiro jogo para NERvGear que você joga?” Eu perguntei.
Klein, que parecia um calmo samurai do período Sengoku1
, olha para minha direção e
assentiu.
“Sim.”
Se ele tivesse falado com uma expressão facial mais séria, teria parecido um ator de
uma peça histórica. É claro que aquele corpo era diferente do seu corpo no mundo real. Era
um avatar ajustado por algumas opções.
É claro, eu parecia algum tipo de protagonista ridiculamente perfeito de alguma
animação fantasiosa também.
Klein continuou usando uma voz vigorosa que obviamente era diferente da sua voz
real.
“Para ser exato eu comprei o hardware depois da corrida que tive de participar para
pegar o SAO. Havia apenas 10 mil unidades no primeiro lote, então eu penso que eu sou
realmente sortudo... Apesar de que você seria 10 vezes mais sortudo por ter feito o beta test.
Eles lançaram apenas mil!”
“É. Eu acho.”
Klein ficou me olhando. E inconscientemente eu comecei a lembrar.
Lembrava de todo o entusiasmo que o «Sword Art Online» criou quando foi anunciado
como se fosse ontem.
O NERvGear havia aberto as portas para os jogos de alta interação. Porém, por mais
inovador que fosse a máquina, eram lançados apenas jogos refeitos por algumas empresas.
Eles eram todos puzzles ou jogos educacionais, descontentando os jogadores viciados como eu.
NERvGear podia sim, render uma realidade virtual.
Mas você podia andar apenas 100 metros antes de atingir uma parede nesse mundo,
por isso foi uma decepção enorme. Jogadores hardcores como eu, que haviam sido
completamente absorvidos pela experiência de estar dentro do jogo começaram a esperar por
um jogo cujo gênero era inevitável de se criar.
Começamos a esperar um jogo em resposta da rede. Um jogo que deixaria milhões de
jogadores juntos, crescendo, lutando e vivendo como um personagem próprio. Ou seja, um
MMORPG.
Quando a expectativa e o desejo alcançou seu limite, o primeiro VRMMORPG foi
anunciado: «Sword Art Online». Um jogo que consistia em um castelo flutuante com 100 andares.
Os jogadores viviam em um mundo com florestas e lagos, confiando apenas em suas
espadas para conduzi-los em direção aos andares superiores, derrotando incontáveis monstros
e fazendo seu próprio caminho até o topo.
«Magia» era considerada algo indispensável como parte da fantasia dos MMORPGS e
de forma ousada foram criados infinitos números de habilidades chamadas de «Sowrd Skill» e
era parte do plano fazer os jogadores sentirem a experiência de lutar com seus corpos o
quanto fosse possível.
Habilidades eram variadas incluindo aqui habilidades produtivas como ferraria e
costura ou habilidades diárias como pescar, cozinhar e tocar música. Dessa forma o jogador
poderia não apenas se aventurar em um jogo grande, mas também poderia «viver» dentro
dele. Se eles assim quisessem, depois de terem alcançado um nível alto o suficiente eles
poderiam comprar uma casa e viver como pastores.
Assim que essas informações foram reveladas, o entusiasmo dos jogadores apenas
aumentou.
O Beta test recrutou apenas alguns jogadores, dizem que era apenas 1000 pessoas,
metade dos NERvGears que já haviam sido vendidos naquela época que foi quando eu me
voluntariei para ser um dos testers. Sorte fora a única razão de eu ter sido escolhido e também
como beneficio adicional os beta testers receberiam prioridade quando o jogo fosse lançado
oficialmente.
Os dois meses de teste foram como um sonho. Na escola eu escrevia toda minha lista
de habilidades, equipamentos e itens e então corria de lá para minha casa assim que a aula
acabava. O período de testes terminou em um piscar de olhos e no dia que meu personagem
foi apagado eu tive um sentimento de perda como se o meu verdadeiro eu tivesse
desaparecido.
E agora — 11 de Novembro de 2022, Domingo.
«Sword Art Online» — todas as preparações foram terminadas a 1 da madrugada,
oficialmente o servidor era ligado.
É claro, eu tive de esperar 30 minutos para logar sem lentidões, mas quando eu chequei as estatísticas do servidor cerca de 9500 pessoas já estavam logadas, parecia que
todas as pessoas que foram sortudas o suficiente para conseguir o jogo sentiram o mesmo que
eu senti. Todas as lojas online que anunciaram o jogo devem ter vendido tudo em segundos e
as vendas offline, que devem ter começado ontem, criaram filas de pessoas que esperaram
por quatro dias, criando tumulto suficiente para aparecer em noticiários. Isso significa que
todas as pessoas que compraram uma cópia do jogo eram realmente jogadores hardcores.
As ações de Klein provavam isso claramente.
Depois que eu loguei no SAO eu comecei a correr pelas nostálgicas ruas pavimentadas
em pedra da «Cidade Inicial» para ir a uma loja de armas e notando que eu era um beta tester
depois de me ver começar a correr sem nenhuma hesitação, Klein correu atrás de mim.
“Ei, me ensine algumas coisas!” ele implorou.
Eu me perguntei como ele podia ser tão exigente e ao mesmo tempo tão cara-de-pau
com uma pessoa que nunca havia conhecido antes. Perdi minhas palavras pelo espanto da
primeira impressão.
“Hã, er...Então, por que não vamos para a loja de armas?” Eu respondi como se fosse
um NPC e no final das contas acabamos formando um grupo onde comecei a ensinar a ele o
básico de lutar e foi assim que nós terminamos na nossa situação atual.
Para dizer a verdade, eu não me dou bem com as pessoas nem na vida real nem em
jogos, talvez até menos na vida real. Durante o período de testes eu cheguei a conhecer
algumas pessoas, mas não próximo o suficiente para chamar alguém de amigo.
Mas Klein tinha um lado que ele avançava em você, mas não fazia você se sentir
desconfortável também. Pensando dessa forma, eu creio que seria capaz de conviver com ele
e então abri minha boca.
“Então...O que você quer fazer? Quer continuar caçando até cansar disso?”
“Claro! Eu ia dizer isso, mas....”
Os olhos de Klein foram em direção ao lado direito da sua visão. Ele parecia checar o
tempo.
“... Bem, eu vou ter que sair e comer, pedi uma pizza para as 05h30min.”
“Bem meticuloso.”
Eu disse algumas palavras desconexas e então Klein inflou seu peito.
“É claro!” Ele disse de forma orgulhosa. “Eu prometi encontrar algumas pessoas na
«Cidade Inicial» daqui a pouco. Eu poderia apresentar você para elas e então nos registrar
como amigos, assim poderíamos sempre enviar mensagens um para os outros. O que acha?”
“Err... Hãa..” Eu murmurei subconscientemente.
Eu poderia conviver bem com o Klein, mas não havia garantias que seria o mesmo para
os amigos dele. Eu senti que havia uma grande chance de não gostar de estar junto deles e
como resultado, os deixaria junto com Klein.
“Eu deveria...?”
Aparentemente entendendo a razão da minha razão da minha resposta não muito
confiante, Klein balançou sua cabeça.
“Ah, eu não quero forçar você. Sempre vai ter a chance de lhe apresentar eles de
qualquer forma.”
“...É. Desculpas e...Obrigado.”
Assim que eu o agradeci, Klein balançou sua cabeça com mais vigor.
“Ei, ei! Eu que deveria estar te agradecendo. Eu recebi muita ajuda sua e irei pagar
algum dia. Mentalmente.”
Klein sorriu e deu outra olhada no relógio.
“Bem, eu vou sair um pouco. Obrigado mesmo, Kirito. Até mais.”
Com isso, ele colocou sua mão à frente. Naquele momento eu pensei que aquela
pessoa seria um grande líder em «outro jogo» e apertei sua mão.
“A gente se vê por ai.”
E então soltamos nossas mãos.
Esse foi o momento onde Aincrad ou Sword Art Online deixou de ser apenas um jogo divertido para mim.
Klein recuou e colocou o dedo indicador direito e o polegar juntos e puxou, essa ação
foi feita para chamar o «menu principal» logo depois ouve um som de toque e um retângulo
roxo apareceu.
Eu me movi um pouco e abri meu menu também e comecei a mover meus dedos para
organizar os itens que havia conseguido pela luta com o javali.
E então.
“Eh?” Klein disse em um tom estranho. “O que é isso?... Não tem botão de sair.”
Naquele momento eu parei de mover meus dedos e levantei minha cabeça.
“Sem botão? Sem chance, olhe mais perto.”
Eu disse um pouco confuso. O espadachim abriu seus olhos o máximo que pôde e
aproximou a cabeça para perto do menu. O retângulo que tinha alguns botões na esquerda e
uma silhueta mostrando o equipamento que você estava usando na direita. Em um dos botões
do menu havia um botão escrito «SAIR» que permitiria você escapar desse mundo.
Depois disso voltei a observar minha lista de itens que eu havia ganhado após horas de
lutas e Klein começou a falar em um tom mais elevado.
“Realmente não está aqui. Você deveria dar uma olhada Kirito.”
“Eu disse que não há nenhuma forma de não estar...” Eu murmurei com um suspiro e
então cliquei no botão no topo esquerdo para voltar a tela inicial.
A janela de inventário a direita se fechou e voltou ao menu principal. E na parte
esquerda, onde havia vários es-paços vazios que dava acesso a uma longa fileira de botões.
Movi minha mão para baixo em um movimento que já havia se tornado um hábito e...
Meu corpo congelou.
Não estava ali.
Como Klein havia dito o botão que estava durante o período de teste. Não, desde que
eu havia logado — Havia desaparecido.
Comecei a olhar nos espaços vazios por alguns segundos, procurando no menu para
ter certeza de que não havia apenas mudado de posição. Klein olhava com um “Certo?” escrito
na sua testa.
“... Não está, certo?”
“Não, não está aqui.”
Eu assenti ao mesmo tempo em que me senti um pouco chato por concordar tão
facilmente. Klein sorriu e começou a esfregar os dedos no seu queixo.
“Bem, como o primeiro dia eu acho que alguns bugs poderiam ocorrer, agora mesmo
os GMs devem estar chorando pelo excesso de mensagens inundando a caixa de mensagens.”
Klein disse calmamente.
“Está tudo bem para você ficar aqui? Você disse que tinha pedido uma pizza, não foi?”
Eu perguntei.
“Ah, sem problemas!”
Eu sorri o vendo saltando por ai, com olhos enormes, joguei fora alguns itens que eu
não precisava no inventário que se tornou vermelho pelo excesso de itens e fui andar junto
com o Klein.
“Argh! Minha pizza de anchova e gengibre!”
“Por que você não chama um GM? Eles devem ser capazes de te tirar desse lado.”
“Eu tentei, mas não houve resposta e já são 5:25! Ei, Kirito, não tem um outro jeito de
sair?” Depois de ouvir o que Klein disse eu cruzei meus braços.
Meu rosto ficou rígido. Eu senti um medo infundado atravessando minha espinha.
“Vejamos...Para sair...” Eu disse ainda pensando.
Para sair dessa realidade virtual e voltar para o meu quarto, eu tenho que abrir o menu
principal e pressionar o botão de sair, então apertar sim e então a janela sumiria a para a
direita. Era bem simples, mas ao mesmo tempo eu não sabia de nenhum outro jeito de sair.
Eu olhei para o rosto do Klein, que estava um pouco acima do meu e balancei minha cabeça.
“Não, não há nenhum. Se você quer sair por conta própria você tem que usar o menu.
Não há outro meio.”
“Isso é impossível... Tem que haver alguma forma!”
Klein começou a gritar como se estivesse negando minha frase.
“Retornar! Sair! Escapar!”
Mas é claro, nada aconteceu. Não há comandos de voz em SÃO com essa descrição.
Depois de gritar isso e até mesmo pular, eu falei para Klein.
“Klein, isso é inútil. Até mesmo o manual não diz na-da sobre acessos de terminais de
emergência.”
“Mas...Isso é estúpido! Mesmo que seja um bug, eu não posso voltar para o meu
quarto e para o meu corpo quando eu quero.” Gritou Klein com uma expressão desnorteada
no rosto.
Eu concordo totalmente com ele.
Isso é impossível. É completamente sem sentido. Mas, indiscutivelmente era a verdade.
“Ei, o que é tudo isso? É muito estranho, nós não podermos sair desse jogo!”
Dando um riso forçado ele voltou a falar novamente.
“Espera, nós podemos apenas desligar ou tirar o «Gear».”
E então assisti Klein movendo suas mãos como se estivesse tentando tirar um chapéu
invisível e senti aquela ansiedade retornando.
“É impossível. Nesse momento nós não podemos mover nossos corpos, nossos
verdadeiros corpos. O «NERvGear» recebe todos os sinais do nosso cérebro e envia para o jogo
e os reordena para que eles movam nossos avatares aqui.”
Klein lentamente fechou sua boca e abaixou suas mãos.
Ambos ficamos mudos por um tempo, cada um perdido em seus próprios
pensamentos.
Para permitir um estado de interatividade perfeita, o NERvGear bloqueia os sinais que
nosso cérebro envia a nossa espinha para que possamos controlar nossos avatares nesse
mundo. Entretanto, se eu mover meu braço aqui o braço do meu verdadeiro corpo, que está
deitado na minha cama nesse exato momento, não vai mover um centímetro sequer,
garantindo que eu não bata minha cabeça contra o canto da minha mesa nem nada do tipo.
Mas, por causa dessa função nós não podemos retirar o NERvGear por nossa conta
própria agora.
“...Então, a menos que o bug seja consertado ou alguém do mundo real tire os nossos
Gears, nós temos que esperar?” Murmurou Klein, ainda um pouco atordoado.
Eu silenciosamente assenti.
“Mas, eu vivo sozinho, e você?”
Hesitei em dizer, mas disse a verdade para ele.
“Eu vivo com minha mãe e minha irmã mais nova, uma família de três. Eu acho que
vou ser forçado a tirar o NERvGear se não descer para o jantar...”
“O que? Q-Quantos anos sua irmã tem?”
Subitamente Klein olhou em minha direção, com olhos faiscantes. Apenas desviei meu
olhar.
“Você está bem calmo agora, não? Ela faz parte de clubes esportivos e odeia jogos,
então ela não tem nada em comum com pessoas como nós...” Eu movi meu braço na tentativa
de mudar de assunto. “Você não acha isso tudo estranho?”
“Claro. Desde que seja um bug.”
“Não, eu não quero dizer que é apenas um bug. É um bug que «impossibilita sair». É
um problema grande o suficiente para atrapalhar a operação do jogo por si só. É como a sua
pizza no mundo real ficando mais fria a cada segundo. Uma perda econômica, não?”
“Uma pizza fria... É tão sem sentido quanto um natto duro!”
Ignorei o comentário sem significado e continue falando.
“É assim, os operadores deveriam desligar o servido e retirar todos se fosse o caso.
Mas... Parece que se passou 15 minutos desde que notamos isso e não houve nenhuma
mensagem do sistema. Deixar o sistema sozinho. Isso é algo bizarro.”
“Hmm. Pensado dessa forma, você está certo.”
Agora Klein começava esfregar o seu queixo com uma expressão séria no rosto, a área
da bandana cobria agora uma parte do seu nariz fino, a inteligência brilhava em seus olhos.
Eu comecei a ouvir ele, me sentido estranho por falar com alguém que eu nunca
conheceria se eu apagasse minha conta.
“A Companhia que criou o SAO é a «Argas» que é famosa por se atenciosa com os
usuários, não é? Por isso todo mundo estava lutando para por as mãos em uma cópia desse
primeiro jogo online. Parece sem sentido eles estragarem tudo no seu primeiro dia.”
“Eu concordo. SAO é o primeiro VRMMORPG, caso alguma coisa desse errado eles
colocariam muita coisa a perder.”
Klein e eu olhamos um para outro com nossos rostos virtuais e suspiramos.
As estações em Aincrad eram baseadas na realidade, por isso era Outono aqui também.
Eu olhei para cima, respirando profundamente o frio ar virtual.
Cem metros depois eu quase poderia ver a luz vermelha anunciando a entrada para o
segundo andar. Assim que eu seguia na superfície irregular eu vi uma grande torre — «O
Labirinto», único caminho para o andar superior.
Havia passado das 5:30 e a pequena faixa do céu podia ser visto com a luz vermelha do
sol. Apesar da situação em que estava, vendo as planícies infinitas pintadas de ouro com a luz
do a tarde, encontrei-me sem palavras diante da beleza desse mundo virtual.
Logo depois disso.
O mundo mudou para sempre.
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Sword Art Online: Aincrad (Vol.1)
Ciencia FicciónNo ano de 2022 um RPG chamado Sword Art Online é lançado e as primeiras 10 mil cópias são vendidas estrondosamente rápido, o diferencial desse jogo é que o jogador põe um "capacete" que o é como se o jogador fosse transportado para o jogo ou seja se...