Lembranças

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—Lucy, o que estava fazendo com... Ele? – sussurrou incrédulo

Lucy olhou para o namorado – vulgo mestre – desentendida, depois mirou o mesmo tipo de olhar para o rapaz a sua frente.

—Desculpe, mas... Eu te conheço?

—Não, você não conhece. – Zeref respondeu ríspido, pondo-se na frente da loira, sussurrou algo no ouvido dele, virando-se para Lucy logo após – Vamos para casa, agora. – resmungou

Saíram de lá, Lucy mantinha-se quieta, enquanto Zeref, que segurava o pulso dela fortemente, ainda possuía uma expressão enraivada... Ou nervosa, ela não conseguia distinguir.

...

—Ei, Zeref! – exclamou, tirando os sapatos e jogando-os em algum canto da casa – Eu acho que conheço aquele homem, senti como se já tivesse o visto antes!

—Deve estar enganada, Lucy – respondeu, fitando-a com o canto do olho – você nunca o viu. – suspirou

[FLASHBACK ON | P.O.V ZEREF]

Estava com a coluna reencostada no tronco de uma árvore. Lucy também, porém, sua cabeça encotrava-se deitada meu ombro, o que nos deixava com uma aura reconfortante. Acariciava seus cabelos, eram macios e sedosos... Perfeitos. Comecei a relembrar-me de como a conheci, se naquela época soubesse que aquela garota rabugenta que um dia tentou tirar a minha vida hoje seria a razão do meu viver, nem imagino em como reagiria.

—Zeref. – tive meus pensamentos interrompidos por um chamado seu, inclino minha cabeça levemente em sua direção, apreciando aqueles tão belos pares olhos cor de chocolate que tanto amava

—Hmm..?

—Eu quero te contar uma coisa, mas... Não sei por onde começar, é assunto um pouco delicado... – a ouvi murmurar, ofeguei seus cabelos e dei um beijo na sua bochecha esquerda

—Apenas fale.

—Certo... – sussurrou – Quando voltarmos a Magnólia quero que faça um favor para mim.

—E qual seria esse favor? – franzi o cenho, ela parecia estar enrolando, e Lucy só enrola quando a coisa é séria. Mas que droga.

—Quando voltarmos para Magnólia... – disse lentamente, encarando o gramado, depois apertou firmemente uma de minhas mãos e me encarou trêmula – ...Apague todas as minhas memórias, e diga para a nova eu que sou uma criação sua.

—Tá de brincadeira, né? – perguntei irônico – É claro que não farei isso! É tudo por causa dele, não é?!

—Por favor, Zeref... – suplicou, não pude evitar, meus olhos marejaram-se – Se realmente me ama, apague-as, por favor... Deixe somente o amor que sinto por ti.

[FLASHBACK OFF]

—Mas se eu não o conheço, então como ele me conhece?

—Deve ser algum amigo de infância seu, sei lá. – respondeu rapidamente, mas logo se arrependeu. Acabou dizendo uma parte da verdade, ao invés de uma mentira. Por sorte, não disse nada a mais que isso

—Infância? Mas eu nem tive isso. Oh, pera aí... Você acabou de dizer que eu não o conhecia, e agora já vem dizendo que ele pode ser meu "amigo de infância"? – perguntou seria. Já tinha notado que Zeref estava mentindo, e queria muito saber o porquê – Explique-se.

Mas ele nada respondeu.

—Zeref, o que esconde? – perguntou novamente, se aproximando do maior, segurou seu rosto e aproximou-o do seu, olhava no fundo de seus olhos, procurando uma resposta. E ela encontrou.

Seus olhos, que sempre pareciam estar calmos, agora estavam desesperados, tristes, deprimidos. Sentiu uma dor enorme no peito ao encará-los, xingou-se mentalmente, parece que tocou em uma ferida profunda de seu coração. Largou seu rosto e se distanciou minimamente.

—Desculpe, acho que não deveria ter tocado no assunto – sussurrou deprimida, os olhos de Zeref nunca foram assim, tão vazios... Sentiu uma vontade imensa de chorar, mas não iria ceder. Assim que virou-se na direção oposta, pronta para sair dalí, sentiu braços rodearem a sua cintura e seu corpo sendo puxado com delicadeza. Zeref a abraçava por trás.

—Não se desculpe... – sussurrou – Eu entendo a sua curiosidade, mas eu prometi que não te contaria. – sussurrou novamente, virou Lucy para si, agora a abraçando corretamente – Mas se um dia houver necessidade de contar, contarei.

Ela nada respondeu, apenas concordou com a cabeça.

...

Acordou um pouco tonta, não sabia onde se encontrava muito ao menos quem estava consigo.

Deduziu ser um quarto, então apenas levantou da cama em que acordou e tateou as paredes, procurando por um interruptor, o achou e acendeu a luz, soltou um gritinho agudo ao perceber que estava no quarto de Zeref, e que o mesmo encontrava-se só de cueca em cima da cama.

—Mas que droga... – sussurrou, coçando os olhos e levantando o tronco – Lucy, não faça mais isso...

—Oh, desculpe... – sussurrou, apagando as luzes e voltando para a cama, ela também estava só de roupas intimas, o fato de não lembrar o que estava fazendo ali deixava-a nervosa – O que estava fazendo aqui assim?

—Dormindo? – respondeu o obvio

—Isso não, Zeref! – respondeu vermelha, arrancando uma risada gostosa do moreno

—Você bebeu muito ontem á noite, e depois ficou pedindo para fazermos você sabe o que. – respondeu indiferente, deixando a loira extremamente corada.

Lucy sempre foi muito fraca para bebidas, mas, surpreendentemente, ela nunca teve ressaca. Murmurou algo desconhecido, com a cabeça afundada em seu travesseiro, Zeref apenas acariciava seus cabelos, sentindo graça de tudo aquilo.

Depois de um bom tempo naquela mesma posição, ambos levantaram, tomaram banho juntos e apreciaram um bom café da manhã. O porque desse clichê todo? Lucy iria voltar para a guilda jájá, então implorou para que tudo aquilo ocorresse.

...

Estava em frente as grandes portas da Fairy Tail, e, por mais que o medo que sentia no momento assustasse a si mesma, tinha que entrar. Expirou profunda e lentamente, encostando a ponta dos dedos em uma das portas, abriu-a lentamente, a guilda ficou em um silencio assustador no mesmo momento, mas todos abriram a boca em em forma de "o" assim que uma mesa voou na direção da maga.

Agiu por puro reflexo, chutando bem no meio do móvel que se partiu em dois, olhou vermelha de raiva e olhou na direção em que a mesa fora arremessada, deparando-se com o Ice Make trêmulo, foi ele. Apenas suspirou e entrou na guilda, não iria bater em Gray, ele era, de algum jeito, o seu amigo.

—D-desculpe, Lucy! – gritou correndo em sua direção

—Oh, tudo bem. – respondeu, fazendo um gesto de "está tudo bem" com as mãos. Passou os olhos por toda a guilda, procurando por uma cabeleira ruiva, mas a única que encontrou foi a de Natsu – Hmmm... Onde está Erza?

—A Erza... Ela esta trancada no quarto desde os jogos mágicos, não saiu de lá um minuto sequer... O pior de tudo, é o motivo. Jellal foi assassinado.

Lucy arregalou os olhos, se perguntava como a notícia chegou tão rápido até eles. 

My Heart - CANCELADAOnde histórias criam vida. Descubra agora