N/A: Capítulo breve pessoal, espero que gostem, votem e comentem. Beijos, boa leitura.[OFF]
Sabe quando agente conhece uma pessoa, tem um encontro, se beija, transa, e esquece no outro dia? Sabe? Então, com ele não foi assim.
Sai de casa com minha amiga, sai de cabeça cheia, cheia dos problemas da família, cheia do trabalho, do crush antigo que agora está namorando. Saí de casa prometendo que ia encher a cara e esquecer tudo, prometendo que hoje eu ia me divertir. Mas parecia que nada ia dar certo hoje, estava uma garoa forte quando chegamos à Consolação, descemos nem metade da Augusta e pagamos um taxi pra descer oque faltava, ele nos deixou na porta da balada, uma fila, mas uma fila quilométrica, sem exagero, tinha uns dez metros de fila, e a bosta da casa não tinha uma porra de camarote ou área vip. Agora me pergunte; "Por que não foram pra outra casa?", Porque minha amiga é chata e preferiu ficar durante duas horas na fila, por causa do open bar. Oque as pessoas não Fazem por um open não é mesmo!
E quando finalmente entramos, eu estava certa de que nada mais ia piorar minha noite, estava enganada. O lugar era mais que apertado, tinha ate um segundo andar, mas quem disse que tinha DJ, só no de baixo, oque fazia com que as pessoas ficassem todas aglomeradas lá, o Open bar horrível, não tinha nem agua, sem ventilação. Só posso dizer uma coisa. Péssima noite, até ali.
Mas não foi pra reclamar na casa que eu estou aqui, foi pra contar oque ouve nela e acabou mudando minha vida.
Percebi que se passasse mais tempo olhando a minha volta iria terminar a minha noite mais estressada do que quando sai de casa, então finalmente me permiti relaxar e beber.
Já estava doidona e suada, decidi ir pra fora tomar um ar, e foi lá que tudo mudou.
Normalmente, digo, quando não estou bêbada, não chego em ninguém que estou interessada, por motivos de vergonha, mas depois que conheço ela some rapidinho.
Enfim, lá estava ele, com um cigarro entre os lábios, seguro enquanto digitava algo em seu celular, uma mão segurando o maço e o celular, a outra digitando com o auxilio da ocupada, desviou o olhar do celular e olhou a rua enquanto pegou o cigarro entre os dedos e tirou da boca, segurou a fumaça e logo após levantou a cabeça e soprou pra fora. Pode parecer loucura eu ter reparado em tudo isso, não sei se por causa da bebida, ou pelo meu estado de espirito procurando alivio de estresse, mas toda aquela cena me pareceu muito sexy, sexy e clichê.
Respirei fundo e caminhei ate lá, como quem não quer nada pedi um cigarro, disse que deixei o meu na chapelaria, e ele me deu um, com ele entre os dedos coloquei nos lábios e ele acendeu pra mim, olhando em meus olhos, enquanto traguei e soprei, também não ousei desviar de seu olhar, conversamos brevemente sobre nada importante e ele entrou novamente, pediu um abraço antes, e por Deus, que cheiro era aquele. Confesso que fiquei um pouco decepcionada por telo deixado ir sem pedir um beijo antes. Terminei o cigarro e entrei. Depois de mais algumas danças quem cruza meu caminho novamente? Pois é, ele, "Achei que não te acharia nunca, me passa seu numero?" pediu, e eu apenas fiquei feliz de ter me procurado, passei meu numero e meu nome do contato, e quando eu teclei no Save ele me puxou pela cintura nos grudando, segurou meus cabelos pela nuca e pediu no meu ouvido se podia beijar-me. Não foi necessário resposta de minha boca, o arrepio que passou por minha espinha chegou ao pescoço e ele viu isso como um sim, trilhou beijos por minha orelha, pescoço e checou na boca, e mais uma vez, por Deus, que lábios eram aqueles?
Em toda a minha vida, todas as minhas paixonites, todos os meus beijos, nunca, nunca, nunca tive em minha boca lábios como aqueles, era ridiculamente macios. Ridiculamente. Num encaixe perfeito e clichê. Nunca acreditei nessas coisas de livros românticos e filmes, mas porra, estava acontecendo comigo, e não era efeito da bebida, isso era certeza.
Dali, mesmo com uma tremedeira vergonhosa, consegui puxa-lo pra parede, empurramos algumas pessoas pra isso e finalmente chegamos ao destino esperado. Não sei se por minutos ou oras nos beijamos, mas sei que tempo suficiente praquele cara que eu nem sabia o nome se tornar inesquecível pra mim. Foi quando eu já tinha constatado isso que nossos toques ficaram mais íntimos, mais quentes, no meio daquele barulho e de toda aquela gente, que nos conhecíamos, por um momento que parecia infinito, era só nós dois, dois corpos suados e excitados se conhecendo, dois corações batendo no mesmo ritmo, duas respirações descompassadas. E eu só esperava que ele estivesse sentido tudo aquilo como eu. Gozamos, não tenho vergonha de admitir, num canto escuro da balada, eu na mão dele e ele na minha, depois colocou o dedo médio e o anelar em sua boca, provando do meu orgasmo, e me beijou, dividimos meu sabor em sua língua. Limpei minha mão na parte interna do meu vestido e nos separamos, ele disse que ia fumar, eu não quis ir junto, fiquei com medo de não conseguir firmar minhas pernas e fiquei lá respirando, pensando em tudo que tinha ocorrido.
Depois disso não bebi mais nada, acho que aquela altura já estava sóbria, procurei minha amiga e a convenci de sairmos de lá, ate vi ele antes de sair, mas ele não me viu. Não sei por que, mas fiquei com medo de ir falar com ele e o coitado ficar desconfortável achando que iria ficar no pé dele, medo daquilo ser só mais uma noite comum na balada pra ele, de tudo aquilo não ter significado nada pra ele como significou pra mim, me senti insegura com meu corpo, no fundo eu sabia que nunca mais veria ele, sabia que ele não se lembraria de mim no outro dia, que ele não me chamaria e que apagaria meu numero. Não sou nenhuma mocinha inocente que acha que vai cruzar o príncipe encantado em qualquer esquina, principalmente numa balada, sabia disso, balada não é lugar pra isso, no máximo uma foda fixa com um cara que conheceu lá e foram pro motel ou casa dele.
Naquele dia não quis chamar um Uber pra subir pro metro por estar exausta demais pra dar um passo, subi a pé, minha amiga contando sobre o cara que ela ficou – diferente de mim, exceto hoje, ela sempre casa na balada – e reclamando por estar cansada. Pegamos o metro e cada uma foi pro seu canto. E mais uma vez, diferente de como sempre acontece quando chego da balada, não fui tomar banho, nem tirei a maquiagem, a única coisa que consegui fazer foi tirar os sapatos e chuta-los pra um canto qualquer do quarto, tirar o vestido e leva-lo comigo pra debaixo do edredom. Só consegui dormir depois de ter repassado toda a minha noite. Dormi sentindo o cheiro dele, aquele que estava impregnado em mim, no vestido, aquele perfume maldito, que com absoluta certeza não sairia no meu banho. Exausta, dormi.
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Momentos que duram pra sempre.
RomancePra ela, tudo muda em uma noite, uma noite em que ela só queria desestressar, beber um pouco e relaxar. Pra ele, numa viagem, essa que ocorreu uma tragédia terrível, que o faz carregar a culpa mesmo após três anos. Será que ela conseguira tirar ele...