O ELEMENTO

Amanheceu

Trim.....trim...trim.....O barulho do despertador ressoa.7 da manhã,chove.Abro os olhos e penso,"mais um dia",fecho os olhos e respiro fundo,o despertador ainda grita;trimm....,trimm....,trimm..! Minha cabeça doi.

-Ok,agora você já pode calar a boca.!!

Exclamo,desligando o despertador que tem formato de cubo mágico,e fica sob uma escrivaninha branca ao lado da cama.Levantei-me lentamente,indo em direção à janela do meu quarto,que fica no 4 andar de um prédio qualquer.

-E pra piorar,chuva..! Reclamo,puxando a cortina preta da janela e observando o que acontece lá fora.A rua,como de costume,estava calma,e as pessoas,na calçada,tentavam esconder-se da chuva,que parecia estar forte.No parque,ao lado,que serve de refúgio matinal aos apaixonados por exercícios físicos,não havia ninguém,definitivamente,o céu não acordara bem hoje....e nem eu.Nessa cidadezinha parece que não acontece mais nada além de céu carregado,e chuva o dia todo.

Em direção à cozinha,ligo a tv,abro a geladeira.

-"O que teremos pro café?"

Respondo.!

-"cereal e leite"

Não,você não está ficando louco,e sim,eu estou falando sozinho.

Sento-me no sofá,que fica na cozinha,três cômodos,não chega a caber nem sequer meus pensamentos,que são turbilhões.No jornal fala de;chuva,gente,guerra.E tudo dá no mesmo,escuridão.Minha cabeça lateja.

Tenho que trabalhar,no entanto,a melancolia desse dia está me consumindo,assim como um bocejo leva à outro.Entro no chuveiro,água fria,pra levar embora todo esse mal estar,que gradativamente vem ocorrendo em minha vida.Saio do chuveiro,me enrolo na toalha,e massageio o pescoço,sinto que estou tenso.Escolho qualquer roupa,não sinto um pingo de vontade de vaidade,pego uma jaqueta com capuz,a chuva não para.

-Você não poderia estar melhor!

Falo olhando minha fisionomia no espelho retangular na porta do guarda-roupas;pele branca,olhos bem azuis e com olheiras,cabelo preto bagunçado,sinto pena dele,por ter que me ver nessa situação todos os dias..Saio.

-Bom dia Jhon!

Diz o senhor José,zelador do prédio,que inclusive trabalha aqui desde que mudei pra essa cidadezinha chuvosa,no interior dos EUA,há quase 2 meses.

-Bom Dia!

Respondo,com um sorriso amarelo no rosto,e olhando pro chão.Ele dá sinal de reprovação,acenando com a cabeça negativamente e apertando os lábios.

Saí sem olhar pra trás,cobrí a cabeça com o capuz,metí as mãos nos bolsos laterais e fui caminhando,observando a "cidade",ainda não conhecia quase nada e ninguém,cores não existiam,e as poucas que haviam,eram muito sutís,era quase tudo preto ou cinza,como se não existisse amor.Trabalho alí perto,mais precisamente há três quadras dalí,numa lanchonete,emprego que conseguí há duas semanas,não era tudo o que eu queria,mas era tudo que eu precisava nas situações em que eu me encontrava.Abro a porta,o sino toca,anunciando minha chegada

-Bom dia Jhon! Fala Dorath,a dona da lanchonete,uma senhora de mais ou menos 50 anos,1,58 de altura,branca,de cabelo alvo e olhos azuis.Uma figura peculiar.

-Olá dona Dorath! Respondo.

-Parece que hoje o céu quer cair não é mesmo meu jovem?! Exclama Dorath,andando em direção ao assoalho e olhando pra cima,através das enorme janelas de vidro,que pegam quase toda a parede da frente.

-Espero. Respondo dando uma risada sem graça,e caminhando para a parte de trás do balcão.

-O que disse?! Fala Dorath com feição assustada.