Capítulo 13

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- Ei, o que está acontecendo?

Ergo o olhar para Christian.

- Por que você acha que está acontecendo alguma coisa?

- Você está tensa. Distraída – ele faz uma pausa. – Não está conseguindo conversar direito.

Suspiro.

- Ah, Christian... São tantos problemas...

- Quer conversar?

- É complicado – encolho os ombros.

- Ei – ele segura meu queixo, erguendo minha cabeça. – Está tudo bem. Eu entendo. Se não quiser falar, eu vou respeitar seu silêncio. Mas se quiser se abrir, eu estarei sempre aqui.

E me beija.

Nos beijamos muito. Tipo, muito mesmo.

(...)

Um iceberg percorre meu corpo. Estou fazendo a coisa certa? Aliás, o que é a coisa certa? Seguir o meu coração? Mas o que fazer quando o seu próprio coração não sabe o que fazer? Ele grita para eu ir para a esquerda, mas, no meio do caminho, muda sua rota para a direita. Eu sou confusa, admito. Nunca sei sobre os meus sentimentos e o que eles querem dizer. Eu apenas continuo seguindo, as vezes tropeçando, mas erguendo minha cabeça e seguindo em frente.

Liam é uma boa pessoa. Uma ótima pessoa, na verdade. Ele quase nunca me decepciona. Quase. E eu nunca me imaginei ao seu lado mais que uma amiga. Eu já ouvi muitas pessoas dizerem que temos química mas, qual é? Não temos química alguma. Ou temos? Eu sempre vi Liam como meu confidente, aquele com quem sempre posso contar e ter um conselho logo de cara. Mas o que fazer quando ele se torna o problema? Argh. Eu só quero fugir para bem longe, e encontrar todos meus problemas resolvidos quando eu voltar. Bobagem. Eu sou uma menina crescida e, por mais que seja difícil lidar com meus sentimentos, tenho que encará-los de cabeça erguida.

Liam está sentado nas escadas em frente á porta quando chego ao lado de fora. Ele olha para a casa da frente, mas, sinceramente, parece distraído o bastante para estar olhando para um ponto fixo. Suas sobrancelhas estão meio franzidas, exatamente como ele faz quando está confuso ou quando eu conto algumas das minhas histórias sem sentido.

Respiro fundo e me aproximo, me sentando ao seu lado. Ele me olha de relance e volta a olhar para o ponto inicial. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas contemplando a visão de um dia nublado e frio, que julgo ser perfeito. Sinceramente, qual o meu problema? Qual pessoa prefere chuva ao invés de sol? Eu devo ser muito esquisita mesmo.

- Precisamos conversar – digo.

- É. Precisamos. – Concorda, sem muita animação.

- Cansei.

- Cansou do quê?

- De ficar indiferente com você. Quero o meu amigo de volta.

- Seu amigo nunca saiu daqui, Louisa – diz, sem me olhar. – Nunca vai sair – completa e me olha.

- Eu sei.

- Estou preocupado com você. Com tudo isso – desabafa. – Eu queria que pudéssemos ir para longe. Um lugar onde pudéssemos nos isolar do mundo, só eu e você. Um lugar onde eu tivesse certeza que ainda que eu dormisse á noite, quando acordasse, você continuaria segura.

- Desculpe por meter você nisso – suspiro, me sentindo culpada. – Na verdade, o único que está em perigo aqui é você. Eu o envolvi nisso e não me orgulho nem um pouquinho disso.

- Você não me envolveu em nada, Louisa. Estou aqui porque quero – ele faz uma pausa. – Porque amo você.

Amo você. Controle-se, Louisa.

Namorados de MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora