Capítulo 1 - Fate play

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Acredito que o maior mistério da vida, e ao mesmo tempo o que mais traz encanto a ela, é que você nunca sabe quando ou como vai morrer.

Pode ser daqui a cinquenta anos ou hoje mesmo. Pode ser agora neste segundo. Pode ser que um meteoro atinja a Terra no instante em que você chegar à próxima linha, ou talvez não. E a incerteza de nunca saber quando a morte irá chegar é justamente o que faz da vida algo tão imprevisível, misterioso, precioso e mágico como ela é. Afinal, qual seria a graça de saber quando, como e onde iremos morrer? Qual seria a expectativa, a adrenalina de nunca saber quando a morte pode chegar? A verdade é que deve ser desse jeito. Ela precisa vir de surpresa, num momento em que você menos espera. Num dos imprevistos da vida, entre um caminho e outro, no meio de uma frase, no meio de uma história.

Foi um destes imprevistos da vida que tirou de mim uma pessoa que eu amava muito. A morte a levou de um jeito totalmente inesperado, casual e trágico. Mas no final das contas, aconteceu como tinha que ser, e foi melhor assim. E logo você vai entender por que.

Esta não é uma história de amor com um final feliz. Se é isso que você está procurando ao começar a lê-la, então pode ir embora. Não se engane quando digo que tudo aconteceu da melhor forma, pois nem sempre o que é melhor é fácil ou agradável de encarar. Mudanças podem ser um grande chute no saco, mesmo que sejam em prol de um bem maior.

Mas a história que vou contar não começa com todo esse clima reflexivo, melancólico e pesado. Na verdade, ela começa com um dos melhores e mais felizes momentos da vida de qualquer pessoa.

- Sim, eu aceito!

Um pedido de casamento.

- Meu Deus, eu te amo! Não estou acreditando nisso!

- Te peguei de surpresa, não foi?!

Carrie Langton. Este era o nome dela. A garota mais bonita e incrível que eu já conheci. A única que conseguia me fazer sorrir a qualquer momento e em qualquer circunstância. A única capaz de me consolar quando eu estava triste, e de me transbordar quando já estava feliz. A garota que me completava, que me fazia ser melhor, que me fazia um bem que ninguém jamais fez. Eu era apaixonado por ela desde o dia em que nos vimos pela primeira vez, e depois disso nunca mais tive olhos para outra garota a não ser minha Carrie. Eu era louco por ela, e a queria comigo para sempre. Por este motivo, decidi pedi-la em casamento.

Nós namorávamos há cinco anos, e para pedir a mão dela levei-a até o Central Park em Manhattan, no mesmo lugar em que eu a pedi em namoro: debaixo de uma árvore de cerejeira bem próxima ao lago. Era uma quinta-feira, o dia estava ensolarado, levemente quente e com uma brisa cortando a cidade, formando um dia típico de verão. A paisagem estava linda – assim como o Central Park sempre é – com os cisnes nadando no lago, as crianças brincando no parque, os cães correndo de um lado para o outro e as flores da cerejeira formando um enorme tapete que enfeitava o gramado. Eu estava tremendo por dentro, pois não fazia ideia de como dar um discurso bom o suficiente para fazer um pedido de casamento digno. Simplesmente falei tudo o que sentia pra ela, ajoelhei-me entre as pétalas de cerejeira e tirei do meu bolso a caixinha de veludo vermelho com o anel dentro.

- Meu Deus, Harry, não acredito! Realmente me pegou desprevenida! – Ela disse, me dando mais um selinho. – É maravilhoso.

- Que bom que deu tudo certo. – Eu disse dando um sorriso satisfeito. – Fiquei com medo que você descobrisse antes da hora. Semana passada, quando comprei o anel, a caixinha caiu do meu bolso por acidente no sofá da sua casa enquanto conversávamos, mas você não percebeu.

- Eu vi que você ficou nervoso de repente... Achei que era porque eu falei sobre assistirmos aquele filme de terror. – Carrie disse lembrando-se do ocorrido, e em seguida riu. – Temos que contar a todos sobre a novidade. Precisamos comemorar isso, você não acha?

Six | HARRY STYLESOnde histórias criam vida. Descubra agora