Acredito que o maior mistério da vida, e ao mesmo tempo o que mais traz encanto a ela, é que você nunca sabe quando ou como vai morrer.
Pode ser daqui a cinquenta anos ou hoje mesmo. Pode ser agora neste segundo. Pode ser que um meteoro atinja a Terra no instante em que você chegar à próxima linha, ou talvez não. E a incerteza de nunca saber quando a morte irá chegar é justamente o que faz da vida algo tão imprevisível, misterioso, precioso e mágico como ela é. Afinal, qual seria a graça de saber quando, como e onde iremos morrer? Qual seria a expectativa, a adrenalina de nunca saber quando a morte pode chegar? A verdade é que deve ser desse jeito. Ela precisa vir de surpresa, num momento em que você menos espera. Num dos imprevistos da vida, entre um caminho e outro, no meio de uma frase, no meio de uma história.
Foi um destes imprevistos da vida que tirou de mim uma pessoa que eu amava muito. A morte a levou de um jeito totalmente inesperado, casual e trágico. Mas no final das contas, aconteceu como tinha que ser, e foi melhor assim. E logo você vai entender por que.
Esta não é uma história de amor com um final feliz. Se é isso que você está procurando ao começar a lê-la, então pode ir embora. Não se engane quando digo que tudo aconteceu da melhor forma, pois nem sempre o que é melhor é fácil ou agradável de encarar. Mudanças podem ser um grande chute no saco, mesmo que sejam em prol de um bem maior.
Mas a história que vou contar não começa com todo esse clima reflexivo, melancólico e pesado. Na verdade, ela começa com um dos melhores e mais felizes momentos da vida de qualquer pessoa.
- Sim, eu aceito!
Um pedido de casamento.
- Meu Deus, eu te amo! Não estou acreditando nisso!
- Te peguei de surpresa, não foi?!
Carrie Langton. Este era o nome dela. A garota mais bonita e incrível que eu já conheci. A única que conseguia me fazer sorrir a qualquer momento e em qualquer circunstância. A única capaz de me consolar quando eu estava triste, e de me transbordar quando já estava feliz. A garota que me completava, que me fazia ser melhor, que me fazia um bem que ninguém jamais fez. Eu era apaixonado por ela desde o dia em que nos vimos pela primeira vez, e depois disso nunca mais tive olhos para outra garota a não ser minha Carrie. Eu era louco por ela, e a queria comigo para sempre. Por este motivo, decidi pedi-la em casamento.
Nós namorávamos há cinco anos, e para pedir a mão dela levei-a até o Central Park em Manhattan, no mesmo lugar em que eu a pedi em namoro: debaixo de uma árvore de cerejeira bem próxima ao lago. Era uma quinta-feira, o dia estava ensolarado, levemente quente e com uma brisa cortando a cidade, formando um dia típico de verão. A paisagem estava linda – assim como o Central Park sempre é – com os cisnes nadando no lago, as crianças brincando no parque, os cães correndo de um lado para o outro e as flores da cerejeira formando um enorme tapete que enfeitava o gramado. Eu estava tremendo por dentro, pois não fazia ideia de como dar um discurso bom o suficiente para fazer um pedido de casamento digno. Simplesmente falei tudo o que sentia pra ela, ajoelhei-me entre as pétalas de cerejeira e tirei do meu bolso a caixinha de veludo vermelho com o anel dentro.
- Meu Deus, Harry, não acredito! Realmente me pegou desprevenida! – Ela disse, me dando mais um selinho. – É maravilhoso.
- Que bom que deu tudo certo. – Eu disse dando um sorriso satisfeito. – Fiquei com medo que você descobrisse antes da hora. Semana passada, quando comprei o anel, a caixinha caiu do meu bolso por acidente no sofá da sua casa enquanto conversávamos, mas você não percebeu.
- Eu vi que você ficou nervoso de repente... Achei que era porque eu falei sobre assistirmos aquele filme de terror. – Carrie disse lembrando-se do ocorrido, e em seguida riu. – Temos que contar a todos sobre a novidade. Precisamos comemorar isso, você não acha?
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Six | HARRY STYLES
RomanceHarry perdeu sua noiva em um acidente de táxi um dia depois de pedir sua mão, na movimentada 5ª Avenida de Nova York. Ele conhece um anjo que está disposto a trazê-la de volta, mas há uma condição: ele precisa escolher outra pessoa para morrer no lu...