CAPÍTULO 1

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O despertador barulhento a fez abrir os olhos e encarar a claridade que entrava pela janela que esqueceu aberta na noite anterior. Sentou-se na cama e se espreguiçou, desejando estar de férias em alguma praia caribenha naquela manhã. Acordar cedo todos os dias era sempre difícil para ela que definitivamente não era uma pessoa matutina.

Ao ver no relógio que já era seis e cinco da manhã, levantou da cama e caminhou pelo quarto até entrar no banheiro, onde um bom banho trataria de tirar a preguiça e o sono que ainda sentia.

Quando voltou ao quarto, arrumada para iniciar seu dia, sentiu que o mau humor se extinguiu ao ver seu marido sentado na cama, se espreguiçando. Talvez acordar tão cedo tinha lá seus benefícios.

— Bom dia, amor! — pulou na cama e foi até ele que coçava os olhos, tentando se livrar do sono.

Passou os braços pelo pescoço dele e depositou um beijo em seus lábios.

— Bem-humorada a uma hora dessas? — perguntou e antes de levantar da cama, deu um beijo na testa de Antonela, que sorriu maliciosamente ao ver Christopher atravessando o quarto apenas com uma calça de moletom cinza que pendia em seus quadris, mostrando as costas fortes que sempre deixavam o dia de Antonela melhor.

Chegava até a ser injusto como os anos passavam e ele ficava cada vez mais bonito.

— Você que pensa querido... — disse baixo assim que ele fechou a porta do banheiro.

Saiu do quarto com um suspiro e agora iria para a parte mais difícil de seus dias. Acordar adolescentes que também não eram pessoas matutinas.

— Bom dia, dorminhoco — sussurrou para o filho, retirando os fones de ouvido dele.

O garoto até se remexeu, mas permaneceu de olhos fechados.

— Vamos monstrinho, vai se atrasar — abriu as cortinas e sorriu ao ver a bela visão do jardim de sua casa naquela manhã. — Luca, se não acordar agora, nada de treinos — cruzou os braços e permaneceu encostada no batente da porta, com um sorriso nos lábios.

— Já acordei — ele disse, enquanto afastava o edredom e pulava da cama. — Esqueceu que sem treinos, não tem corridas e sem corridas...

— Nunca vai chegar à Fórmula 1, já sei — revirou os olhos e ouviu a gargalhada do filho. — Agora vai tomar banho — ergueu os pés e deu um beijo no filho, que a cada dia estava maior e cada vez mais parecido com Christopher.

Assim que Luca entrou no banheiro e viu que ele não cairia na tentação de voltar para a cama e dormir, saiu do quarto para o segundo round.

Luca era um dos motivos de suas preocupações. Ainda o achava um bebê, seu eterno bebê, mas tinha que dividir ele com as pistas. Com dezessete anos, tinha muita pressão em sua vida, com as corridas das categorias de acesso à Fórmula 1 que participava para conseguir a superlicença, a constante dificuldade em se sobressair independente da família que tinha e ainda seus estudos.

Antonela sabia que era o sonho dele e para ela não restava nada a fazer a não ser apoiá-lo.

— Princesa, está na hora de acordar — beijou o rosto da filha que ressonava tranquilamente. Ela resmungou um pouco, mas acabou abrindo os olhos.

— Ah não mãe, me deixa aqui hoje — implorou, colocando o edredom em seu rosto.

— Você precisa ir para a aula, Alice.

— Nem mais um minutinho? — gesticulou com os dedos.

— Nem meio minutinho, vamos — tirou o edredom que a cobria e ela levantou, tropicando em seus próprios pés no caminho.

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