Primavera

Jongin

Uma vez, minha mãe me disse que eu saberia quando encontrasse minha alma gêmea, que nossas almas se tornariam ímãs e se atrairiam imediatamente.
Ladainha; respondi rindo. Ela era uma romântica incurável, com todos aqueles livros de romance empoeirando  na estante da sala.
Mas seus conhecimentos não estavam empoeirados.
Foi numa quinta-feira invernosa que conheci Kim Jongin, que chegou derretendo a crosta de gelo da qual eu havia decorado meu coração. Uma decoração singular – talvez até bizarra – que fazia com que as pessoas não quisessem invadi-lo, mas, então, como um raio de sol que derrete a neve, seu sorriso chegou manso, e ele entrou no castelo de gelo.
Jongin possuía um calor intenso e me envolveu em uma tempestade imprevisível, que virou minha vida de pernas para o ar.
Ele era o calor em pleno inverno. Cabelo bagunçado pela brisa, pele com cor de sol, lábios salgados e cheiro de mar. Foi impossível não afogar em suas ondas, engolindo todos os seus beijos e implorando para que ele me salvasse com uma respiração boca a boca. Eu amava o jeito que ele me esquentava no inverno, fazendo seu corpo de pele fervente sobrepor o meu; foi então que eu percebi, nossas almas eram compostas por um polo de atração.
Jongin era o verão, e assim como a estação, nós esquentamos.
O amor é verão, e nós éramos todas as estações juntas.