P.J | Cena 4

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*quebrando a porca*

João Grilo: Não se esqueça que a metade é minha!

Chicó: Mas que dinheiro é esse?

João Grilo: Essas moedas são do tempo do Ronca!

Rosinha: Vala-me meu santo Cristo! Esse dinheiro já está recolhido há muito tempo! Não vale mais nem um tustão de hoje!

João Grilo: Mas como foi que eu não imaginei isso antes? Sua bisavó depositou essas moedas nessa porca já faz 50 anos! Como eu sou burro, BURRO! Imagina eu! Estou cansado dessa agonia de fica rico, fica pobre, fica rico, fica pobre!

Chicó: E eu tô cansado dessa agonia de ficar inteiro, ficar sem tira, ficar inteiro, ficar sem tira!

A.M.: A festa está muito boa, mas tá na hora de cumprir o contrato!

Chicó: É cedo...

A.M.: Não tá não, que a faca tá amoladinha!

Chicó: O senhor não teria uma anestesia?

Rosinha: Perai meu pai! O que que estava no contrato mesmo?

A.M.: Dez contos de réis ou uma tira de couro!

Rosinha: Dez contos de réis ou uma tira do couro dele?

A.M.: Isso!

João Grilo: Couro, couro?

A.M.: COURO, COURO!

Rosinha: Só couro?

Chicó: Só pouco?

João Grilo: Pouco não é, mas também não é tanto assim!

A.M.: É uma tirinha só!

João Grilo: Uma tirinha só, sem nenhuma gota de sangue, pois não estava no contrato!

A.M.: Que história é essa?

Rosinha: A única palavra que se pronunciou nesse contrato foi couro! Ninguém falou em sangue, não foi?

Chicó: E é mesmo, eu não tinha ligado pra isso antes.

João Grilo: Ou o senhor tira uma tira do couro do Chicó sem nenhuma gota de sangue, ou não tira é nada!

A.M.: Eu devia era lhe rasgar a garganta, seu cabra safado! Só não faço isso, porque o pior castigo que eu posso dar para a minha filha, é deixar ela casada com uma desgraça que nem você! VAI, VAI, MALAMANHADO!

Chicó: Bondade sua!

A.M.: SUMAM DAQUI ATÉ A SEXTA GERAÇÃO! Eu sou capaz de tacar fogo nessa casa, mas num deixo um tustão pra senhora DONA ROSINHAAAA!

[ROTEIRO] O Auto da CompadecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora