skinny love + chanbaek

come on, skinny love, just last the year

"Vamos lá, amor frágil, apenas aguente esse ano."

Era o que Baekhyun pensava, enquanto dirigia para casa naquela noite. Só queria chegar em casa logo e encontrar o seu marido comendo alguma porcaria no sofá, com o gato enrolado em seu colo. Só queria receber um sorriso e um beijinho de olá, só queria que eles fizessem amor como faziam antes, e que dormissem abraçadinhos aquela noite.

Ele sabia, embora, que não seria isso que aconteceria.

"Yeolie, cheguei."

Tira os sapatos, e os guarda no gradeado ao lado da porta. A casa cheira forte à kimchi e peixe, a barriga dele ronca.

Chanyeol o olha e responde um oi seco.

Não há sorriso, não há beijinho de olá.

O gato se enrosca nas pernas de Baekhyun.

Ele está tão cansado.

"Você ainda vai estar aqui quando eu acordar amanhã?"

Chanyeol deita sua cabeça no travesseiro, exausto, e começa a fechar os olhos quando ouve essa pergunta.

Obviamente, ele estaria deitado na cama e seria acordado pelo despertador, então acordaria-o, e ambos iriam se arrumar para o trabalho. Ele não sairia de casa sem acordar Baekhyun, como fazia todos os dias.

Mas é claro que não era isso que o menor queria dizer.

Ele estaria ali quando Baekhyun acordasse?

Não sabia a resposta, mas acenou em concordância.

"Vamos apenas dormir, deixe o amanhã para amanhã."

Volta a fechar os olhos, e vira seu rosto para a parede. Costas com costas, ele e o marido caem no sono.

Daquela vez, quem acordou primeiro foi Baekhyun.

Se sentou na cama, meio atordoado, e olhou para o céu escuro do outro lado da janela. Ainda não havia amanhecido, e as estrelas pontilhavam o céu de pixe do centro de Los Angeles. Byun odiava quando acordava no meio da noite por pesadelos, odiava ainda mais o medo que tinha de acordar Chanyeol para o abraçar até ele dormir.

Coça os olhos e se deita, tentando segurar as lágrimas. Ele está pronto para voltar ao pesadelo, nada pode ser pior que a realidade.

O amor deles era frágil, e estava por um fio.

"Baek, é hora de acordar."

Baekhyun abre os olhos preguiçosamente, e encontra os de Chanyeol muito próximos, a mão direita do mais novo na maçã de seu rosto, e seus cabelos longos demais fazendo cócegas em sua testa.

Ele não segura um sorriso, um daqueles retangulares que o marido sempre disse achar a coisa mais linda do mundo, e ganha um selinho de leve.

Momentos de carinho como aquele haviam se tornado raros na relação dos dois, sempre ocupados demais um para o outro.

O maior foi primeiro para o banho, enquanto Baekhyun  esperava na cama, cercado por edredons brancos e acariciado o gatinho preto que eles haviam adotado alguns meses antes, quando ainda eram as mesmas pessoa de quando namoravam.

Byun tomou seu banho, depois um café silencioso, ambos pegaram as chaves dos respectivos carros e foram até a porta, com uma despedida vazia.

Mas, antes que o maior pudesse sair do elevador, foi segurado pelo marido. Ele soou vacilante, havia um quê de medo em sua voz, quando pediu:

"Promete que vai trazer leite quando voltar para casa?"

A mão pequena dele segurava-o pelo pulso, e seus olhos imploravam por uma resposta.

Promete que vai voltar para casa?

Baekhyun estava com medo, apavorado, apenas pela possibilidade de não encontrar o marido quando chegasse do trabalho.

Por mais frágil que fosse, o que ele sentia ainda era amor. E o amor sempre machuca quando acaba.

"Eu não vou te deixar tão cedo, amor."

E não deixaria.

Chanyeol insistiria até o último segundo naquele relacionamento, gastaria seu último suspiro para dizer o quão lindo o marido ficava quando sorria, seu último pensamento seria direcionado à Byun Baekhyun.

Mesmo que seu amor fosse frágil, ele seria forte, ele seguraria todo o peso sozinho se fosse possível.

Puxou o marido para si, então, e o abraçou com toda a força que podia, antes de distribuir beijinhos por toda a face delicada dele.

Ele estaria ali no dia seguinte, e no próximo, e no próximo, e em todos o outros.

"Eu te amo, Byun Baekhyun"