Tão de repente

1 1 0
                                    

Ela estava com um vestido bordô, sem os sapatos nos pés, pois já cansara de andar com os pés presos em um par de sapatos, ela queria se sentir totalmente livre, longe de tudo que lhe era supérfluo. Ela apenas queria sentir o cheiro da terra molhada, ah... Se bem que a chuva fora generosa com ela, até nisso Deus pensou. Não permitiu que seu penteado se desfizesse ali, no meio da rua, seria tão bom ver que a generosidade das águas das nuvens também pensassem em mim. Meus olhos tão famintos desejara por ora ver seu vestido ensopado, seus cabelos pretos colados no rosto, molhada e com a nudez dos pés a me iludir. Quem dera fosse a chuva um pouco mais inocente, e permitisse que o vestido dela molhasse e colasse em seus seios, definindo suas curvas íngremes e salientes. Ouvi dizer sobre detalhes, e ouvi um, dois, três é jaz milhares de pingos a se esparramar pelo chão... Que desperdício de água, poderia tudo isso molhar aquele corpo, tornar transparente aquelas vestes... Mas não, ela simplesmente estava ali, seca, intocável, apenas os pés nus a divagar pelas ruas e calçadas. Ela enfim achou refúgio, quente e seco, nos meus braços, em cima da minha cama, em cima de mim. Como a generosidade foi leal a mim, achei meu refúgio, também extremamente quente, porém molhado, dentro dela.
- Wellington Cordeiro "

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 25, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Fui no mar respirar poesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora