Cap. 01= Escola!

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*Revisado*.

Melanie Narrando•

Acordo com a porta do meu quarto se abrindo, e por adrenalina da manhã dou um pulo ficando de pé em cima da cama.

— Bom dia filha. — Minha mãe abre um belo sorriso e entra no quarto indo em direção as cortinas.

— Bela forma de me acordar. — Me sento na cama encarando ela abrir as cortinas fazendo a luz do sol ir em direção ao meu rosto, instantaneamente me jogo para traz tentando me afastar da luz.

— Não tenho culpa se você é assustada meu anjo. — Ela me dá um beijo na testa e sai do quarto, desfilando com seu vestido florido.

Olho para o lado da cama encarando o meu relógio preto e branco em forma de um urso panda, pequeno. Eu sou apaixonada por pandas desde pequena, sempre quis ter um, mas minha mãe apenas me deu um de pelúcia.

Saio dos pensamentos e vejo que são 07:02, como uma típica manhã de segunda feira em pleno verão, está calor, não daqueles exagerado, um pouco abafado apenas. Saio da cama indo para meu guarda roupa branco com uns detalhes pretos, eu tenho um guarda roupa e um closet. Pego uma calça jeans cós alto, uma regata branca e meu velho e bom all star vermelho, deixo meus cabelos em um rabo de cavalo, passo um brilho nos lábios e pego minha mochila e celular.

Saio do meu quarto para a sala e deixo minha mochila em cima do sofá e o celular na estante ao lado do sofá maior.

— Bom dia pai. — Dou um beijo em seu rosto e vou até os armários pegando um pacote de bolacha.

— Bom dia Mel. — Ele sorri e eu saio da cozinha, acenando para ele, passo na sala e junto comigo, levo meu celular e mochila.

Fecho a porta da frente e caminho até o portão, encaro a casa a frente e tem um menino olhando, enquanto toma café em uma caneca preta. Ele parece estar no mundo da lua.

Eu hein!

Finjo que não reparei e sigo meu caminho para a escola, o caminho durava apenas sete minutos, fui comendo minhas bolachas.

Assim que chego em frente ao grande portão meio enferrujado da escola, fecho o pacote de bolacha e guardo dentro da mochila.

Como sempre haviam alunos sentados em bancos, uns em pé conversando, mexendo no celular, lendo, se pegando, e uns sozinhos no canto ouvindo música.

Caminho até o banheiro e dou uma olhada no espelho. Meu cabelo está normal e meu rosto também. Estou ótima, eu acho.

Saio do banheiro e encaro os corredores, procuro não olhar diretamente para ninguém por onde passo. Eu chamo muita atenção.

Me sinto estranha com várias pessoas me olhando, odeio chamar a atenção, mas qual a adolescente de 16 anos, que cursa o primeiro ano do ensino médio, não teria nenhuma amiga? Odeio confessar isso, mas eu tive uma amiga, nem sei se posso chamar ela assim, só sei que me odeio muito por ter sido tão idiota ao ponto de acreditar que ela realmente seria minha amiga. O nome dela era Thamires, ela era popular, linda, o exemplo perfeito do que todas as meninas queriam ser, obviamente todos os garotos babavam por ela, não havia um se quer, que não caísse de amores por ela, até mesmos os nerds da escola eram apaixonados por ela.

E eu era apaixonada por Max McCoy, o garoto que na época, ou seja, ano passado, estava no primeiro ano do ensino médio, ele era lindo, todas as meninas eram loucas por ele, inclusive eu, era impossível não se apaixonar por ele. E claro, ele tinha uma paixão, mas ninguém sabia quem era...

Thamires veio falar comigo uma vez, quando eu estava lendo um livro na biblioteca, ela tentou parecer interessada no livro, porém estava destacado em sua testa que ela nunca tinha visto ele na sua vida, ela começou a falar comigo todo dia, me fazia companhia, até que virou minha melhor amiga, eu contei para ela que era apaixonada pelo Max, ela falou que iria me ajudar, que eu ia conseguir namorar ele, que eu era linda de mais para ele me rejeitar.

Certo dia, eu recebi um bilhete pedindo para que eu fosse atrás do ginásio da escola, como eu era uma garota curiosa, fui até lá, mas ao chegar, havia várias pessoas, e no meio delas Thamires e Max se beijando, quando eles me viram pararam de se beijar e ela sorriu ainda abraçada a ele, começou a falar várias coisas, contar vários segredos meus, me humilhou me esculaxou, mas eu não deixei barato, fui para cima dela e naquele dia, ocorreu minha primeira briga.

Des de esse acontecimento ela vem me humilhando sempre que possível, eu apenas a ignoro, fiz karatê a tarde e ela sabe muito bem disso, ela já me viu em várias competições, e sabe que se passar dos limites, eu quebro a cara dela, só não quebro quando ela menciona a palavra a mim, pois eu falei que não iria me meter em confusão para meus pais.

Ignoro os olhares de todos, uns de nojo, outros curiosos, e os insultos dos populares que se acham a última bolacha do pacote, mas eles não estão com tudo não. Eu sou a que faz parte dos 2% que não se socializam na escola, os nerds jogadores de xadrez e eu a excluída de todo e qualquer grupo social aqui dá escola, até mesmo sou excluída pelos nerds, acho que eles tem mais dignidade do que eu.

Eu sou apenas uma garota iludida que pagou papel de trouxa no ano passado ao contar todos os segredos a uma garota como a Thamires.

O sinal bate e eu sigo para a sala de aula, é biologia a professora é legal, sou a preferida dela, pelo menos por ela eu sou aceita, ela vive me usando como exemplo, me sinto melhor nas aulas dela.

— Bom dia Mel. — Fala a professora com um sorriso sincero.

— Bom dia professora. — Sorrio e entro na sala me sentando na mesa em frente a dela.

Não sou fanática pela escola, me diz quem é? Eu venho mesmo para poder ter um futuro, mas se eu tivesse a oportunidade saía daqui sem olhar para trás, ou melhor, eu olharia sim e jogaria um ovo no cabelo de palha da Thamires, se eu fizesse isso, minha alma poderia descansar em paz.

[...]

O barulho do sinal é ouvido meio que abafado pela longa distância da sala de inglês e pelos gritos extremamente irritantes dos alunos, acho desnecessário essa bagunça toda, os garotos jogam aviãozinhos para todos os lados, as garotas soltam seus gritinhos que parecessem com aqueles microfones quando faz aquele barulho que quase pode estourar os tímpanos de qualquer pessoa.

Guardo meu penal branco com pequenas carinhas de um urso panda, meu caderno da nirvana e espero todos saírem da sala para não sofrer o risco de ser atacada por um estudante do grupo dos populares.

Quando o último aluno sai correndo da sala, me levanto e caminho em direção a porta, antes de sair verífico se a barra está livre, respiro aliviada ao ver apenas um garota fechando seu armário e indo para o final do corredor. Corro até meu armário e faço minha senha rapidamente antes que a tia da limpeza feche o portão comigo ainda aqui dentro, sei que ela ira abrir novamente para os alunos da tarde, mas não quero correr esse risco.

Pego minhas coisas e quando vou ir fecha-lo, sinto braços me empurrando para dentro dele e logo o fechando, mas o fato é, eu estou dentro dele!

Escuto a risada maldosa de quem não tem o que fazer, e essa pessoa tem um nome, e eu simplesmente a odeio.

Thamires.

Céus como eu odeio essa escola!

Eu Quero Você! -Versão 2018-Onde histórias criam vida. Descubra agora