Cap. 02= Obrigada!

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*Revisado*.

Melanie Narrando•

Pensa Mel, deve ter um jeito de você matar a Thamires sem ser descoberta. Jogar de uma ponte poderia ser considerado suicídio.

Que raiva, eu estou presa dentro de um armário em pleno horário de almoço onde não a nenhum ser nessa escola, penso em ligar para alguém, mas esse é o problema para quem eu ligo? Não tenho amigos, meus pais estão trabalhando e não irei incomodar eles com essa infantilidade de uma garota que é a maior idiota da escola e que essa criatura me prendeu no meu próprio armário.

Esperei longos minutos, tecnicamente uma hora dentro do armário, já estava imaginando a minha morte, será que no céu tem pão? Eu vou comer meus livros daqui a pouco. Escuto passos e começo a olhar pelas frestas do meu armário, tento chamar a atenção da pessoa, que suponho que seja um garoto pelo modo que ele se veste, começo a gritar ao perceber que ele não iria me notar se eu continuasse com o pshiu, ele caminha até o armário e para na frente dele.

— Tem alguém ai? — Reviro os olhos, que cara lerdo.

— Ah claro que não, o armário fala — Bufo — Me tira logo daqui.

— Qual a senha? — Me acalmo, vou precisar trocar de senha depois de passar ela para um estranho.

— 1809 — Falo pausadamente e escuto o cadeado se soltar e ele abre o armário.

— O que fazia dentro do armário? — Pego minhas coisas e fecho o armário novamente.

— Ah sabe, eu gosto de pedir ajuda para os outros abrirem ele para mim.

— Nossa, eu só quis ajudar — Se defende.

— E já ajudou, obrigada, de nada — Saio dali apressadamente, meus pais ainda devem estar trabalhando, se não me encheriam de perguntas.

Corro o mais rápido que consigo e em menos de um minutos já estou quase tendo um infarto na esquina ao lado da escola, olho para trás e vejo que mal passei pelo portão, suspiro decepcionada por ser tão sedentária, volto a correr como se não houvesse amanhã, e não teria se eu não conseguisse fugir do pastor belga que vinha atrás de mim, como não sou nenhuma atleta olímpica, o cachorro me alcança e pula em cima de mim, fazendo eu cair literalmente de cara no chão.

— Thor! — Escuto uma voz rouca gritar e o cachorro sai de cima de mim — Me desculpe moça — Ele estende a mão para mim.

— Que diabos esse cachorro está fazendo solto por ai? — Falo enquanto me levanto ignorando a mão que o garoto havia me estendido.

— Eu estava passeando com ele, e você apareceu do nada correndo e ele meio que tem uma fraqueza por coisas que... Correm.

Uma moto passa a uma velocidade, digamos que aceitavelmente rápida, e o Thor sai correndo atrás, encaro o cara que vai ainda mais rápido ao perceber que estava sendo perseguído por um cachorro enorme.

— Acho melhor eu ir atrás dele antes que ele pule no cara igual fez com você — Ele não dá tempo de eu responder e sai correndo atrás do cachorro.

Olho para o estado da minha roupa, minha regata branca estava completamente suja de terra, minha calça no mesmo estado e meu tênis velhinho estava completamente cheio de pó, passo a mão pelo meu cabelo e vejo que tem uma folha nele. Ah ótimo, agora além de arranjar uma desculpa por chegar atrasa em casa, vou ter que explicar o que aconteceu com minhas roupas. Pego minha mochila que estava no chão e jogo ela na minhas costas, ando até minha casa me certificando de que não a nenhum cachorro por perto, abro o portão de casa e subo os degraus que vão até a varanda, me abaixo e olho pela janela se não a ninguém na sala e entro com cuidado para ninguém me notar.

— Melanie onde estava até agora? — Pergunta Olivia a empregada da casa, digamos que ela já é quase da família.

Ah, sabe Tia Olívia eu fiquei presa dentro do meu armário até um garoto que eu quase tive vontade de encher de tapas me tirar de dentro dele, e quando estava vindo para cá correndo, um cachorro que tem uma fraqueza por coisas correndo me perseguiu até me fazer cair de cara no chão, viu não foi nada, não precisa se preocupar.

— Ah... Eu fiquei na biblioteca da escola e acabei perdendo o horário — Vou em direção as escadas.

— E por que sua roupa está toda suja? — Respiro fundo e me viro para ela com um sorriso.

— Cai, eu apenas cai enquanto vinha para cá — Ela olha para mim ainda desconfiada, mas desiste e suspira.

Se eu contasse que foi um cachorro, ela iria me encher de perguntas e até querer processar o cachorro, que deve estar correndo atrás de alguém por ai.

— Tome mas cuidado, BorboletaSubo as escadas correndo e jogo minha mochila em cima da cama.

Borboleta... Odeio esse apelido, é uma história um tanto estranha, mas em minha defesa eu tinha apenas sete anos, e eu era uma criança muito curiosa, bom eu ainda sou, mas eu não sou tão ingênua.

Como eu falei eu tinha sete anos e estava de férias na casa da minha vó que morava em uma fazenda, e essa fazenda era enorme, a casa era dentro de uma cerca de madeira pintada de um marrom claro, e dentro do jardim havia várias espécies de flores diferentes, das roxas até as azuis, e eu amava pegar flores dali, e eu sempre encontrava casulos onde as borboletas ficavam enquanto passavam pela metamorfose. Eu peguei um litro vazio onde antes havia refrigerante e coloquei vários casulos ali dentro, guardei eles e esperei.

Alguns dias depois levei minha mãe para ver o litro com as borboletas, mas para o meu azar elas haviam morrido dentro do litro pela falta de ar e pelo calor extremo que fazia.

Desde então minha família me chama de borboleta, mas eu não entendo muito bem o que tem haver em me chamar assim, mas se eles pensam que esse apelido é perfeito para essa minha estória. Não posso fazer nada.

— Melanie você precisa de um banho — Falo para eu mesma, enquanto me olho pelo espelho do banheiro.

Tiro minha regata e coloco no cesto de roupas para lavar, tiro minha calça e minhas meias, solto meu cabelo e vejo que vou precisar fazer um belo trabalho para arrumar essa juba, meu cabelo está horrível, tiro uns matinhos que ainda se encontravam no meu cabelo e termino de me despir.

Ligo o chuveiro e espero a água esquentar, não importa, pode estar fazendo 50° graus, mas eu não consigo tomar banho com água fria, não necessariamente, mas as vezes eu até tomo na água gelada, mas somente em situações realmente necessárias. Passo o shampoo no meu cabelo e depois de me ensaboar, tiro toda a espuma do meu cabelo e do meu corpo.

Desligo o chuveiro e pego uma toalha e esfrego ela contra meu rosto, é um costume primeiro sempre enxugo o meu rosto e depois o meu corpo. Enrolo a toalha no meu cabelo e saio do banheiro correndo até o meu closet.

Pego minha lingerie cor de vinho, um shorts jeans claro, uma camisa do Bob esponja e meus chinelos. Enxugo meu cabelo com a toalha e depois com o secador, deixo meus cabelos soltos e desço para comer algo.

— Olli, ainda tem o almoço? — Pergunto chegando na cozinha. Ela estava secando as louças e guardando.

— Tem um prato feito dentro do micro-ondas — Ela guarda o pano e sai da cozinha.

Vou até o micro-ondas e coloco dois minutos, me sento na cadeira e fico esperando a minha comida ficar pronta, ou melhor,  quente.

Eu Quero Você! -Versão 2018-Onde histórias criam vida. Descubra agora