Num impulso fui puxada. Peguei rapidamente no casaco felpudo e no cachecol que estavam pendurados no bengaleiro á entrada e gritei algo parecido com: “Já voltamos”. Estava frio. Chovia e as árvores abanavam como se milhares de ventoinhas soprassem em uni som. “Um belo dia para sair”, pensei eu, suspirando.
- Onde vamos? – perguntei a Niall enquanto entravamos no seu Range Rover preto.
Não respondeu. Tinha as maçãs do rosto rosadas e respirava com uma certa dificuldade. Parecia cansado, abalado, ofegante, assustado e farto de me ouvir falar. Nunca antes o vira assim.
- Niall? – interpelei-o com convicção.
Mais uma vez não obtive resposta. Decidi não falar mais, pois parecia estar a preocupar-me em vão.
O caminho tornava-se cada vez mais íngreme e escuro. Folhas iam-se colando nos vidros do carro dificultando a visão. As árvores assemelhavam-se a figuras estranhas, míticas e acima de tudo assustadoras. As casas, naquela zona, eram substituídas por vastos campos verdes e as pessoas, essas, não se avistavam. Estava com medo. Porque haveria Niall de me levar para um lugar como aquele? Sempre foi tão protector e preocupado com o meu bem estar.
Subitamente:
- Eu preocupo-me contigo, minha pequena! – admitiu Niall.
Franzi o sobrolho num ato de admiração. Parecia ter ouvido a minha mente, o meu pensar. Suspirei de alívio e passei a mão pela testa. Haviam já passado alguns minutos desde que partimos e eu permanecia impaciente.
- Mas então porque…?
- É o Zayn, quer ver-te, ou devo dizer rever-te? – interrompeu Niall fixando-se no meu intenso e azulado olhar.
Senti um breve aperto no coração. O meu corpo cambaleou para trás, deixando-se cair no banco confortável e macio do antigo Range Rover do meu irmão. “Zayn”, proferi na minha mente para ter a mínima certeza de que era pura verdade. Não sabia se o tinha dito com carinho e amor, ou por outro lado, com rancor e uma dor inigualável, mas o certo era que eu ainda o amava da mesma ternurenta maneira. Pensei em todas as cartas, em todos os momentos, em todas as palavras, em todas as horas, em todas as carícias, em tudo aquilo que passamos, vivemos e presenciamos juntos. Parecia que ainda há meros instantes estava sentada no seu colo, feliz da vida, sem preocupações. Parecia que ainda conseguia sentir os seus leves beijos deixados nos meus carnudos e intensos lábios. Parecia que conseguia sentir a ternura e a força com que ele, a cada mínimo abraço me amarrava e abraçava. Deixava no ar a esperança que a qualquer momento me podia perder. Parecia que ainda ouvia a sua voz doce mas em simultâneo forte, chamar por mim, pronunciando o meu nome com um extremo cuidado e delicadeza. Parecia que ele ainda estava aqui, bem pertinho de mim, dizendo-me o que fazer, o que sentir e dizendo-me para voltar. Mas tudo não passavam de superstições. Ele não estava mais aqui. Tinha em mente que não o voltaria a ver – nem sequer voltar a pronunciar o seu nome - mas o destino, mais uma vez, decidiu pregar-me uma partida, levando-me a nem mais nem menos afundar-me num belo, desnecessário e horrível “banho de lágrimas”. Elas caíam e ameaçavam nunca terminar. Não o queria ver e foi por isso que fiz a maior besteira da minha vida.
- Nãoooooooooooooooooo! – gritou Niall a plenos pulmões.
Era tarde demais. O carro virou acabando por bater contra um muro que de imediato se derrubou. Estávamos prestes a cair de um penhasco quando o meu irmão me agarrou a mão e num breve e delicado suspiro me disse: “Amo-te, princesinha”. Os seus olhos fecharam-se e deixei de ver o seu sorriso que me dava alento, proteção e carinho todos os dias desde a minha infância.
Havíamos tido um grave acidente e a culpa era minha.
Acordei. Não sabia onde estava. O que sentia. Não sabia quem eu era ou até porque estava ali rodeada de pessoas estanhas a proferir palavras que me davam vontade de rir. Porque estava eu deitada e cheia de dores? Não sabia mais a minha personagem no mundo. Olhei em volta. 3 pessoas, atrás de um vidro fusco, admiravam-me fixamente. Não sabia quem elas eram mas senti necessidade de descobrir.
- Quem..? – tentei eu lentamente.
Era certo. Não conseguia pronunciar uma única palavra. Não tinha forças, energia ou outro estimulante qualquer. Fechei os olhos e foquei-me na conversa que decorria atrás de mim.
- Mas… senhor doutor, não há nada que se possa fazer? Nada que leve esta jovem a voltar ao normal? – questionou uma voz, sensível e cuidadosa. Parecia uma senhora de meia idade.
- Infelizmente……não!- disse o homem, friamente.
Como a personagem referiu no início da fic: “Lágrimas caíam, como se tudo não pudesse piorar. A vida fora muito injusta. Dera-me tudo ou nada.” Esta frase vai ter muito impacto na vida da Alison. O que acham que vai acontecer no próximo capítulo? Fiquem atentas/ os para descobrir, mas por enquanto se gostaram comentem e votem!
P.S: Acham que consigo praí umas 70 leituras? :DDDD Obrigada e kisses!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A True Love Story Never Ends
FanfictionAlison é uma jovem que não consegue esquecer o passado e focar-se no presente. Guarda momentos, gestos, palavras, cheiros, decisões e um único amor: o de Zayn Malik, melhor amigo do seu irmão Niall. Porém, é incrível como numa vida de tanta loucura...