BELLA

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42 minutos.  Fazia exatos quarenta e dois minutos que eu estava encarando o relógio. Só porque eu desejava mais que tudo que aquele relógio mostrasse 07:00h, ele parecia andar de ré. Faltava apenas três minutos. Três minutos para o melhor dia da minha vida começar. Eu fechei meus olhos e comecei a contar cada segundo, cada segundo que parecia passar lentamente.

-Sete, seis, cinco, quatro... -eu contava animadamente ainda de olhos fechados.

-Isabella, não vai se arrumar? -a porta do meu quarto se abriu e a voz da minha mãe ecoou no cômodo.

O despertador começou a gritar incansavelmente e eu me levantei da cama sorridente.

-O melhor dia da minha vida. -estiquei meus braços me espreguiçando, enquanto via minha mãe sair do quarto.

Ela não morava comigo. Hoje foi nossa primeira noite aqui, no meu novo apartamento. Sim! Meu novo apartamento. Nossa grande família, formada apenas pela minha mãe e eu, viemos do interior dos interiores de Minas Gerais. Desde que minha nota saiu e eu soube que havia passado na faculdade dos meus sonhos, corremos para encontrar minha nova casa no Rio de Janeiro. No começo, minha mãe não gostou da idéia de me deixar morar sozinha. Por enquanto, ela não pode vir morar aqui, por causa da sua loja de flores. Mas assim que ela conseguir um bom lugar para trazê-la para cá, mamãe se mudará.

Hoje eu começo minha faculdade de psicologia. Eu sempre quis ser psicóloga, desde quando me entendo por gente. Minhas expectativas estavam altas demais e eu sabia que a minha empolgação podia não durar muito. Minha mãe bateu na porta e gritou:

-Bella, minha filha, não vai querer se atrasar. E não se esqueça que a garota do email de ontem, virá as três da tarde para a entrevista.

Minha mãe havia agendado entrevistas com supostas colegas de apartamento. O lugar era grande e ajudaria com as despesas se eu dividisse com alguém. Até agora, nenhuma satisfez minha adorável mamãe. Eu ri enquanto pensava isso. Sua carranca na porta do quarto não era nada legal. Ela balançava a chave do carro e eu nem sequer tinha entrado no banheiro.

***

-Bella, tem um lanchinho na sua bolsa. Sem presunto! Eu não esqueci daquela dor de barriga no mês passado. -Santo Cristo! Bati a palma da minha mão no meu rosto quando escutei minha mãe gritar.

Todos que estavam ao redor do campus começaram a rir. Provavelmente a faculdade inteira escutou. Me virei em direção a ela e cochichei enquanto me aproximava:

-Não precisa disso, mãe. Eu não estou mais na escola. -eu disse sorrindo.

-Me desculpe, é o instinto materno falando mais alto. -ela colocou as mãos sobre a boca e conteve uma risada.

Balancei minha cabeça enquanto procurava um buraco para enfia-la. Dei um tchauzinho quase imperceptível para minha mãe e caminhei de volta a universidade. Já não bastava todos ali ainda rindo de mim, um cara muito gato-MUITO GATO- estava sentado em um dos bancos me encarando. Ele também estava rindo. Droga!

***

Eu estava indo para minha ultima aula, amém! Eu estava completamente extasiada com tudo. O campus era lindo, as pessoas eram na delas e ninguém riu mais do acontecido. Eu estava realmente apaixonada. Peguei o papel onde dizia o lugar da minha próxima aula e tentei equilibrar com a bolsa e os livros na minha mão. Eu só tentei mesmo. Me espatifei no chão. Caí com tudo. E não foi aquele tombinho de filme em que seus livros caem no chão e um aluno super lindo vem te ajudar a pegar. Não. Eu estava esticada no piso frio do corredor, meus livros espalhados, alguns até na minha cara, e nenhuma alma caridosa parava para me ajudar. Alguns passavam e até chutavam minhas coisas. Merda. Me levantei e tentei ajeitar meu cabelo que estava um desastre. O papel todo pisado revelava o número da minha sala. Suspirei, enquanto me ajeitava do ocorrido.

BORBOLETA - HARRY STYLES FANFICTIONOnde histórias criam vida. Descubra agora