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"Droga..." - Hemmings murmurou para si mesmo

[...]

Já se passaram 2 horas depois da briga que o mala e o diretor Reynolds tiveram. Nunca passei tanto tédio na minha vida.

O que aconteceram nessas últimas 2 horas? Hemmings começou a fumar, deixando todos irritados, mas quem disse que ele apagou o cigarro por isso?

Eu estava deitado, quase dormindo na carteira, nem sabia se estava vivendo.

Calum brincava de futebol com uma bolinha de papel.

E o esquisito rabiscava sua folha de redação com o lápis grafite, a deixando inteira preta.

Aquilo estava tão quieto e tão sem graça, que quando nos demos conta, estávamos todos dormindo.

"Mas que merda!" - o diretor reclamou quando nos viu dormindo nas carteiras - "Acordem..." - ninguém nem se mexeu, mas estávamos todos ouvindo - "Quem quer ir ao banheiro?" - todos levantamos a mão

[...]

Mas é claro que não usamos o "intervalo" que o diretor Reynolds nos deu para ir ao banheiro. Ficamos andando e conversando pela biblioteca.

Calum corria de um lado para o outro, se exercitando. Hemmings arrancava as páginas dos livros e as jogava pro ar. O esquisito nem se mexeu de seu lugar. E eu fiquei rabiscando uma parede qualquer por ali.

"Nossa Hemmings, você é tão maduro." - Calum revirou os olhos

"Pois é! É tão errado acabar com a literatura..." - ele deu de ombros - "Eu me divirto tanto lendo." - continuou jogando várias páginas para o alto, até que ele pegou outro livro a estante para fazer a mesma coisa - "E esse" - olhou o nome do autor - "Molêr é um saco!"

"Molier..." - o corrigi e ri fraco

Ele me olhou e, por alguns segundos, achei que ele ia sorrir.

"Adoro Molier." - disse o esquisito, acabando com o clima.

Hemmings jogou o livro em cima dele, me fazendo rir.

"Que saco!" - revirou os olhos - "É isso que dá não ter mais nada de interessante pra fazer..."

"Fale só por si mesmo." - disse Calum dando de ombros

"Acha que eu falei por você?" - riu alto - "Eu nem falo a sua língua!"

Calum respirou fundo e se virou para mim.

"Ei, você tá de castigo hoje?" - me perguntou

"Na verdade eu não sei... Minha mãe disse que sim, mas meu pai disse p ignorar o que ela fala."

Olhei para o Hemmings que cerrava os olhos para Calum, acho que posso tirar proveito disso!

"Vai ter uma festa na casa do Harry..." - continuou Calum

"É, to sabendo." - disse, sem me importar

"Você vai querer ir?"

"Não tenho certeza! Minha mãe nunca me deixaria ir, mas meu pai sempre discorda dela, é meio complicado... Acho que eles estão escondendo, mas vão se divorciar." - respirei fundo

"De quem você gosta mais?" - perguntou Hemmings, para mim.

"Oi?"

"Você prefere mais o seu pai, ou a sua mãe?"

"Nem um deles!" - falei como se já não fosse óbvio

"Mas e se você tivesse que escolher um deles pra morar? Com quem iria?"

"Ah, eu não sei..." - dei de ombros - "Acho que escolheria ficar com meu irmão mais velho. Parece que meus pais não ligam pra mim, ficam me usando pra atingir um ao outro!" - arrumei o cabelo

"TOMA..." - gritou o esquisito, para mim

Todos nós olhamos assustados para ele. Ele suspirou bem fundo e deitou a cabeça na mesa. Vi Calum dar um sorriso de canto.

"Fica na sua." - falei para o esquisito

"Você tem pena de si mesmo!" - disse Calum, me olhando estranho

"Claro que tenho... Se eu não sentir, quem vai?" - me alterei um pouco, mas logo voltei ao normal

"Ah, estou tão arrasado." - ele revirou os olhos

Aquilo estava virando mais um briga, como sempre!

"E você, amigo..." - disse Hemmings tentando chamar a atenção de Calum - "Se dá bem com os seus pais?"

"Se eu falar que sim vou parecer um idiota, não?"

"Não, você vai parecer um idiota dos dois jeitos, mas se dissesse que sim, seria um idiota mentiroso." - se levantou e o encarou de pé

Eu sei que talvez eu esteja me iludindo, mas parece que o Hemmings estava me defendendo.

Calum ficou nervoso e deu um empurrão em Hemmings, o fazendo cambalear para trás.

"Quer saber de uma coisa? Se nós não estivéssemos na escola, eu te quebrava!" - disse Calum, alterado

"Ai que medo..." - Hemmings revirou os olhos - "Escutaram isso? É o som de alguém com medo de ficar preso aqui sábado que vem e não poder competir." - deu um sorriso falso

"Eu também não gosto dos meus país!" - disse o esquisito, chamando a atenção toda para ele.

Eu entendi o que ele estava fazendo, ele estava tentando fazer com que os dois alí não se espancassem. Logo, o mesmo me olhou de relance, indicando para fazer o mesmo.

"Sim, eu também..." - concordei - "Mesmo com esse 'tanto' de amor fraternal, eu os odeio."

"Ei, otário!" - apontou para o esquisito - "Você é o sonho de todo pai, sabia?"

"Esse é o problema..." - disse ele timidamente

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Espero que tenham gostado desse capítulo. Beijinhos e até!

detention ➟ muke/cashtonOnde histórias criam vida. Descubra agora